C A P Í T U L O 44

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•Para uma melhor experiência deste capítulo, ouça Confident – Demi Lovato.

CHRISTIAN ANDERSON

     Eu nem me incomodo com o fato de pegar dois dias de detenção depois da aula. Não seria a primeira vez. Já peguei até duas semanas, não me lembro do motivo, mas sei que já chegou a acontecer. No geral eu não sou um aluno tão mau assim, até porque eu não costumo me meter em brigas...pelo menos não dentro da escola.

     De qualquer maneira, o ponto alto do meu dia foi meter a porrada no Scott. Porra, eu tô guardando esse desejo já faz mais do que a muito tempo.

     Não levei advertência dessa vez, então saio da sala da diretora sem o peso na costas de saber que meus pais vão me dar mais uma coça em casa. O lado bom de estar no time da escola e ainda ser um dos melhores jogadores, é que você quase nunca leva advertência quando apronta alguma merda, porque advertências nos deixam no banco durante os jogos, e ninguém quer me ver no banco. Eu nem me lembro como é ficar no banco.

     Caminho para o vestiário, porque hoje, ao invés de treino de futebol americano, eu tenho EF. É o único dia da semana em que não tenho treino depois do almoço, o que não é tão ruim assim. Toco os dedos logo abaixo do olho em que apanhei, soltando um gemido de dor pela sensibilidade do machucado recente. Meu rosto obviamente ainda está todo dolorido, apesar do analgésico que tomei e do gelo que a enfermeira colocou no meu rosto. Vai ser um cu quando eu for colocar o capacete de futebol na cabeça, puta que pariu.

     Faço uma careta, porque ainda está latejando um pouco, e então abro a porta do vestiário. Posso sentir o olhar dos caras vindo direto para mim. Eu reviro os olhos, abrindo caminho até meu armário, e ignorando os comentários sobre a briga no almoço. Tô de saco cheio de ouvir tantos "rumores" pelos corredores da escola. A quantidade de merda que eu ouvi falarem da Sam hoje me fez quase cometer um homicídio em metade da turma de química. Porra, por que ninguém toma conta da própria vida?

     Ouvi a primeira fofoca da Lauren, que veio xeretar minha vida e perguntar se era verdade – bom, você é aquilo que come, e ela tá comendo tanto minha irmã, que tá se tornando uma fofoqueira igual; credo. Fiquei puto. Depois comecei a pensar na Sam. Imagino como ela deve estar se sentindo invadida com todos falando dela, o que eu sabia que aconteceria. Eu conheço ela. Espero que a Tess não seja a fonte de todo esse boato ridículo – mesmo que não seja um simples boato, e seja a verdade –, porque ela "prometeu" não espalhar nada por ai se eu fosse no baile com ela. Além disso, todo mundo sabe que eu deixei bem claro que fomos no baile como amigos, então a culpa não é nem minha pelas pessoas ficarem dizendo por aí que eu enjoei da Sam.

     Vontade de quebrar o dente de quem diz essas merdas.

     — Opa, opa...tá esfolado mesmo. — Nate agarra meu rosto pelo queixo, assim que me vê. — Já era feio antes, agora...
     — Toma no cu, Nathaniel.

     Dou um tapa em sua mão, virando o rosto de forma bruta. Nate dá risada.

     — Soube que o Scott ficou pior. É verdade?

     Dou de ombros e abro meu armário com um puxão só do cadeado – esqueci a chave na mochila, e minha mochila está no meu outro armário. Não sei dizer se o Scott ficou pior ou não, porque ainda não me olhei no espelho pra ver como estou. A dor que sinto pelos músculos do rosto faz parecer que tô todo roxo, mas pela minha "experiência", nem deve ser pra tanto. Ele mal me acertou, quem saiu no "lucro" fui eu, por ser maior que o cara, fisicamente falando.

     — Cara, eu queria ter visto isso! — Nate continha falando, puxando a camiseta pela gola para tira-la. — Porra, eu ia gravar e postar no twitter e você ia ficar famoso.

All For Love ✓2Onde histórias criam vida. Descubra agora