C A P Í T U L O 141

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SAMANTHA PRICE

     — Como está se sentindo? — Minha mãe pergunta, ansiosamente animada.
     — Assada. — Respondo, enquanto a sigo para fora do pequeno SPA que encontramos aberto na cidade.

     Que dor-do-caralho foi essa? Puta que pariu! Parecia que aquela mulher ia arrancar minha pele junto com os pelos. E ela puxava com uma agressividade, não tinha piedade da minha pobre alma. Nem dizendo que eu era novata em depilação a cera, ela teve a coragem de ser mais gentil. Parecia que queria acabar o quanto antes – não a julgo, também queria, até porque abrir as pernas para uma estranha não foi absolutamente nada fácil.

     Agora minha boceta tá ardendo. Não tanto quanto na hora, mas ardendo...e pinicando um pouco. Minha mãe disse que em alguns minutos volta tudo ao normal, com a diferença de que vou estar lisinha e confortável. Não vi absolutamente nenhuma diferença ainda, a não ser que ficou um pouco mais frio lá embaixo – e eu nem estava tão peluda, porque tinha passado a gilete e a tesourinha pra aparar, e, assim, eu poderia usar a porra do biquíni.

     Tenho que me lembrar de reclamar no twitter que só tem porra de biquíni pequeno, e que minha boceta não é pequena igual a calcinha minúscula do conjunto, e que fui obrigada a fazer depilação a cera pra não aparecer nada lá embaixo por causa do biquíni pequeno. Eu comprei três biquínis novos, e só o vermelho tem uma calcinha grande o suficiente pra mim.

     — E você, Beth? Como se sente? — Minha mãe olha para a garota andando do seu lado direito, com Conde nos braços.
     — Eu me sinto adorável. — Beth sorri serenamente

     Ela ficou toda felizinha depois de fazer as sobrancelhas, as unhas e ainda uma limpeza de pele. Minha mãe fez o mesmo, além de cortar um pouco as pontas dos cabelos. Não mudou muita coisa, mas ela está bonita.

     — É, queria ver você dizer isso depois de abrir as pernas para uma estranha torturar sua área-que-não-se-deve-tocar-e-nem-torturar.

     Minha mãe revira os olhos em resposta.

     — Deixa de ser rabugenta. — Ela diz — Pelo menos agora tá limpinho, sem nenhum pelo. Vai facilitar sua vida, confia em mim.
     — Nunca mais vou fazer isso na vida. Prefiro ficar peluda.
     — Você diz isso agora, mas quando começar a crescer de novo, você vai desejar passar a cera de novo. — Minha mãe sorri maldosamente, me cutucando no braço. — Além disso, da pra fazer uma surpresinha pro Christian.

     Fico rubra na mesma hora, meu rosto ardendo de vergonha. Beth segura a risada, o que é mais do que vergonhoso, e eu sinto vontade de sair correndo.

     — Mãe! — Resmungo entredentes — Meu Deus!
     — O que foi? Eu sei que devemos fazer as coisas por nós mesmas, e não pra agradar homem nenhum — Ela começa a discursar, o que me faz revirar os olhos. —, mas é bom fazer uma surpresinha pra eles de vez em quando. Não tem nada de errado nisso, querida.
     — Tá, mas a gente não precisa falar sobre isso!

     Eu até pensei em Christian, um pouco antes de entrar na sala de tortura estética, tentando imaginar sua reação diante de uma Sam Price depilada. Ele nunca reclamou de nada, e eu nunca pensei muito nisso, mas penso que ele vai gostar de me ver... lisinha.

     Céus, devo estar vermelha feito um tomate agora.

     — Ok, nossa! — Minha mãe ergue os braços no ar, se rendendo. — Já entendi.

     Ela olha a hora no relógio de pulso.

     — Meu Deus, já é uma e pouca da tarde.
     — Talvez pudéssemos ter saído mais cedo se você não tivesse me pressionado a entrar na sala de tortura estética. — Digo a ela, arqueando uma sobrancelha que agora está muito bem feita. — Estou morrendo de fome.
     — Eu também... — Beth faz uma careta. — Será que papai já conseguiu arrumar a luz em casa?
     — Não sei, vou falar com ele.

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