C A P Í T U L O 163

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CHRISTIAN ANDERSON

     Você vai querer sobremesa? — Pergunto para Sam, observando-a dar últimas mordidas em seu último pedaço de pizza.

     Ela me olha com as bochechas estufadas, e balança a cabeça afirmativamente algumas vezes. Dou risada.

     — E eu ainda perguntei, né? — Digo em tom brincalhão.

     Sam levanta o dedo do meio para mim, sem nem tirar os olhos do prato. Ela come pra caralho. A pizza era tamanho médio, e nós dois sozinhos comemos tudo. Na verdade, só a Sam comeu metade, vamos dizer que eu só ajudei, porque ela comeu mais.

     O estômago dela só pode ser um buraco negro.

    Chamo o garçom para levar a travessa de pizza e pedir a sobremesa.

     — Sorvete? — Pergunto a Sam
     — De flocos. — Ela específica ao garçom.
     — E outro de morango também, por favor.

     O garçom sorri, acena com a cabeça, e depois se afasta, levando consigo a louça suja.

     Olho para Sam e digo:

     — Tu come, hein? — Sorrio soprado
     — Você é quem inventa de sair para comer. — Sam retruca tranquilamente, como se não tivesse acabado de se entupir de pizza.

     Se o Dr. Charles souber disso, ele me estrangula.

     — Uh...tô cheia! — Sam exclama com um suspiro pesado, recostando-se na cadeira.
     — E ainda quis sobremesa.
     — Você perguntou, ué. — Ela dá de ombros. — Não se recusa comida.

      Solto uma risada que não consigo controlar, e Sam me acompanha.

     O garçom volta em alguns minutos com duas taças de sobremesa bem grandes. Ele coloca a de morango com pedaços da fruta na minha frente, e a de flocos com pedaços de chocolate na frente da Sam. Agradeço quando ele vai embora outra vez. Quando olho para Sam, ela já está enfiando uma colherada cheia de sorvete na boca.

     Ficamos mais um tempo conversando sobre minha ida a Seattle. Tento não contar a ela todas as partes ruins, restando então só as partes mais entediantes ou não tão empolgantes como as histórias que ela provavelmente tem para me contar. Queria falar mais sobre a viagem dela, mas Sam insiste para que eu fale mais.

     Sam comeu todo o seu sorvete, mas rejeitou o resto que sobrou do meu – muita coisa, meu estômago não aguenta mais. Então eu chamei o garçom, paguei a conta – mais cara do que parecia ser quando tive a ideia da pizzaria –, e Sam e eu fomos embora.

     — Quer dar uma volta? — Eu pergunto assim que saímos da pizzaria.

     Está mais frio do que há uma hora. O vento sopra os cabelos de Sam, escondendo seu rosto, e ela os passa para atrás da orelha imediatamente.

      Faço questão de envolve-la com meu braço, se estiver com frio.

     — Pode ser. — Diz Sam — Estamos perto do parque?
     — Acho que sim. — Olho ao redor como se desse para ver o parque daqui. Óbvio que não dá. — Quer deixar o carro em algum lugar e andar até lá?
     — Quero...

     Sam beija minha bochecha, pertinho da minha mandíbula, me fazendo tremer de leve. Seus lábios estão gelados, mas não é por isso que tremi.

     Pego o jipe no estacionamento, e de lá andamos algumas ruas até parar o mais próximo do parque, para não tornar nossa caminhada maior. Sinto Sam estremecer do meu lado quando agarro-a pela cintura, juntando-a mais perto de mim.

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