C A P Í T U L O 159

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CHRISTIAN ANDERSON

     Sam gruda em mim igual slime vencido.

     Estou muito feliz em ver ela. Não, estou muito mais do que apenas feliz em ver ela. No instante em que a vi olhando para mim, de longe, com aquele sorriso brilhante e enorme nos lábios carnudos, senti alívio. Passei a semana inteira tentando não enlouquecer com toda a insanidade da minha família complicada, e agora eu tenho a chance de respirar livremente ao lado de quem faz meus problemas evaporarem feito água... 

     O rosto de Sam está escondido no meu peito, e ela se esconde atrás de meus braços, estando os seus ao redor do meu corpo também. Nem meus pais ousam interromper esse momento super clichê, nível filme da Netflix com o Noah Centíneo.

     Depois de muito custar, Sam finalmente desgruda de mim, mas ainda fica segurando minha mão.

     — Foi mal. — Ela diz, dando um risinho e ficando corada. — É que senti saudades.
     — Eu também senti saudades. Muita.

     Ponho a mão em seu rosto, me aproximando para um beijo em seus lábios com gosto de gloss de morango. Sam sorri.

     Quando olhamos para trás, percebemos que temos uma pequena platéia, formada pelas nossas famílias, nos assistindo. Eles desviam o olhar, fingindo que não estão apreciando o espetáculo. Reviro os olhos.

     Todo mundo se cumprimenta rapidinho, com aquele papinho furado de "como foi as férias". Meus pais mentem, dizendo que foi ótimo e tranquilo – super, nossa. Agora sobre o que Sally diz eu não tenho dúvidas; eles se divertiram mesmo, a Sam me contou.

     Sinto um pouco de inveja dela – uma inveja boa –, porque suas férias foram melhores que as minhas. Pelo menos ela agora tem boas lembras para levar consigo.

      Sam abraça Alyssa, e as duas conversam um pouco, rápido também. Depois disso meus pais lembram que temos que pegar as malas ainda, e por isso deixamos a sala de espera. Seguro a mão de Sam enquanto vamos caminhando atrás de todo mundo.

     — O que aconteceu com a Aly? — Ela me pergunta, olhando para Alyssa caminhando solitária um pouco na nossa frente.
     — Longa história. — Digo — Tem haver com uma garota e outras coisas.
     — Uma garota? A Lauren?
     — Não. Jennie. — Olho para Sam — É uma colega nossa de infância, que mora lá na rua dos meus avós. Alyssa e ela meio que tiveram um caso essa semana. — Dou ênfase em "tiveram um caso", usando a mão livre para fazer aspas com os dedos no ar. — Só que ela decidiu terminar antes de volta pra casa.
     — Ah...por que?
  
     Dou de ombros.

     — Acho que ela não queria continuar um relacionamento se for a distância. — Na verdade, eu não acho, tenho certeza; Alyssa me contou durante o vôo. — Principalmente porque ela estuda com a ex dela, o que com certeza atrapalharia muita coisa.

     Eu entendo a Alyssa. Eu também não conseguiria ter um relacionamento a distância. Eu estou acostumado a ver a Sam todos os dias, a beija-la todos os dias, a toca-la todos os dias, a ouvir sua voz todos-os-dias; seria torturante não ter isso mãos todos os dias. Só essa semana já foi estranha sem ela, imagina um ano ou mais.

     Além disso, filmes e séries comprovam que um relacionamento a distância sempre se desgasta com o tempo, as ligações diminuem, as mensagens param de chegar, e menos notícias você recebe da outra pessoa. Não conseguiria me ver assim com a Sam.

     É por isso que prefiro evitar falar ou pensar sobre a faculdade – por enquanto; uma hora vamos acabar falando sobre isso.

     — Nossa... — Sam assobia, sorrindo em seguida. — Aconteceu bastante coisa essa semana, então. Mais do que você me contou por telefone.
     — Você não faz ideia...

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