C A P Í T U L O 152

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SAMANTHA PRICE

     Como o mais velho entre nós três, o Nate vai tomar conta da gente. Ele vai dirigir na ida e na volta – óbvio, porque eu não tenho carteira para carro e a Beth tem quinze anos –, e eu não vou deixar ele beber nada alcoólico, e ele não vai deixar a gente beber nada alcoólico também. É uma festa no Beach Club, tem seguranças para todo lado e é uma festa fechada para apenas membros do clube. Só precisamos do passe, e tá resolvido.

    Abro um sorriso confiante quando termino de falar, e olho para Charles e minha mãe. Eles se encaram, depois olham para mim, Nate e Beth. Estamos os três de pé para eles, que estão sentados no sofá, e tentamos parecer o mais santinhos e comportados possível.

     — Bom — Minha mãe começa a falar, assumindo uma pose falsamente séria. Ela só está se achando por nossa felicidade depender da sua resposta. —, nós demos um dia pra vocês ficarem sozinhos, e vocês ainda pedem a noite?
     — A gente dá o braço, e eles já querem o corpo inteiro. — Charles entra na dela, sorrindo e balançando a cabeça.
     — Que feio.

     Olho para Nate por cima da cabeça de Beth, que está de pé entre nós e é baixinha. Ele afirma com a cabeça quando entende meu olhar de emergência. Hora do plano B.

    Cutuco Beth, para ela ficar a par de que vamos partir para nossa maior e mais secreta arma, da qual nenhum pai bonzinho resiste...

     — Por favoooooor! — Imploramos os três em coro.

     Juntamos as mãos uma na outra, implorando e fazendo carinha de cachorro pidão. Se isso não funcionar, temos o plano C, que é aquela história de fugir quando eles estiverem dormindo. Estou torcendo para não precisarmos usar o plano C.

     Charles e minha mãe continuam olhando para nós com aquela falsa sensação de superioridade – ainda que sejam nossos pais e responsáveis legais, e eles sejam sempre os superiores para nós.

     Os sorrisinhos em seus rostos são irritantes, e eu sei que eles estão fazendo isso para torturar a gente. Com certeza já devem até ter uma resposta a gente a muito tempo.

     — Deixa! Deixa! Deixaaaaa! — Continuamos implorando

    Minha mãe revira os olhos.

     — Tudo bem, já chega. — Ela diz, entonando uma voz mais alta. — Não podemos deixar vocês irem a uma festa sozinhos num lugar que não conhecem, com gente que vocês conhecem.
     — Quando estamos em casa, você praticamente me expulsa de casa para ir em alguma festa e me "socializar". — Argumento, imitando aspas com os dedos.
     — É diferente. — Minha mãe arqueia uma sobrancelha. — Em casa festas são dadas por pessoas que você conhece, e você encontra seus colegas da escola. Aqui é um ambiente novo,  com pessoas novas.
     — Preciso concordar com a Sally. — Charles acrescenta — Deixar vocês saírem pela cidade durante o dia é uma coisa, agora ir para uma festa durante a noite com pessoas desconhecidas? Não é uma boa ideia.

     Merda, ele tem razão.

     E é exatamente por isso que eu quero ainda mais isso na festa. Eu sou adolescente, não preciso ver lógica nas coisas.

     — A gente sabe se cuidar. — Digo a eles — Vocês educaram a gente pra isso, né? Não somos idiotas.
     — Só um pouquinho. — Nate usa os dedos para indicar um sinal de algo pequeno.

     Beth chuta o tornozelo dele por mim, e eu seguro o sorriso satisfatório.

     — Aí... — Nate resmunga entredentes — Ok, tudo bem, a gente é responsável sim.

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