C A P Í T U L O 151

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CHRISTIAN ANDERSON

     Antes da minha última janta com meus avós em Seattle, eu tomo um banho e me arrumo. Vou na festa para qual fui convidado pela Rae.

     Literalmente peguei uma camiseta do meu avô emprestada; ela fica mais bonita em mim. É de abotoar e tem estampa listrada, e fica larga no meu corpo, porque meu avô é levemente pançudo e gordo.

     Fico na frente do espelho um tempo, tentando decidir o que fazer com o cabelo. Parte da demora é porque estou pensando sem parar enquanto me arrumo, o que me deixa mais lerdo do que já sou naturalmente. Estou pensando sobre não estar nem um pouco afim de ir numa festa onde praticamente não conheço ninguém, mas também sobre como quero encher a cara e esquecer os problemas por uma noite. Eu poderia estar fazendo isso de outra maneira, mas a Sam tá do outro lado do país, bem longe de mim.

     Eu facilmente trocaria uma noite de festa e bebedeira por uma noite de sexo e carinho com ela. A gente faria sexo, tirariamos uns minutos, depois voltariamos a fazer sexo e segueriamos nesse ciclo até alguém pegar no sono primeiro. Nada é melhor que isso.

     Suspiro para meu reflexo claramente cansado no espelho, e paro de mexer no cabelo. Não adianta o quanto eu tente arrumar, nunca vai ficar direito, só se eu gastar metade do pote de gel e eu não quero. Vai bagunçado, foda-se.

     Abro os primeiros botões da camiseta para dar um ar mais charmoso no look, deixando minha correntinha amostra contra o peito. A Sam ia adorar se me visse assim; ela tem algum tipo de fetiche na minha correntinha.

     Quando volto para o quarto, Alyssa está sentada na cama terminando de mexer na maquiagem. Ela está bem... colorida. Geralmente ela é toda gótica trevosa, e hoje está usando um moletom com estampa de vários arco-íris e uma saia jeans preta, pelo menos.

     — Você usando outra cor que não seja preto. — Comento com sarcasmo — Que milagre.
     — Vai se foder. — Alyssa responde sem olhar para mim, concentrada em circular o olho com aquele bagulho preto que borra a porra toda.
     — Você falou com o Zach que a gente vai na festa?

     Pedi para ela avisar ele, já que ela vive plantada na casa do cara, dando chá pra Jennie – aquele mesmo chá que a Sam me dá.

     — Falei... — Alyssa responde com a voz engraçada porque está com a boca toda arreganhada. Por que as garotas fazem isso quando estão pintando o olho? — Ele disse que vai passar aqui oito e meia.
     — Beleza...

     Me sento na cama e pego o celular para mandar uma mensagem pra minha namorada. Se Sam estivesse aqui, poderia leva-la na festa e mostrar pra todo mundo que eu tenho uma namorada perfeita.

Tá, aí?
S: Tô!!!
Quero transar.
S: Nossa, mas já chega assim?
S: E o romantismo?
Tudo bem.
Quero fazer amor.
Tá bom pra você?
S: Primeiramente: que grosseria...
S: Segundamente: eca, que brega.
Desculpa, tô estressado.
Por isso eu quero transar.
Nada melhor do que fazer minha namorada gozar...
S: Você só sabe falar merda, cara?
Sim.
O tempo inteiro.
S: Sim, o tempo inteiro.
S: A gente pensa muito em sexo...isso é normal?
Claro.
Somos adolescentes, e adolescente só pensa nisso.
Principalmente um adolescente que tem a vida sexual ativa como a nossa.
Nada de errado pensar em comer você agora.
S: A gente devia pegar mais leve.
Você quer pegar mais leve?
S: Não...
Eu também não quero.
Vamo' continuar a putaria.

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