CHRISTIAN ANDERSON
Passo a mão pelos cabelos uma quinta vez. Não faço ideia do que fazer com eles, se eu deixo penteado pra trás, se passo gel, ou sei lá o que. Um cara não tem muita coisa pra fazer no cabelo, o corte é que o define, não o penteado. E no momento já faz meses que não vejo o barbeiro; meu cabelo está batendo na nuca e minha franja cobrindo a testa.
Alyssa diz que os cachinhos nas pontas são charmosos, mas eu acho que já está na hora de passar a tesoura nesse ninho rebelde. Minha mãe também acha.
Bufo para o espelho, abaixando os braços. Meus cabelos ainda estão meio úmidos, espalhados pela cabeça mesmo depois de eu ter tentado passar o pente. Não adianta; vai continuar bagunçado.
Desisto de tentar arrumar, e parto para o próximo passo: passar perfume. Nem posso me dar ao luxo de demorar pra me arrumar, porque consegui acordar atrasado mesmo com o despertador – é impressionante!
Espalho um pouco de perfume no pescoço, nos braços, do tronco pra baixo...talvez um pouquinho na calça – nada exagerado. A Sam gosta quando estou bem perfumado, embora a mesma nunca tenha dito isso, eu sinto quando ela fica me cheirando no pescoço.
Depois do perfume, escovo os dentes e faço a barba rala – a "barba". Saio do banheiro e volto para o quatro, para terminar de me vestir. Escolhi uma camiseta de flanela, de abotoar e listrada, já pensando na Sam tirando-a do meu corpo. Deixo os dois primeiros botões abertos, e troco a correntinha de prata por uma folheada a ouro, maior e mais fina.
Quando termino de calçar meu All Star branco, fico de pé e vou me olhar no espelho. Espero não estar arrumado demais, porque vou levar ela pra comer pizza. Não é o encontro perfeito, chique e caro que muitas garotas sonham, mas a Sam não é desse tipo. Ela curte simplicidade.
E eu tô duro esse mês – de grana, não do jeito que eu gostaria de estar duro.
Visto minha jaqueta de couro enquanto vou deixando o quarto, descendo as escadas a passos largos. Quando estou abrindo a porta para sair, a voz da minha mãe me alcança no corredor, e eu sou obrigado a virar e encara-la.— Onde é que você pensa que vai? — Ela pergunta num tom ríspido e estressado.
Deve estar de TPM, ou coisa parecida.
— Sair com a Sam. — Digo tranquilamente — Avisei que eu ia sair com ela.
— Hum.Minha mãe põem a mão nos quadris, e percebo como seus olhos me examinam da cabeça ao pés. Ela já está de roupão, daqueles que tocam o chão e escorregam pelo piso enquanto caminha. O cabelo preso e a caneca de chá fumegante em sua mão me dizem que ela já estava planejando se deitar. Ainda é cedo pra dormir, mas minha mãe não funciona igual um ser humano normal.
— Você tem um péssimo gosto pra roupas. — Ela murmura — Não chegue tarde demais, ou eu vou arrancar seu couro fora.
Minha mãe vira o rosto de lado, esperando por um beijo na bochecha. Suspirando, me inclino em sua direção e faço como desejado.
— Juízo, Christian. — É a última coisa que me diz antes de subir as escadas.
♥
Dirijo até a casa do pai da Sam. Enquanto aproximo o jipe do meio fio, começo a ficar nervoso. Odeio me encontrar com o pai dela; esse cara me odeia. Fora que também não sou nenhum fã dele, e ele sabe disso, o que só me deixa mais nervoso. Eu tirei a virgindade da filha dele, dentro da casa dele, não tem como...
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All For Love ✓2
Teen FictionLivro #2 OBS.: Sinopse possui spoiler do livro #1 Samantha Price estava de coração partido. O garoto pela qual jurava estar apaixonado por ela havia cometido um erro - o erro que ela mais temia acontecer. Depois da terrível - e quase fatídica - no...