•Para uma melhor experiência deste capítulo, ouça What A Wonderful World – Louis Armstrong.
CHRISTIAN ANDERSON
— Acha que ela já acordou?
Olho para Alyssa, que está viajando no mundo da lua enquanto se encara no espelho do elevador. Acho que se quer deve ter me escutado. Ela está assim desde hoje cedo, depois da nossa conversinha sobre a maconha, e me ignorou o resto da manhã e a tarde inteira. Não sei se está irritada por eu ter intervido no seu plano de ficar chapadona pra chupar uma buceta, ou se só está com vergonha. A conheço o suficiente pra ter quase certeza de que é a segunda opção.
Desvio o olhar, me encostando na parede de metal. Nunca achei que um elevador fosse levar tanto tempo para chegar no quinto andar de um prédio.
— Ei...Aly... Você me ouviu? Acha que a Sam já acordou? — Pergunto mais uma vez, e ela pisca, olhando para mim em seguida.
— O quê? — Pergunta baixinhoReviro os olhos, mas não digo mais nada, até porque a porta do elevador se abre. Enquanto duas enfermeiras entram, a gente sai e vai caminhando pelo corredor. Passo meus olhos rapidamente pela porta dupla com janelinha da sala de espera de cirurgia. Está vazia, e eu me lembro de como fiquei paralisado ali ao ver a Samantha ser operada hoje mais cedo. Tenho certeza de que isso não vai me deixar dormir a noite.
Volto a olhar para frente, enfim chegando na sala de espera dos quartos. A Sam deve estar em um quarto só seu, porque acabou de sair de cirurgia, mas ainda sim eu olho para dentro do quarto das criancinhas – o mesmo que a gente visitou uma vez – quando passo pela porta. Abro um meio sorriso quando vejo que elas estão sendo visitadas pelo "Homem-Aranha."
Mas meu sorriso some assim que vejo quem está sentada na sala de espera.
— Puta que pariu, Thereza. — Vou andando até o sofá em que ela está sentada, mexendo na unha. — Tá fazendo o que aqui?
Porra... é um encosto mesmo.
— Eu? Vim fazer o cabelo. — Ela revira os olhos. — O que você acha, hein? Vim ver a Sam!
— Isso é sério? Mesmo? — Se hipocrisia fosse um câncer, ela teria morrido ainda na infância, porque o caralho de garota hipócrita. — Qual é o seu problema?
— Olha, eu fiquei sentida quando soube, ok? Dá um gasto.Dar um gasto... Como fazer isso, quando trai a Sam com ela ainda ontem e agora a idiota tá sentada aqui como se nada tivesse acontecido? Ok, se for pra pensar assim, eu também não deveria estar aqui. Mas ela é a Thereza, a garota que judiava a vida da Samantha sem motivo algum. Eu, pelo menos, me importo de verdade com ela.
Suspiro e me viro para Nate, que está sentado numa poltrona longe do sofá.
— E o que você tá fazendo aqui também, cara? — Pergunto
— Olha só, não vem de grosseria pra cima de mim que eu não sou tuas "mina". — Ele diz, erguendo uma sobrancelha. Quase dou risada, mas a presença da Tess ainda está me irritando. — E eu tô aqui porque vim trazer a janta do meu pai, aí soube da Sam. Sei lá...ela é legal, gosto dela, quis saber se ia ficar bem.Ele dá de ombros, meio desconfortável, e depois suspira. Aparentemente, todo mundo resolveu ficar preocupado hoje...
Espera aí...
— Seu pai? — Franzo a testa, enquanto me sento na poltrona do outro lado da sala, só pra não ter que sentar com a Tess. Já minha irmã não tem muita escolha. — Ele trabalha aqui?
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All For Love ✓2
Teen FictionLivro #2 OBS.: Sinopse possui spoiler do livro #1 Samantha Price estava de coração partido. O garoto pela qual jurava estar apaixonado por ela havia cometido um erro - o erro que ela mais temia acontecer. Depois da terrível - e quase fatídica - no...