C A P Í T U L O 64

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•Para uma melhor experiência deste capítulo, ouça El Manual – Anuel AA.

CHRISTIAN ANDERSON

     A rua está cheia de carros, e a casa lotada de adolescentes que já estão bêbados, mesmo não sendo nem 21:00h ainda. Ouvir o som da música alta e dos burburinhos das conversas me lembra da última festa em que estive, comemorando nossa vitória no estadual. Pensar na festa também é pensar na crise de ansiedade que eu tive aquela noite, e meu estômago se revira enquanto desço do jipe.

     Olho para Alyssa, que dá a volta no jipe para ficar do meu lado, e então volto a olhar para a casa. É a maior do bairro – também é a mais barulhenta –, cercada por grades de ferro pintadas de preto, tão velhas que é torneada por trepadeiras – e agora pisca-piscas coloridos. O grande portão está aberto, como quase sempre, já que está ali mais para enfeite – a casa inteira é cercada por câmeras e detectores contra invasão que provavelmente estão desligados. Quando passamos pelos portões, abro um sorrisinho, observando a interação humana ao meu redor.

     Aqui no jardim de fora está calmo, algumas pessoas estão sentadas com copos de bebida nas mãos e conversando, há alguns casais se pegando em alguns cantinhos mais escuros, e acho que acabei de presenciar uma mina fazendo um boquete – que nojo. Olho para Alyssa, e nós dois damos risada da cena.

     — Você tá bem? — Pergunto antes de entrar na festa, porque sei que não vou conseguir falar direito com o som alto.
     — Não... — Ela admite, mas sorri pequeno. — Acho que algumas bebidas vão me animar.
     — Só não bebe demais, falou?

     Toco meu punho no dela, piscando para a mesma antes dela sair andando na minha frente. Agora que estamos aqui, eu só quero esquecer tudo e me divertir.

     Cumprimento algumas pessoas na entrada, dando algumas risadas, piscando para algumas meninas bonitinhas que olham para mim, fazendo-as rirem como se tivessem 10 anos. Quando entro na casa, já vejo logo Nate perto de uma mesa com...sei lá, parece aqueles pózinhos coloridos do Lollapalooza – não que eu já tenha ido no Lollapalooza.

     — Aeh, porra! O aniversariante tá na área, maluco! — Ele diz, alto para ultrapassar o som da música, e ri enquanto a gente se cumprimenta rapidamente.
     — Porra é essa aí? — Aceno com a cabeça em direção a mesa. Não tem só pozinho colorido, como também tem um pouco de tinta e um monte de coisa colorida. — Tá vendendo coca colorida agora? — Dou risada
     — Não viaja, imbecil. — Alec me dá um tapa na nuca. — É pó que brilha no escuro, coisa pra meia-noite. Quem cheira essa merda aqui vai parar na UTI com intoxicação.

     Dou risada e pego um dois saquinhos com esse treco colorido fluorecente, um laranja e outro azul.

     — Cadê meu bolo? — Pergunto com um sorriso debochado nos lábios.
     — Daqui a pouco, mano, daqui a pouco... — Nate passa o braço ao redor dos meus ombros, e então começa a me puxar para mais dentro da festa.

     Conforme mais entramos, mais cheio a casa parece ficar. E está todo mundo dançando e bebendo, catando junto a letra da música toda embolada, porque é em espanhol. Há um forte cheiro de coisa doce e suor no ar, mas eu não me incomodo; muito pelo contrário, é estimulante.

     — Espero que você não seja cardíaco. — Nate grita, sorrindo de forma maliciosa para mim. Entramos em uma parte da festa em que está um pouco mais escuro, com a luz vermelho-neon predominante.
     — Por que? — Grito de volta
     — Acha a Sam que você vai me entender.

     A Sam veio...

     Olho para Nate, que sorri e me dá um tapinha no peito antes de me soltar e voltar para onde estava. Imediatamente começo a passar meus olhos ao redor das pessoas, mas é tanta gente, que não conseguiria bem reconhecer a mim mesmo se pudesse. Vou abrindo espaço por entre as pessoas, ainda cumprimentando algumas outras, sempre sorrindo, apesar de estar ansioso para achar a Sam.

     Eu acabo parando na cozinha, então aproveito para beber alguma coisa. Encho um copo vermelho quase até a boca com batida de cereja, que já estava pronto dentro da geladeira – mil vezes melhor do que cerveja. Dou um longo gole na bebida, que desce geladinha, me fazendo lamber os lábios. Dou mais alguns goles na bebida para esvaziar um pouco o copo, então volto a andar pela casa.

     Saio na piscina, que hoje está brilhando em uma cor de roxo bem viva, além de estar "decorada" com algumas boias infláveis divertidas. Inclusive, tem uma boneca inflável dentro de uma rosquinha. Balanço a cabeça, cumprimentando alguns caras do time que estão sentados perto da piscina, e todos eles me desejam feliz aniversário de novo. Entro de volta na casa pela porta da sala, que está quase livre de imóveis para haver mais espaço.

     — Fala, cara! — Diz Chad, um dos caras do time.
     — E aí? — Bato minha mão na sua, e ele me puxa para mais perto rapidamente, me dando um tapa nas costas.
     — Cara...olha aquela mina ali. — Ele usa o mindinho para apontar na direção da garota, porque está segurando um copo. — Mó gata, puta que pariu.

     Levo meu copo aos lábios, virando o rosto para olhar para a menina citada sem bem muita expectativa. Mas eu acabo me surpreendendo. E muito. Aquela é...? Não... impossível.

     Eu praticando fico paralisado enquanto vejo Sam rebolando a bunda. Ela se remexe como profissional, de um lado para o outro, e de cima para baixo, além de remexer os quadris em círculos lentos e sensuais. Fico parado, olhando-a de cima abaixo, admirando a vista deliciosa daqui da onde estou. Em em algum momento da dança, Sam joga o corpo para trás, batendo nas costas os cabelos presos num rabo de cavalo alto.

     Nossos olhares se encontram, e ela sorri feito uma diabinha, cheia de safadeza e provocação. Pela primeira vez na vida, Sam está usando "quase nada" de roupa em público, mas até que gosto. Não sinto ciúmes – nem deveria –, muito pelo contrário, fico excitado. A pele morena de seu colo e ombros estão brilhando de forma reluzente, e ela parece estar com calor, mesmo não parando de dançar. Seu corpo se mexe em movimentos lentos e sensuais, de acordo com o som da música. Sam morde o lábio inferior, sorrindo para mim. Sinto meu pau ficando apertado demais dentro da cueca, e isso não é nada bom.

     Bebo toda a batida de cereja dentro do meu copo, que depois entrego para Chad segurar. Passo a mão no cabelo, e sorrio de volta para Sam enquanto caminho em sua direção. Ela esfrega as mãos no próprio corpo enquanto rebola até o chão, e depois vai subindo com a bunda gostosa empinada, rebolando outra vez. Antes de chegar nela, pego uma cerveja fechada dentro de uma bacia cheia de gelo, e abro a tampa na quina de um móvel.

     Sam continua dançando, os olhos brilhando e "sorrindo" para mim como os de uma serpente traiçoeira, atraindo-me para uma armadilha muito sexy. Mas, esse encanto se quebra quando Beth chega. Ela segura o pulso de Sam, sussurra algo em seu ouvido e Sam sorri, concordando com a cabeça para o que quer que seja. Franzo a testa, confuso, principalmente quando ela acena com a mão.

     Ela está me chamando?

     Na dúvida, melhor não ficar parado aqui igual a um idiota. Dou um gole encorajador na bebida, sentindo meu corpo esquentar cada vez que ponho mais álcool para dentro, além do calor humano que me cerca. E eu costumo pegar fogo quando estou de pau duro, então... é. Vou atrás da Sam.

 Vou atrás da Sam

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