All For Love ✓2

C A P Í T U L O 88

CHRISTIAN ANDERSON

     Me remexo na cama, procurando pelo corpo quente e macio de Sam, mas não a encontro com as mãos. Abro os olhos com certa dificuldade, porque eu estava tendo um soninho muito bom até ela sair de meus braços, e então percebo que ela não está deitada aqui comigo.

      Esfrego os olhos com as mãos, me perguntando se as últimas horas não foram um sonho, e que ela está neste exato momento dormindo em sua própria cama. Poder dormir juntinho dela outra vez é tão surreal, que parece um sonho. Um parte de mim estava morrendo de medo de que as coisas não fossem como eram antes. Felizmente, as coisas estão seguindo sua ordem natural, como já deveria ter acontecido a muito tempo.

     Não sei a quanto tempo estou deitado sozinho, por isso também não sei se Sam está demorando ou se acabou de descer, por isso resolvo sair da cama e ir atrás dela. Vou cambaleando sonolento pelo corredor, bocejando e coçando a cabeça.

     Que horas são? Ainda é bem tarde da noite, mas perdi completamente a noção do tempo depois que fomos deitar pra dormir.

     Desço as escadas, indo direto na cozinha, que fica antes da sala. Para o meu alívio – não sei por quê – Sam está na cozinha, sentada na ilha, comendo do meu pote de sorvete. Abro um sorriso sonolento pra ela, indo até ela, que sorri travessa enquanto põem uma colherada na boca.

     — Peguei no flagra... — Sussurro, minha voz rouca de sono. Paro de frente para Sam, pondo as mãos no metal da ilha e esticando as pernas pra trás, de modo que minha coloca se incline em sua direção.
     — Eu estava com sede. — Sam sussurra de volta, sorrindo.
     — Ah, eu não sabia que sorvete matava sede. — Passo o dedo no sorvete dentro do pote, e depois o chupo e lambo; Chocolate Chip Cookie Dough Core é o melhor sabor de sorvete na face da terra.

     Sam dá uma risada, lambuzando os lábios com o sorvete na colher. Eu me aproximo um pouco mais, mantendo só um pouco de distância entre nossos corpos. Ela está sorrindo daquele jeitinho brincalhão enquanto me encara nos olhos, vez ou outra lambendo os lábios sujos de sorvete.

     — É, mas aí bateu uma fooome também... — Sam ri outra vez, balançando as pernas dependuradas. Ela está literalmente sentada em cima da ilha de inox; se minha mãe visse isso, surtaria.
     — Fome de sorvete? — Arqueio a sobrancelha

     Sam balança a cabeça para afirmar, pondo mais uma colherada cheia de sorvete na boca.

     — Você é magrinha, mas come pra caralho. — Dou uma risada baixa, da qual Sam me acompanha. — Oh, prejuízo...
     — Prejuízo? — Ela franze a testa, negando com a cabeça. — Não, não...eu não dou prejuízo...eu dou outra coisa.
    
     Mordo o lábio inferior, olhando de seus olhos, para sua boca apetitosa. Sam está com a colher presa entre os dentes, sorrindo travessamente. Volto a olhar para seus olhos, e então levo meus quadris de modo que fiquemos mais próximos ainda. Sam laça um dos lados com a perna, roçando o pé na base da minha coluna e na minha bunda.

     — Sam... — Murmuro num tom de advertência. Ela está brincando comigo, isso está explícito em seu sorriso e em seus olhos brilhantes.
     — O quê? — Ela ri e tira a colher da boca.
     — Por que você não me dá isso aqui? — Tento tirar o pote de sorvete de sua mão, mas ela nega e o segura longe de mim. Suspiro e sorrio de canto. — Sam...
     — O quê, Christian? — Seus olhos ficam arregalados enquanto ela ri, tremendo de cima a baixo. — Só estou comendo sorvete. — Sam chupa a colher. — Você quer?

      Batuco os dedos na superfice lisa da ilha, depois segurando a beirada com força entre os dedos.

     — Responde! — Sam ri outra vez, enchendo uma colher com sorvete e levando-a na minha direção. Abro a boca para receber o sorvete, mas ela desvia e põem na própria boca, rindo como uma criancinha ri de um desenho animado. — Vacilou...
     — O quê é que você quer, hein? — Levanto uma sobrancelha, tentando passar o dedo no sorvete outra vez, mas ela não deixa.
     — Eu? Nada... — Ela lambe a parte redonda da colher lentamente, olhando bem nos meus olhos. Puta caralho... Minha cueca chega fica apertada ao redor do meu pau, meu sangue descendo direto pra lá. — A pergunta é: o que você quer?