81° Capítulo

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Dul: Como? O exame prova que toda minha certeza foi jogada fora.

Fercho: Dulce, com um tempo tudo vai se resolver.

Dul: pra variar ainda tem o Caio, que irá infernizar a minha vida (lamentou-se)

Fercho: Não vamos esquentar a cabeça com isso agora, um problema de cada vez. Agora vamos subir você precisa descansar.

Dul: e quanto a Valentina?

Fercho: eu irei conversar com ela. (Tranquilizou a prima)

••Minutos depois••

Valentina estava encolhida num canto do quarto. Já havia quebrado todos os objetos de vidro que encontravam-se ali, agora ela chorava compulsivamente.

Sentia-se mal muito mal, e mesmo que não quisesse admitir estava arrependida, por tudo que disse a mãe. Mas por um lado achava que estava coberta de razão, afinal que tipo de pessoa mente para o próprio bem? Fingi amar a outra só para magoá-la novamente?

Quem era aquela mulher que ela se referia como mãe? Parou para pensar e... Tem dez anos e jamais soube algo do passado da sua mãe, nem sobre seus avós. E se não tivessem ido ao México jamais saberia sobre sua tia, prima, enfim sobre a parte da família que se encontrava naquele país. Sem poder conter uma sensação de solidão a invadiu, deixou-se cair em um grito desesperado. Na verdade não sabia nada sobre Dulce, e como pôde confiar nela?

Os soluços vinham cada vez mais fortes, a vontade de sumir aumentava a cada segundo. Já estava cansada de chorar, porém por mais que tentasse parar... As lembranças de todos os momentos que passou com Christopher vinheram-lhe a mente...

Por que aquele homem tão bom não podia ser seu pai? Por que Deus foi tão injusto com ela? Dando-lhe algo perfeito, para tira de si novamente. Sabia que agora seu pai era o homem que haviam encontrado no Shopping. E desde aquela dia não havia gostado nada, nada dele. Para para ela isso só mostrava o quão difícil sua vida seria dali em diante.

Xx: quer conversar?

Valentina; não tio Fercho, quero ficar sozinha(deitou-se na cama, escondendo o rosto no travesseiro)

Fercho: conversar faz bem minha princesa. Ajudar a amenizar a dor.

Valentina: ajuda a parar de doer?(disse com voz abafada por casa do travesseiro)

Fercho: ás vezes sim, ás vezes não, tudo depende do tamanho da dor que está sentindo.

Valentina; então não vai adiantar. Por que a dor que eu sinto é muito, muito grande. (Fungou)

Fercho: acabo de sair do quarto da sua mãe. E se quer saber ela está péssima.

Valentina: eu não quero saber (pela primeira vez desde o inicio da conversa virou-se para ele) por que ela mentiu pra mim tio? Por que ela faz isso com as pessoas? Por que minha mãe tinha que ser tão mal caráter?

Fercho: Valentina não diga isso. Sua mãe esta sofrendo tanto quanto você, ela também foi pega de surpresa. Jamais havia passado pela cabeça dela o fato de você não ser filha de Christopher.

Valentina: isso não significa que não seja culpa dela. Se tivesse sido fiel ao matrimônio, jamais teria que passar por isso.

Fercho:concordo, mas se ela tivesse sido fiel, você jamais teria nascido.

Valentina: seria melhor. Assim poupava o sofrimento de todos. Eu não quero ser filha daquele homem, por favor me entenda.

Fercho: e se você dê uma oportunidade ao Caio?

Valentina: eu não quero, não gostei dele. Aquele indivíduo possui um olhar maldoso, e aposto que foi por isso que a Dulce se envolveu com ele. Dois mentirosos, hipócritas.

Fercho: Valentina não faça isso com sua mãe, pequena. Não aja como se não se importasse com a dor dela.

Valentina; eu já fiz. E não, eu não me importo com a dor dela, a odeio, e não quero vê-la nunca mais.

Fercho: Impossível, ela é sua mãe e vai cuidar de você até o fim da vida dela. E isso não deve te importar agora mas, saiba que mesmo com todas aquelas palavras que você disse agora a pouco, sua mãe ainda te ama muito. Ela nunca vai deixar você.

Valentina: por favor tio me deixa sozinha. (Fechou-se com aquelas palavras)

Fercho; não acho que seja...

Valentina; por favor. Eu te imploro, quero ficar sozinha.

Fercho: ok (levantou-se) fica bem princesa (beijou-lhe a testa, e saiu do quarto fechando a porta atrás de si)

Assim que a porta foi fechada Valentina deixou-se cair em lágrimas novamente. Depois de meia hora assim, entre soluços contínuos, adormeceu na esperança de que quando acordasse na manhã seguinte tudo não passasse de um terrível pesadelo.

◘◘ Dia seguinte ◘◘...

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