165° Capítulo

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Num estrondo a porta do quarto estava escancarada. Dulce ascendeu a luz automaticamente.

Valentina dormia serena, e com um sorriso bailando nos lábios. Com nojo Dulce aproximou-se e puxou seu cobertor com brutalidade. Valentina despertou e seus olhos arregalados voaram para a mãe.

Dul: Eu vou matar você. (disse entre dentes)

Valentina: Mãe, eu posso explicar (ajoelhou-se na cama e tentou aproximar-se dela)

Dul: Mas eu não quero ouvir (num estalo sua mão acertou a face da garota)

Valentina caiu de volta a cama atordoada, sua mão foi de encontro ao local onde o tapa queimava. Ela encarou a mãe em busca de explicação, mas tudo que recebeu foram os olhos opacos da mulher que a pos no mundo.

Mais um tapa, seguido de outro e em questão de segundos ela estava em cima de Valentina, tapas, socos, gritos, lágrimas...

Valentina: Pa-Para, me larga (esperneou em baixo do corpo da mãe)

Dulce parecia estar possuída. Puxava os cabelos da garota sem se importar de que, quem estava ali era sua filha.

Dul: Desgraçada, eu vou acabar com você Valentina. Você é meu maior erro, garota estúpida! (as agressões continuaram)

Depois de um tempo, os tapas pareciam não doer mais para Valentina. Era a primeira vez que sua mãe a agredia, e a dor emocional era bem maior que a dor física.

Pareceram horas até que Christopher adentrou o quarto como um furacão.

Chris: Pelo amor de Deus mulher ! (Aproximou-se do emaranhado de braços que eram a mulher e a filha)

Dul: Me deixa Christopher. Essa menina só sai daqui hoje no caixão. (Apertou o pescoço da menina que aos poucos estava perdendo a cor)

Valentina: Pa-pa-papai (Conseguiu sussurrar em pranto)

Chris: Se você continuar a bater na minha filha, quem sai no caixão aqui nessa casa é você ! (A puxou pelo quadril tirando-a de cima da filha)

Dul: Arrume suas coisas. Amanhã você está saindo dessa casa direto para um internato. Pode ser no quinto do inferno, mas você vai pra bem longe de mim.

Valentina: Não! Eu não quero ir. Mãe, por favor (jogou-se no chão, agarrando-se aos pés da mãe soluçando)

Dul: Não encosta em mim ! (chutou a menina fazendo-a a cair de bunda no chão) Eu tenho nojo de você e do que você se tornou (cuspiu)

Chris: Dulce, para. É a nossa filha. (Apelou para o bom senso dela)

Dul: Não, eu não conheço esse lixo que a minha menina se tornou. A minha filha está lá embaixo, desacordada, por culpa desse ser desprezível (saiu do quarto a passos largos)

Valentina: E-Eu sinto, eu sinto muito pai (encolheu-se)

Christopher mirou a garota acuada e machucada, garota que já fôra sua menina espirituosa e cheia de sorrisos. Sua vontade era abraçá-la e trancá-la com ele para que mas ninguém a ferisse. Mas ela errou e ele como bom pai deveria fazer o seu papel. De todas as palavras ou surras do mundo, Christopher escolheu a frase que mais marcou a menina.

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