C A P Í T U L O 69

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CHRISTIAN ANDERSON

     Não sei que horas são, quando ou onde acordo. Eu simplesmente acordo. Pelado.

     Abro os olhos com dificuldade, porque ainda estou morrendo de sono, um sono bem pesado, tanto que me sinto levemente tonto quando me mexo pra sentar. É assim que você sabe que o sono foi bom pra cacete. Nem sei porque estou acordando, se posso continuar dormindo o dia inteiro, se possível. Faz muito tempo que não tenho um sono tão gostoso assim, é revigorante, apesar da preguiça.

     Depois de me espreguiçar todo, eu passo os olhos ao redor do quarto desconhecido em que estou, só então as imagens da festa na noite anterior correm pela minha memória. Imediatamente olho para o outro lado da cama, mas Samantha não está comigo. É claro que não está, ela sempre vai embora mesmo.

     Suspiro e volto a me deitar de costas, passando as mãos no cabelo descabelado. Ainda não sei que horas são, se duvidar, o pai do Nate e da Beth já tá até em casa e eles estão lá embaixo almoçando de boas. Preciso voltar pra casa. E Alyssa... caralho, esqueci da minha irmã.

     Rapidamente saio da cama, catando minhas roupas pelo quarto pra me vestir antes que alguém entre no quarto. Visto a cueca e calça, mas não encontro o raio da camiseta em lugar nenhum – onde que eu deixei aquela merda ontem a noite? Paro no meio do quarto, puxando o cabelo entre os dedos e passando os olhos por todo o quarto. Minha visão já não está muito legal, meio pesada de sono, e eu ainda preciso ficar procurando onde eu mesmo deixei a porra da camiseta. Foda-se, eu acho depois.

     Passo no banheiro pra mijar e tirar um pouco da tinta que tenho no corpo, e só então desço para ir embora, além de ver se minha irmã ainda está por aqui. Está claro lá fora, vejo pelas janelas, e a casa vazia, toda bagunçada, lotada de copos vermelhos e azuis por todos os lados, além de pacotinhos de comida, decorações, enfim, o estrago é grande. Há duas empregadas se mexendo rapidamente na entrada da casa, catando lixo, passando pano e resmungando aos montes. Esse é o problema das festas; a sujeira que vem depois.

     Passo pelas empregadas, desejando bom dia, e a que parece ser mais nova sorri pra mim, o que a faz levar um beliscão no braço da mais velha. Dou uma risadinha discreta e sigo até a sala. Nate e a irmã dele estão cantando copos e um monte de outros lixos pelos cantos, jogando em grandes sacolas pretas de lixo.

     — Ah, o Belo Adormecido acordou. — Nate diz e dá risada.
     — Bom dia... — Resmungo de voz rouca, em seguida me encostando no sofá que já foi posto no lugar. — Quanto tempo eu dormi?
     — Pra caralho. Já vai dar meio-dia, seu preguiçoso de merda.

     Nate joga um copo vermelho de plástico na minha direção, e, mesmo com sono, eu seguro o copo antes que ele bata em mim. Reflexos de futebol americano; não falham nunca.

     — Vai se foder. — Digo, revirando os olhos de forma preguiçosa.
     — Poxa, mas é a alegria e o otimismo em pessoa. — Nate sorri com deboche pra mim, e eu reviro os olhos de novo.
     — Vocês viram a Aly? — Pergunto — Se ela foi embora com alguém ontem?
     — Ela tá dormindo no meu quarto. — Beth responde

     Arqueio uma sobrancelha pra ela, e depois olho para Nate, que dá de ombros e continua cantando lixo. Volto a olhar para Beth.

     — Aí, relaxa. — Ela diz, sorrindo de canto. — Ela tava caindo de bêbada, então coloquei ela pra dormir na minha cama. Eu ia colocar ela no quarto de hóspedes, mas você tava dormindo todo peladão lá, então não achei uma boa ideia.

     Arregalo os olhos levemente, desviando meu olhar dela, para Nate balançando a cabeça negativamente pra mim. Espero que mais ninguém tenha entrado no bendito quarto, nem que sem querer.

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