C A P Í T U L O 131

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SAMANTHA PRICE

     Achei você! — Beth praticamente berra, chamando atenção de algumas pessoas no corredor.

     Já é segunda-feira de manhã – de novo, que saco. Quem me trouxe pra escola hoje foi minha mãe – que saudades da minha moto, puta que pariu –, por isso eu só encontrei com Beth agora. Se ela me achou, é porque devia estar me procurando antes.

     — Lembra das fotos que eu te falei? — Beth me agarra pelos braços, me virando para ela e longe do meu armário.
     — Lembro. — Digo junto a uma risadinha.
     — Eu trouxe elas! Vem comigo!

     Sem se importar com mais nada, Beth puxa meu braço, e feliz sai me arrastando. Consigo bater a porta do armário antes segui-la pelos corredores da escola, que levam até o "estúdio" de fotografia. Tá mais para uma sala de fotografia, onde os alunos que cuidam disso editam fotos, revelam, fazem um monte de coisa das quais não entendo. Só há um garoto e mais duas garotas na sala, mexendo em coisas de fotografia que eu também não entendo.

     Beth continua me arrastando até um pequena mesa com uma tela de computador em cima. Há fotos penduradas na parede em que a mesa é posta de frente. São fotos do pessoal da escola, dos eventos que tiveram ao longo dos meses até agora, da inauguração da reforma no ginásio de basquete, e etc.

     — Aqui, senta. — Beth diz, arrastando um banquinho de madeira para perto de uma cadeira grande e confortável.

     Eu me sento no banquinho, e ela na cadeira grande e confortável. Depois Beth pega um pacote de papel pardo no meio da bagunça que está a mesa, um bem gordo. Penso naqueles envelopes de dinheiro que vemos em filmes de tráfico, máfia e gangster. É claro que ali não tem dinheiro, mas é bem parecido, né?

     Beth rasga a parte de cima o envelope usando uma tesoura sem ponta, mas bem afiada, e então derrama um monte de foto revelada em cima da mesa. É muita foto.

     — Meu Deus, isso é tudo meu? — Pergunto quase assustada
     — Não viaja, maluca. — Beth revira os olhos. — Eu não sou uma stalker. Algumas são algumas fotos bonitas de algumas pessoas da escola, e eu vou cobrar pra elas ficarem com as fotos.

     Dou risada de sua "estratégia monetária", mas Beth parece estar falando bem sério.

     Ela começa a separar algumas fotos entre todas essas várias, e na maioria eu vejo minha cara – nas que ela separa, obviamente. Em algumas estou com outras pessoas junto, em outras estou sozinha, em umas estou sorrindo pra câmera e em mais algumas eu fui pega desprevenida. Não consigo ver tudo, mas o que eu vejo já é muito bom.

     — Prontinho. — Beth junta todas as fotos numa só, batendo-as contra a mesa antes de me entregar. — Acha que são só essas.

     Pego o bolinho de fotos nas mãos, e arqueio uma sobrancelha.

     — "Só"? Você diz "só"? Deve ter mais de vinte fotos aqui.
     — Meu Deus, olha logo e para de falar! — Beth revira os olhos, em seguida sorrindo toda animada.

     Suspiro, mas abaixo logo a cabeça para olhar as fotos nas minhas mãos. Também estou animada para ver o resultado de todas elas.

     A primeira foto é uma minha no debate sobre As Bruxas de Salem, que tivemos na aula de inglês durante esse semestre. Era eu quem estava falando, mas não foi uma foto distraída feia, muito pelo contrário, eu estou bonita. Minha boca está aberta, porque eu estava falando. No dia, eu tinha prendido o cabelo num coque e deixado mechas soltas ao redor do meu cabelo, e eu estava usando minha tiara mais bonitinha. É, tô bonitinha.

All For Love ✓2Onde histórias criam vida. Descubra agora