C A P Í T U L O 113

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SAMANTHA PRICE

     Espero pacientemente Christian aparecer no estacionamento da escola, para poder irmos embora. Achei que, depois daquela briga estúpida de hoje mais cedo, seria melhor ir de carona com ele, mas sem perguntar ou marcar nada. Se é assim que ele quer, então vamos fazer assim. Não precisamos brigar por isso.

     Ok, ele poderia até estar estressado com outras coisas, mas vamos começar por algo pequeno para diminuir um pouco mais o estresse – um pouco mais do que o boquete na sala de musculação.

     Encostada no jipe, eu olho a hora no celular, e depois passo os olhos pelo estacionamento, procurando por Christian. Como alguém se atrasa até na hora de ir embora? Ele não pode ter treino agora, não mesmo, porque teve treino de manhã cedo antes das aulas começarem. Tartaruga do jeito que é, Christian ainda deve estar arrumando a mochila para sair da última aula.

     Minha curiosidade e impaciência falam mais alto, e por isso mando mensagem.

Você vai ir embora agora?
Estou esperando no estacionamento.

     Bloqueio o celular, mas pouco depois ele vibra com a chegada de uma mensagem.

C: Tô indo.
C: O treinador tava me prendendo na sala dele.

     Dou uma risadinha do emoji revirando os olhos que ele envia.

C: Mas espera aí, que já tô indo!

     Guardo o celular de volta na mochila, soltando um suspiro. Alguns minutos mais tarde, vejo Christian correndo por entre os poucos carros que estão estacionados, vindo na minha direção. A jaqueta dele cai de um lado dos ombros, e a mochila balança com força em sua mão. Por algum motivo, vê-lo correr até mim me faz abrir meu sorriso mais bobinho.

     Quando chega perto, percebo que ele está levemente ofegante e as bochechas estão rosadas, assim como o pescoço. Christian se inclina, e me dá um beijo rápido na boca antes de se afastar outra vez.

     — Esperou muito? — Ele pergunta, apertando um botão do chaveiro para abrir o jipe.
     — Nem tanto. — Subo no jipe, fechando a porta em seguida. — Por que estava correndo?
     — Sei lá, achei que você já tava a muito tempo plantada aqui.

     Uma vez sentado no banco ao meu lado, Christian respira fundo, e depois olha para mim, sorrindo de um jeito muito fofo com a boca fechada.

     — Seu humor para ter melhorado. — Inclino meu corpo em sua direção, apoiando o braço na placa de plástico que tem entre os dois bancos da frente. — Está se sentindo melhor?
     — Um pouco, mas saber que preciso voltar pra casa já me cansa.

     Levo a mão ao seu rosto, lhe fazendo carinho com os dedos bem devagar. Isso faz Christian suspirar, e depois deitar o rosto na minha mão. Desejo ficar assim o resto do dia. Não necessariamente dentro do carro, mas assim, com ele e uma musiquinha no fone de ouvido.

     — A gente podia passar a noite juntos de novo. — Sugiro, mesmo que não seja sério, até porque tem uma variável de coisas que não contribuem para passarmos a noite juntos. — Minha mãe tá em casa hoje, mas a gente podia ficar no apartamento. Seria ótimo.
     — Seria, mas não podemos. — Christian tira delicadamente minha mão de seu rosto, beijando-a após. — Eu tô de castigo e meus pais estão em casa, não dá nem pra quebrar o castigo.

     Sorrio pequeno, fazendo um ameno com a cabeça para dizer que entendi. Christian se aproxima para me dar outro beijo na boca, um mais demorado e carinhoso.

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