C A P Í T U L O 134

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SAMANTHA PRICE

     Já é sexta-feira 13 de novo. Quando eu era criança, adorava contar histórias de terror para o Alec, que morria de medo, por conta dessa data. Mas hoje em dia é chato, principalmente porque parece que tá sempre tendo sexta-feira 13, eu só não reparava nisso quando eu era criança.

     Enfim, ter se tornado chato não impede a mídia televisiva de fazer uma maratona dos filmes Sexta-feira 13. Christian e eu, na sala da casa dele, estamos assistindo o filme de 2009 agora. Eu sei que eu não deveria assistir filmes de terror, porque sou literalmente sensível a sustos, mas não sinto medo com o corpo dele abraçado no meu, então não me assusto também.

     Vemos Lawrence ser morto por Jason, sanguinário e extremamente violento. É nojento, não sei como Christian me convenceu a assistir essa porra.

     — Não entendo porque não estão passando os filmes pela ordem original. Comento enquanto presto atenção no filme rolando na tela plana da TV. — Por que não começaram pelo clássico?
     — Porque esse é o melhor, e as pessoas querem ver o melhor primeiro. — Christian responde, bem baixinho, no meu ouvido.
     — Esse é o melhor? — Dou risada — O melhor é de mil novecentos e oitenta e quatro, e todo mundo que assiste filme de terror sabe muitíssimo bem disso.
     — Desde quando você virou especialista em filmes de terror cult?
     — Desde que sua irmã me fez assistir todos eles quando ficamos amigas.

     Christian ri, baixinho como sua voz sendo sussurrada no meu ouvido. Fico arrepiada da cabeça aos pés.

     — Está com frio? — Ele pergunta
     — O quê? — Franzo a testa, e ao mesmo tempo, na TV, Jason mata a medrosa da Bree.
     — É que você ficou arrepiada. — Sinto os dedos de Christian raspando no meu pescoço, puxando delicadamente meu cabelo para trás. Fico arrepiada de novo, estremecendo. — Ou está com medo do seu "filme cult"?

     Chuto o pé pra trás, acertando sua canela, e Christian ri de novo.

     — E respondendo sua pergunta: eu não estou com medo. — Digo baixinho — Nem com frio. Não é nada, então assiste a porcaria do filme quieto. — Não vou dizer para Christian que sua voz rouca faz horrores com meus hormônios, porque sei que vamos começar uma coisa interminável.
     — Minha nossa, eu só fiz uma pergunta. Estressada! — Christian se defende, mas depois fica quieto para continuarmos prestando atenção no filme.

     Se passam mais três minutos de filme, quando sinto Christian se mexer atrás de mim – estamos deitados de conchinha, por mais brega que seja. O braço dele que passa por debaixo do meu corpo se remexe, e eu estou prestes a perguntar se está formigando, até sentir os dedos dele alcançarem minha barriga.

     A mão de Christian entra pela minha blusa branca e fina. Prendo a respiração quando sinto tocando minha pele quente, meus pelos se ouriçando imediatamente. Ele deve sentir, mas ignora, porque continua subindo a mão. Me remexo quando toca minha cicatriz, e suspiro pesado quando segura um dos meus seios, apertando-o. Penso que vai ficar me provocando, mas Christian só... segura. Apenas segura.

     Isso não significa que meu mamilo não fica rígido pelo contato dele.

     — O quê você tá fazendo? — Pergunto, tirando a atenção do filme por um minuto.
     — Tá frio. — Christian responde
     — Então liga a porra do aquecedor.
     — Eh, cavala! — Christian provoca
     — É égua. — Digo — Me ofende, mas não arrasta a ortografia junto.
     — Puta merda, como você está mal humorada hoje! É DDC?

     Reviro os olhos.

     — Eu já falei pra você que eu não tenho essa porcaria.
     — Toda mulher tem DDC. — Christian diz com convicção, e malícia ao mesmo tempo. Ele está querendo me irritar, só pra provar o que disse. Mas eu não vou deixar.
     — Mas eu não. Cala a boca e presta atenção na porcaria do filme que você queria assistir, antes que eu passe a usar uma máscara de hóquei e te mate.

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