O suor se misturava com suas lágrimas, seus braços e pernas doíam, suas costas ardiam pelo sol que havia tomado durante todo o dia. Sua cabeça girava, estava exausta, havia chegado ao seu limite, seu almoço fôra baseado em um pacote de salgadinho e suco, sentia fome, e estava tonta.
O sol já se escondia, dando a bela imagem de fim de tarde. Que já não era tão bela assim. Passou o dia todo ali e nem havia saído do primeiro andar. Precisava de um banho e de comida. Já não suportava mais.
Foi quando o celular que estava em seu bolso, se mostrou barulhento, anunciando uma nova chamada.
No identificador a sua foto favorita com o seu pai refletia na tela. Tomando fôlego ela largou o objeto de limpeza e o atendeu. Rezando para sua voz não fraquejar.
Valentina: P-Papai (reprimiu um soluço)
Chris: Querida, liguei para saber se está tudo bem.
Valentina: Tudo ótimo (agradeceu por ele não poder vê-la, descobriria na hora que estava mentindo)
Chris: Você tem certeza? Soube que a Lara recebeu alta. Sua mãe já está em casa.
Valentina: É, eu sei. Está tudo bem papai.
Chris: Ela falou sobre o ocorrido?
Valentina: Er... Não, ainda não. Disse que mais tarde conversariamos. (Mentiu mais uma vez)
Chris: Porque sua voz está diferente?
Valentina: É que eu estava assistindo a um filme e acabei me emocionando com o final. (Esse era seu pai, sempre saberia quando ela estivesse mal. Ela conseguiu Sorri para isso)
Chris: Verdade? (Extranhou, Valentina não era de chorar por bobagens) O que estava assistindo? (Murmurou em desconfiança)
Valentina: Er...
Olhou ao seu redor buscando algo que lhe lembrasse algum filme. Encontrou o pingente em seu colar que consistia em uma fada
Valentina: Tinker Bell (Que merda ela estava fazendo? Pensou)
Chris: Você chorou assistindo aquilo?
Valentina: Que preconceito é esse homem? (Conseguiu brincar) Estou com saudades. (Reprimiu o soluço. Queria tanto o colo de seu pai)
Chris: Eu também meu anjo.
Valentina viu Dulce aproximar-se e tratou de encerrar a ligação, murmurando um tchau apressado.
Dul: Quem era?
Valentina: Papai (voltou a limpar a janela)
Dul: Você não...
Valentina: Se eu contei que você está me escravizando? Não, eu não contei. (Sorriu sem mostrar os dentes) Papai está a trabalho. Não vou incomodá-lo com isso. (Deu de ombros)
Dul: Ótimo, me dê o celular.
Valentina: Mas... É a minha única forma de falar com ele. (Desesperou-se)
Dul: Não perguntei. Me dê o celular. (Assim Valentina o fez) Vejo que não chegou nem na metade da casa.
Valentina: Me dê mais uma chance. É muito grande. Por favor, mamãe, mais uma chance. (Murmurou chorosa)
Dul: Seu prazo era até o fim do dia. E o sol já se pôs. Amanhã você terá novas tarefas.
Valentina: E como as farei sem jantar?
Dul: Você teve forças o suficiente pra fazer uma criança adquirir pneumonia. Você pode aguentar uma noite sem jantar.
Ela se afastou e Valentina encostou-se na porta que limpava, deslizando até o chão em lágrimas.
-Por que ela não havia contando a seu pai?- Ele voltaria imediatamente para salvá-la de tudo que estava por vir.
Mas eles brigariam, e iam terminar de vez. O amor deles era lindo, era o maior exemplo que ela tinha. Não queria ser culpada por destruir tudo. E se para isso ela tivesse que suportar tudo aquilo. Ela suportaria, pela felicidade dos seus pais.
Mas, e agora o que faria? Estava cansada e com fome. A noite já estava chegando e nem sabia se podia entrar em casa antes de terminar.
Novas lágrimas se formaram, e ela deixou que elas viessem. Soluçando forte, deixou o pranto fluir, em total mágoa.
Xx: Não chola Malia ( Murmurou em voz baixa)
Valentina: Lara? (Observou a pequena encostada na porta) O que está fazendo? Mamãe vai ficar brava com você.
Lara: Mamãe tá cupada no esclitólio. Eu tava blincando com a Iva aqui.
Logo Valentina lembrou que aquela era a porta que dava acesso a sala de jogos que depois da chegada de Lara se tornou uma brinquedoteca.
Valentina: Volte para dentro. Você vai piorar tudo.
Lara: Guardei meu lanchinho pla você (entregou a ela um sanduíche embrulhado e uma caixinha com suco de frutas) A Cida, enlolou pla mim.
Valentina: E-Eu, eu não posso aceitar Lara (sentiu-se receosa)
Lara: Pul que? Julo que não babei ( a mirou ansiosa)
Valentina: Por que está me ajudando? Eu machuquei você.
Ela encarava os olhos inocentes daquela criança. Por que ela fez mal para aquele ser tão límpido? Deus, como ela pôde praticar atos tão cruéis. E logo sua auto piedade se tornou raiva e asco, asco por si mesma.
Lara: Pul que o homem mal também me deixava muito tliste e eu não tinha ninguém pla ajudar eu. Não quelo te ver tliste Malia. (Suspirou) Aceita Pul favor.
Com as mãos trêmulas Valentina tomou o sanduíche em mãos e afoita o abriu.
Lara: Come tudinho pla ficar folte ( ela sorriu pra Valentina) Não faz xicoxico pla mamãe. Ela não sabe que eu não comi meu lanchinho. (arregalou os olhos quando ouviu a voz de Dulce chamando por ela)
Valentina: Você precisa ir Lara. (Exclamou ainda de boca cheia, estava nervosa)
Lara: Malia, vai ficar tudo bem. Eu vou pedir plo meu anjinho cuidar de você.
Com um sorriso ela sumiu sala a dentro. Deixando uma Valentina se sentindo culpada cada vez mais. Ela estava disposta a enfrentar tudo que estava por vir. Era seu castigo, ela iria pagar.
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O capítulo foi simples '-' Mas só para mostrar como a Lara é um anjinho 😍 Gente essa parte do filme aí 🌝 é baseada em fatos reais tá 😂😂 A minha pessoa chorou assistindo Tinker Bell 🙄 Sou zoada até hoje e me apelidaram de Tinker 🙃😖 Então eu pensei... Porque não dividir isso com minhas leitoras? Kikiki
#MeAturem 😐💃Amanhã eu vou sair com alguns amigos '-' Pq eu tbm sou filha de Deus 😂😂😂 então esse final de semana não vai ter cap 🙈
"I'm Sorry, Yeah 🎶"Vejo vocês na segunda tah? Nem vai demorar '-'
Beijos minhas cut-cuts 😍😍😍😘
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Aprendendo A Dar Valor
FanfictionQuando casou-se com Dulce Saviñón, Christopher sabia no que estava se envolvendo. Ela era fria, egoísta, egocêntrica e completamente maldosa. Ele nunca tinha visto uma mulher tão intocável, autoritária e... fascinante. Havia algo sobre Dulce que o i...