157° Capítulo

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Dul: Como ela está?

Blanca: Acabada. (suspirou)

Poncho: Ela não comeu nada desde ontem. Trocou poucas palavras, passou a noite em claro.

Dul: Cadê ela?

Blanca: Esta no túmulo. Pediu pra ficar um pouco mais.

Dul: Eu vou falar com ela.

Poncho: Dulce...

Dul: Eu sei o que tenho que fazer. Vai ficar tudo bem.

***

Annie: Veio pra ter certeza de que ele foi enterrado?

Dul: Annie, você sabe que não.

Annie: Quando ele mandou você pro internato (soluçou) Eu me senti tão mal, doía tanto. A mamãe tinha me pedido pra cuidar de você, e eu sentia que tinha falhado. Eu fiquei um mês sem falar com ele, eu quase não comia, eu chorava o dia inteiro. Eu o odiei tanto, eu desejei que ele morresse. E então, ele veio até mim e disse que eu podia te amar, que ele não se importava. Mas ele também pediu que eu nunca, jamais nutrice ódio por ele. Porque ele não tinha controle do que fazia. Papai tinha um trauma Dulce, ele viu a mãe dele ser assassinada pelo próprio pai. O pai dele, bem, era como ele foi pra você. E então quando o pai dele iria matá-lo ele fugiu. (soluçou) Eu não queria que ele morresse assim. Eu sei que ele errou, muito e que ele merecia a cadeia. Mas ele morreu de forma tão.... O meu pai, morreu de forma tão suja, tão asquerosa. Que me faz pensar que o homem que cuidou de mim na infância, não merecia morrer desse jeito.

Dulce agachou-se sentando ao lado dela, tomando espaço na grama.

Dul: Eu o amava Annie, durante treze anos da minha vida eu o amei, mesmo me maltratando. Eu achava que no fundo, bem no fundo, ele tinha amor por mim. Então ele me mandou pra lá. Ele me afastou de você e eu me vi sozinha, eu não tinha ninguém Annie, ninguém. Você não entende como é sentir-se sozinha num mundo tão grande. Ele matou o amor que eu tinha por ele. E se eu estou aqui, agora é por você. Porque você pode ter me dito palavras horríveis. Mas você é a minha irmã e eu te amo tanto.

Annie: Depois de tudo?

Dul: Eu e você contra o mundo, lembra? (relembrou das palavras que a irmã lhe disse quando a visitou no internato pela primeira vez)

Annie: Dul (agarrou-se a irmã. Liberando mais lágrimas) Eu não te odeio, eu juro. Só que era muito difícil aceitar que o meu pai, tinha virado aquele monstro.

Dul: Eu sei Annie, eu sei (afagou os cabelos dela) Vai ficar tudo bem. Eu prometo.

Annie: Parece que os papéis foram trocados aqui, não? (sorriu fraco a encarando)

Dul: Uma mão lava a outra (limpou as lágrimas dela) Minha vez de cuidar de você.

Annie: Eu errei neh?

Dul: Muito. Foi uma tremenda filha da...

Annie: Não xingue a mamãe. Agora ela esta aqui para te dá umas palmadas (brincou)

Dul: Ok, ok! (Sorriu) Mas eu te perdou, não faz sentido, virar as costas pra minha irmã e melhor amiga, só porque ela errou. Foi você quem me deu colo quando eu era apenas uma moleca de frauda, você esteve lá quando eu tive aquela pneumonia horrorosa, você me consolou quando eu chorei em frente ao espelho vestida de noiva. Quantas vezes eu já não fiz burrada com você? Sumi por dez anos e te deixei preocupada, quando voltei nem queria te procurar e você me perdoou por tudo isso.

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