C A P Í T U L O 157

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CHRIS ANDERSON

     Não faço ideia de onde estou quando eu acordo do meu cochilo. Eu pisco, mas estou meio grogue de sono, exatamente como ficamos depois de acordar de um cochilo a tarde.

    Nos primeiros instantes nada acontece, mas aí minha cabeça dói numa enxaqueca poderosa. Levo alguns segundos para perceber que estou sentado no banco de trás de um carro. Meu Deus, eu fui sequestrado?

     Aí eu olho para o lado, e Alyssa está sentada perto da janela. Ela está olhando para mim com preocupação, eu acho. Ainda estou vendo tudo meio borrado e meio lento, mas pelo menos não estou vendo mais duas Alyssa's.

     — Onde a gente tá? — Pergunto, com a voz baixa e rouca.
     — No carro da Rae. — Alyssa responde, e sua voz faz minha cabeça latejar.
     — Shhhh...Shhhh! Fala baixinho! — Esfrego as têmporas com os dedos.
     — Mas eu tô... — Alyssa começa, mas ainda está altos. Resmungo de novo. — Mas eu tô falando baixinho! — Ela sussurra ainda mais baixo.

     Fecho os olhos, encostando a cabeça atrás de mim. Mesmo de olhos fechados meu corpo continua reagindo ao mal estar, e eu sinto como se estivesse navegando num barquinho a deriva de um mar aberto, balançando de um lado para o outro. Meu estômago se revira, se contorce e se aperta dentro da barriga.

     São as consequências de ter enchido a cara até enlouquecer. Isso porque eu ainda não estou 100% sóbrio, depois fica pior.

     Abro os olhos outra vez quando o ruído de uma porta do carro se abrindo chama minha atenção.

     — Vem, vamos entrar. — Raven diz, parada do meu lado do carro.
     — Não quero sair daqui... — Resmungo, enjoado e sonolento.
     — Mas você precisa. — Raven insiste — Vamos, Chris.
  
     Cubro o rosto com as mãos, pressionando os pulsos contra os olhos. Na minha cabeça isso ia aliviar a dor de cabeça, mas só piorou, e agora estou enxergando um monte de bolinhas de luz colorida.

     Bufando, eu ergo forças para sair do carro sem vomitar meio mundo no asfalto ou no carro da Raven. Ela me segura pelo braço, mesmo que agora eu esteja menos grogue e consiga andar sem desmaiar. Com ajuda da minha irmã, Raven sai me arrastando até sua casa, parando na porta para pegar as chaves.

     A casa dela é grande, maior que a dos meus avós. E também mais moderna. Ela não morava fora de Ravenna? É mesmo a casa dela?

     — Onde a gente tá? — Pergunto baixinho

     Levanto a cabeça para olhar melhor, mas me arrependo quando tudo começa a girar. Fecho os olhos brevemente, e depois abro quando me sinto menos enjoado. Só então percebo que essa casa parece mais um prédio de cinco andares, do que uma casa grande e moderna.

     — Fora do bairro. — Raven revela, e abre a porta para que entremos no hall de entrada. — No meu prédio.

     Alyssa me arrasta para dentro. É um hall bem pequeno, com pouco espaço para habitar muitas pessoas ao mesmo tempo. Esbarro no balde com guarda-chuvas perto da porta, e peço desculpas para o balde como se ele fosse uma pessoa. Apesar de estarem preocupadas, Raven e Alyssa não seguram as risadas.

     Subimos pela escadaria de madeira que range até o segundo andar, e depois até o terceiro. O apartamento da Raven fica no 6B. Ela abre a porta e acende a luz ao ir entrando na frente, com eu e Alyssa atrás.

     — Pode sentar ele ali no sofá. — Raven aponta para o local indicado, e Alyssa me leva até lá.

     Raven acende apenas a luz do abajur, para não ficar muito claro agora que estou morrendo de dor de cabeça. Consigo ver mais ou menos do apartamento, que é simples e aconchegante, só que mais espaçoso do que eu imaginava.

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