P R Ó L O G O Pt.1

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TESS ARMSTRONG
ANTES...

      Eu conheço o Christian já faz muito tempo. Estamos um com o outro desde...desde o primeiro dia de aula do oitavo ano. Ele entrou para nossa panelinha no instante em que dissemos nosso primeiro "oi." Sei que, apesar do nosso círculo de amigos ser bem grande, Nate e eu conhecemos mais dele do que qualquer outra pessoa naquela escola.

     Pelo menos era isso o que eu pensava, até Samantha Price sair do esconderijo invisível dela e, de repente, tirar de mim o que deveria se meu.

     Christian Anderson era mais do que só uma transa casual entre amigos coloridos...sim, pra mim ele era minha primeira paixão de verdade. Sou louca por ele, e só consigo me ver namorando sério –  até mesmo casando – com ele. É estranho a forma como me sinto quando estamos juntos, mesmo que isso não seja nem 10% recíproco. Dói amar alguém que te ama. Ou pior ainda; dói amar alguém que ama a pessoa que você mais odeia no mundo.

     Mas, no fundo, eu sei que toda essa história de paixonite aguda por Samantha King Price é temporário. Eu tenho certeza. E eu tenho certeza porque eu conheço ele. E ele me conhece. E eu também sei que, quando ele enjoar da loirinha, vai voltar pra mim, como sempre faz quando está enjoado de iludir pobres menininhas ingênuas.

     O fato é que...nós podemos sair com outras pessoas, beijar outras pessoas, e transar com outras pessoas, mas sempre acabamos voltando um para o outro. Não podemos evitar, é assim desde o início.

     É por isso que eu não acho justo que outra garota chegue e atrapalhe tudo. E, essa noite, vou tomar o que é meu de volta.

     — Chega... Tess... — Christian empurra a garrafa de vodka, depois de ter dado seu...sei lá quantos goles. Já está bêbado, o suficiente pra esquecer a loira aguada e ficar com aquele fogo pra transar comigo. Eu espero. — Eu não devia estar aqui.
     — Você concordou que iria me dar dez minutos pra conversar, lembra? Preciso de um ombro amigo, Chris. — Faço beiço
  
     O celular dele vibra em cima da ilha de inox, e na mesma hora ele o pega. Seus olhos passam pela tela brilhante, mas Christian não faz nada além de ler, suspirar e depois se levantar do banquinho. Ele parece meio tonto, como se o peso de seu corpo fosse demais pro mesmo.

     — Ombro amigo? — Christian olha para mim. Seus olhos estão vermelhos, as pálpebras pesadas. — Tess, disse que precisava desabafar sobre o divórcio dos seus pais, mas não abriu uma palavra sobre isso.

     Dou de ombros e abro um sorrisinho "inocente". Eu precisava de algo que fizesse ele sentir um pouco de pena de mim, e nada era melhor do que o divórcio dos meus pais – agora pode até ser uma "conversa" falsa, mas já desabafei muito com o Christian sobre isso, e até mesmo já chorei em seus ombros. Enfim, quando cheguei, disse que precisava beber um pouco para afogar as mágoas. De início Christian não quis, mas aí eu comecei a chorar e isso sempre funciona com ele.

     A verdade é que eu não bebi nada – eu não poderia; a vodka tá cheia de diazepam. Bom, cheeeia também não, foram só algumas gotinhas. Fiquei jogando a bebida do meu copo na pia, e Christian não percebeu, porque estava ocupado enchendo a cara. Eu provavelmente não devia te-lo deixado beber mais do que alguns copos, mas quando começa, Christian não para mais. Se é difícil convencê-lo a beber, convencê-lo a parar é pior ainda – o halloween do ano passado que o diga.

     Espero que não dê nenhuma merda pro meu lado, porque minha intenção não é matar ele, é só deixá-lo chapado o suficiente para que esqueça aquela garota por míseros minutos. Não vai demorar.

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