SAMANTHA PRICE
Depois do café da manhã, eu pego um Uber de volta para o apartamento da minha mãe... sozinha. Christian pega outro Uber, só que para a casa da festa de ontem a noite, porque ele precisa pegar o carro dele. Quando nos despedimos na hora de embora foi meio estranho. Sei lá, parecíamos um pouco distantes, ou com vergonha, eu mal conseguir abraça-lo.
Durante o caminho até em casa, fico pensando em tudo o que aconteceu durante a noite passada, mas algumas coisas estão meio borradas porque enchi a cara. Tipo, eu não me lembro direito como aconteceu meu beijo com Alec, mas tenho quase certeza que ele fez sem pensar direito. Juro por Deus, ele simplesmente virou e me beijou sem pensar, tanto que sua boca travou na minha. Acho que ele só estava tão bêbado quanto eu. Seria até ótimo se ele não se lembrasse, mas deve ter um monte de stories no Instagram com cenas do showzinho que Christian fez depois.
Minha vida "amorosa" tá um cu.
O carro do Uber para de frente para o prédio da minha mãe, e eu lhe pago 10 dólares pela corrida. Sinto frio enquanto corro para dentro do prédio, abraçando meus próprios braços, finos pingos de chuvisco caindo no meu rosto de pouquinho em pouquinho. Quando chego no apartamento, solto um longo suspiro de alívio por estar em casa, e já vou tirando as botas pesadas que peguei emprestado da minha mãe. Por falar em mãe, será que ela tá em casa?
— Mãe? — Chamo sem precisar gritar muito, já que o apartamento é pequeno o suficiente para ouvir barulho de todos os cômodos. — Mãe?
Passo pelo corredor, direto até o quarto dela. Sua porta está meio entreaberta, e eu posso ouvi-la fungando e chorando baixinho, assim como posso vê-la sentada na beira da cama. O que aconteceu? Para não assusta-la, eu entro no quarto devagar, e o barulho da porta rangendo chama sua atenção. Sorrio de canto, e imediatamente minha mãe seca o rosto com as mãos, largando o celular. Vou até perto dela, ajoelhando-me no chão.
— Mãe... — Digo suavemente — Por que você tá chorando? O que aconteceu?
— Nada, querida, não precisa se preocupar. — Ela força um sorriso nos lábios trêmulos, e continua secando os olhos.
— Mãe... — Insisto — Tem alguma coisa a ver com esse tal de Timothy que te levou pra sair? Olha, se ele fez alguma coisa com você... — Eu não gosto nem de pensar que esse cara possa ter machucado minha mãe, chega me dá calafrios e uma leve pontada de enjôo no estômago.
— Não, ele não fez nada comigo...quer dizer, ele nem apareceu.Ah... Eu me levanto e depois me sento ao seu lado na cama, envolvendo seus ombros com o braço. Minha mãe deita a cabeça na minha direção, e eu a beijo entre os cabelos. Odeio ve-la chorando desse jeito, parece que as pessoas não tem nem um pingo de consideração pelos sentimentos dela.
— Ele disse o por quê não apareceu? — Pergunto baixinho
— Não. — Minha mãe chora, e eu sinto meu coração sendo partido em pedacinhos que estavam se reconstruindo aos poucos. — Ele não mandou mensagem... não atendeu minhas ligações. Fiquei quase duas horas esperando no restaurante.Que filho da puta.
— Sinto muito, mãe. — Aliso seu braço com a mão, a apertando com força como ela faz comigo quando estou triste ou doente. Isso sempre me reconforta. — Ele é um idiota por ter deixado uma mulher linda e gostosa como você esperando.
Minha mãe dá uma risada bem fraquinha. Não acredito que esse tal de Timothy marcou com ela, e depois a deixou esperando sem dar sequer uma explicação, isso é muito coisa de filho da puta. Aposto que só estava querendo brincar com os sentimentos da minha mãe, e isso não é nada legal. Às vezes o perfil do cara era até fake.
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All For Love ✓2
Teen FictionLivro #2 OBS.: Sinopse possui spoiler do livro #1 Samantha Price estava de coração partido. O garoto pela qual jurava estar apaixonado por ela havia cometido um erro - o erro que ela mais temia acontecer. Depois da terrível - e quase fatídica - no...