C A P Í T U L O 177

2.8K 280 191
                                    

SAMANTHA PRICE

     A gente começa a se pegar dentro do elevador. Não é uma pegação pra valer. Somos apenas dois adolescentes arrumados, trocando saliva em beijos leves, demorados e de tirar o fôlego. As mãos de Christian estão cobrindo minhas costas, e meus braços estão abraçando seus ombros largos, o corpo dele encostado numa das paredes do elevador.

     Ouço o som do elavador descendo andar por andar, e, como já estou acostumada com essa rotina, já até sei que estamos próximos do térreo. Por isso me obrigo a interromper esse beijo delicioso.

     — Meu batom borrou? — Pergunto, olhando nos olhos de Christian.
     — Não. — Ele sorri, e eu percebo que seus lábios ficaram avermelhados por causa do meu batom forte.
     — Mas agora você também está usando ele. Que sexy.

     Começo a usar o polegar para limpar o excesso do batom vermelho de seus lábios. E Christian não para de olhar para mim, os olhos completamente focados nos meus, o que de certa forma chega a ser excitante.

     Era pra ser uma noite romântica, por que estou cheia de fogo?

     Ah, deixe me ver...porque o Christian está gostoso? É, deve ser. Porque ele está muito macho gostoso com esse terno preto sob medida, todo apertadinho em seus músculos de super estrela do futebol americano. E o perfume dele? Poooooorra! Está cheirando a masculinidade pura – uma masculinidade que não é frágil, o que é mil vezes mais atraente. Esse cheirinho de colônia masculina é penetrante. Outras coisas também podiam ser.

     — Prontinho. — Murmuro com a voz rouca, depois de terminar de limpar os lábios dele.

     Me afasto tossindo para limpar a garganta, e ficando de frente para as portas do elevador. Quando paramos no térreo, antes de sair do elevador, Christian segura minha mão. Sinto um sorriso involuntário surgindo sobre meus lábios.

     Vamos até o estacionamento pago onde meu pai deixou minha moto ontem a noite. A pintura da lateral dela ficou completamente arranhada, fora alguns detalhes que ficaram rachados ou quebrados. Da até pena de ver ela assim, e vergonha de ter que andar com ela toda fodida pela cidade. Mas pelo menos vai ser uma última volta.

     — Toma seu capacete.

     Entrego a Christian o azul reserva, que o examina cuidadosamente. Acho que esse não vai caber nessa bola de cristal que ele chama de cabeça.

     — Tudo bem. — Suspiro — Pega o meu.

     Troco o capacete azul pelo o meu rabiscado – e agora arranhado –, e, como o esperado, esse cabe perfeitamente na cabeça de Christian.

     — Nervoso? Ainda dá tempo de chamar um Uber. — Brinco com ele, percebendo o jeito nervoso como olha para toda a moto.
     — Sério? — Seus olhos se voltam para mim rapidamente.

     Não tem como não rir.

     — Relaxa e confia em mim. — Seguro sua mão — Posso ir devagar se você quiser.
     — Tá. Tudo bem. — Christian respira fundo — Vamos logo.

     Abro um sorrisinho para ele, e depois subo no banco. Espero Christian subir também para eu poder ligar o motor, que ruge embaixo de nós com força – pelo menos o motor ainda está bom. Os braços enormes de Christian envolvem minha cintura imediatamente, como se ele tivesse medo de cair sem nem que tenhamos saído do lugar ainda.

    A sensação dele na garupa da minha moto é muito estranha; ele é pesado, tem o corpo largo de um jogador, parece que estou carregando sacos de areia nas costas.

All For Love ✓2Onde histórias criam vida. Descubra agora