CHRISTIAN ANDERSON
Olho para Sam com as mãos nos quadris e sobrancelhas arqueadas, esperando uma resposta. Depois olho para a porta que ela trancou com um banco, em seguida para o chão, e depois de volta para Sam.
— O que está acontecendo, Christian? — Ela insiste, inclinando a cabeça na minha direção.
A raiva que está fluindo pelo meu corpo não é culpa dela. Talvez eu tenha ficado um pouco chateado por ela não ter me esperado pra levá-la na escola, mas ainda não é por isso que estou de tanto mal humor. São todos os outros problemas que passaram a me rodear repentinamente nesse fim de semana – vovô, Alyssa, meus pais, e o treinador ainda me encheu o saco hoje de manhã porque ganhei dois míseros quilos a mais desde da semana passada, o que significa que passei do meu "limite".
Como eu disse: a culpa não é da Sam.
— Nada, só estou estressado. — Passo a mão na nuca, e o olhar questionativo dela me faz desviar o olhar para outro lugar.
Questionativo...essa porra de palavra existe?
— Estressado com o que? — Sam gesticula com as mãos, dando alguns passos na minha direção. — Fala comigo o que você tem, e por que está tão irritado comigo.
— Eu já falei porquê estou irritado com você, porra. — Minha cabeça lateja, e eu fecho os olhos. É meu cérebro dizendo que estou sendo um babaca com a Sam sem motivos.Ainda olhando pra mim, Sam cruza os braços e me encara como se fosse matar. Eu conheço essa cara, significa: "se você acha que pode me tratar assim, está muito enganado."
— Olha só, Christian, eu não faço ideia do que você tem hoje, mas isso não é motivo pra você estar sendo um babaca comigo. — Ela contrai as sobrancelhas, como se de repente estivesse magoada ou preocupada. — Sou sua namorada, não um amigo qualquer que você pode tratar como quiser. Um amigo você acha fácil, uma namorada não.
Caralho...pegou pesado agora. Olho para Sam, fazendo uma espécie de careta insegura e envergonhada.
— E então? — Ela diz
Solto um suspiro cansado, e me sento no banco de couro de levantar peso, apoiando os cotovelos nos joelhos.
— Sei lá...eu...acho que tô ansioso. — Suspiro de novo, contando na cabeça os segundos em que inspiro e expiro. — Tem tanta coisa acontecendo, e isso tá me deixando ansioso.
Sam vem até mim cuidadosamente, e senta com as pernas jogadas para um lado, porque não dá pra cruza-las usando essa saia apertadíssima – inclusive, já teria feito comentários maldosos sobre como ela está muito gostosa nessa saia, mas não estou com cabeça pra isso.
— Eu sei que o jantar foi um desastre, mas não acho que seja por isso. — Sam apoia a mão na minha coxa. — Fala comigo. Fala o que você tá sentindo, o que tá acontecendo. Eu só quero o seu bem.
Esfrego o rosto com as mãos algumas vezes, bem forte e rápido, até grunhir e depois voltar a olhar para Sam. Sua expressão serena e amorosa é tudo o que preciso pra não sentir tanta raiva assim.
— Ontem, depois que cheguei em casa, falei com meu avô, mas ele tava estranho. — Começo a contar, tão calmo que me surpreende. — Ele começou a falar sobre o jantar, e que estava puto por minha mãe ter dito merda, aí ele disse que esperava que a Aly estivesse bem depois de tudo, mas achei que ele estivesse falando sobre você. — Faço uma breve pausa, tomando um pouco de coragem para continuar. — Aí ele ficou esquisito, e perguntou quem era Sam.
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All For Love ✓2
Ficção AdolescenteLivro #2 OBS.: Sinopse possui spoiler do livro #1 Samantha Price estava de coração partido. O garoto pela qual jurava estar apaixonado por ela havia cometido um erro - o erro que ela mais temia acontecer. Depois da terrível - e quase fatídica - no...