C A P Í T U L O 66

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•Para uma melhor experiência deste capítulo, ouça Wicked Games – The Weekend.

CHRISTIAN ANDERSON

     Com meu celular, tiro uma foto de Alyssa e Samantha devorando a porra do nosso bolo de aniversário usando apenas dois garfos. Parecem dois animais que não vêem comida já tem seis meses, Deus me livre.

     Enquanto Alyssa não parece ficar satisfeita nunca, levando garfadas e mais garfadas de bolo até a boca, às vezes sem esperar pra terminar de mastigar, Sam logo para de comer e abaixa o garfo. Olho para ela, e ela olha para mim de volta, sorrindo. Há um pouco de glacê azul no canto da sua boca.

     — Tá sujo aqui, oh. — Dou risada, passando o dedo na minha própria boca para Sam usar como referência.
     — Aqui?

     Sorrindo como uma diaba, Sam passa o dedo do meio onde está sujo de glacê, e depois chupa a pontinha de forma provocante. Por algum motivo, isso me deixa maluco. Até respiro mais pesado, lambendo os lábios e mordendo o inferior. Sam dá risada. Puta que pariu, ela não me cansa de me provocar nunca.

     Antes que eu diga qualquer coisa pervertida – ou faça –, olho para Alyssa. Não seria legal flertar com a Sam na frente dela, mesmo que ela esteja ocupada demais de entupindo de bolo de brigadeiro. Posso até ser um pouco babaca às vezes, mas não num nível tão escancarado.

     — Vou pegar uma bebida. — Digo de repente, não olhando mais nos olhos travessos da Sam. Ela parece ficar confusa, porque franze a testa. — Alguém quer?
     — Eu quero. — Ela diz, e então passa o dedo no glacê do bolo para chupar mais doce. Puta merda, imagina ela fazendo isso com minha porra... caralho. Balanço a cabeça, e olho para Alyssa outra vez.
     — Eu também. — Ela diz responde sem que eu precise perguntar, a boca toda suja. — Vodka com limão e energético, obrigada.
     — Pra você vai ser cerveja, gracinha. — Pisco, e Aly revira os olhos. — Já bebeu demais.

     E com isso eu vou embora para ir até a cozinha. Fico esperando que talvez Sam venha atrás de mim, mas ela fica com Alyssa, voltando a comer o bolo. Espero que eu não tenha cortado o clima do flerte que estamos mantendo de pé a noite inteira, porque isso está me deixando muito excitado, e eu gosto.

     Na cozinha, eu encho um copo com batida de cereja pra mim e outro para Sam, porque sei que ela gosta. Ainda sim, acho melhor ela beber só um copo, porque tem energético nisso e eu sei que ela não pode tomar. Depois de pegar a cerveja para Aly, volto até a piscina, onde as duas ainda estão comendo bolo. Aparentemente, as duas são as únicas interessadas nele.

     — Aqui — Entrego a cerveja para Alyssa, que faz uma careta por não ser o que me pediu. —, e aqui. — Também entrego um dos copos vermelhos para Sam, que remexe a bebida antes de cheirar. — É batida de cereja, pode tomar, mas não exagera porque tem energético.
     — Valeu... — Sam sorri, e depois da um gole generoso na bebida geladinha.

     Agora que está todo mundo com suas bebidas nas mãos, um silêncio constrangedor toma conta do ar entre nós três. Eu me encosto na mesa, separando a visão que uma tem da outra, por estra no meio. Cruzando os pés no chão, eu enfio a mão no bolso da calça e fico olhando somente para a piscina colorida, vez ou outra bebendo do meu copo.

     A festa continua a todo vapor ao nosso redor, e as pessoas dançam, bebem pra caralho, fazem e participam de brincadeiras idiotas. Por exemplo, agora, tem um grupo brincando de quem consegue pular corda mais vezes estando bêbado, bem lá do outro lado da piscina, e é uma brincadeira idiota como qualquer outra. Eu particularmente não curto muito essas coisas nas festas, gosto mais de observar enquanto encho a cara. É muito mais divertido encher a cara.

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