Annie: Pois bem, o tempo foi passando e logo a bebê ia crescendo e notando a diferença de tratamento entre ela e eu. Papai sequer deixava que ela a chamasse de pai. Nos eventos que aconteciam em nossa casa, Dulce era trancada para que não aparecesse. Afinal, todos acreditavam que ela havia morrido junto com nossa mãe. Era o que papai dizia a todos.
Lá estava a pequena Dulce com seus sete anos, observava a todos os preparativos para a festa que aconteceria naquela noite. Será que dessa vez seu pai a deixaria participar?
Fernando: O que estava fazendo fora de seu quarto, garota? (Reclamou em suas costas)
Dul: Pai, digo, Fernando. Vai ter festa? (Perguntou com os olhos brilhando)
Fernando: Sim, e como de praxe você ficará trancada em seu quarto. Não se atreva a aparecer neste salão, ou a coisa ficará feia para você. Você não quer voltar ao porão, quer?
Dul: Por que não posso ir? (Sua voz embargou)
Fernando: Não quero que descubram que mantenho a assassina de minha mulher em casa. Eu tenho vergonha da aberração que você é (Disse perverso) Agora suma, estou cansado dessa sua cara feia.
A menina correu para longe, não sem antes deixar que Fernando se satisfazendo com suas lágrimas.
Annie: Quando por ventura ela aparecia, ele dizia que se tratava de uma sobrinha com distúrbios mentais e que era melhor mantê-la afastada. Eu era a única companhia que ela tinha. Mas papai não gostava que ficasse perto dela, ele dizia que era uma má influência.
Mai: Santa puta merda. Agora sabemos de quem ela puxou o caráter podre.
Annie: Papai sempre foi um ótimo pai pra mim. Mas ele não conseguia aceitar a Dulce, parecia que a todo tempo, ele tentava matá-la. Quando ela começou a estudar, ele a pôs numa escola distante e precária. O que resultou em envolvimento com drogas, ao treze anos.
Dulce entrou em casa tropeçando nós próprios pês. Os cabelos desgrenhados, as roupas sujas, fedendo a álcool e a cigarro.
Annie: Dulce! Dulce o que diabos aconteceu com você!? (Aproximou-se da irmã que agora estava no chão)
Dul: M-Maninhaaa, eu g-gosto t-tanto de você (Embolou-se nas palavras)
Annie: O que você fez!? ( Gritou com voz embargada visto aquele estado deplorável)
Dul: Eu fumei algo pra relaxar (Soltou uma gargalhada)
Annie: Você se drogou!? Virgem Guadalupe! (Horrorizada)
Fernando: Que diabos é isso? Levante-se do chão menina estúpida.
Dul: Vá se foder, velho idiota! (Retrucou)
Fernando: Como é?
Annie: Papai ela não está bem! (Choramingou)
Fenando: Ela vai ficar quando eu acabar com essa marra dela.
Dul: Ninguém liga pro que você diz, vai pro inferno ( Levantou-se e logo foi ao chão novamente)
Fernando: Suba Annie.
Annie: Preciso cuidar da Dulce.
Fernando: Eu vou lidar com ela. Suba Anahí! ( Ordenou)
Anahí se retirou, e logo os gritos da irmã atravessaram seu ouvidos. Fernando praguejava em voz alta, amaldiçoando toda a vida da garota. Era só mais uma surra.
Chris: Por que ninguém denunciava esse homem? ( Perguntou horrorizado)
Annie: Ele tinha dinheiro, a justiça era um nada para ele. Depois das drogas, Dulce foi mandada para um internato distante. Segundo papai, quanto mais longe ela estivesse, melhor seria.
Mai: Bem, ao menos ela livrou-se de seu pai.
Annie: Para algo pior. Christian fez pesquisas depois que a Dulce retornou, e descobriu que o local era um Internato Militar, regras rígidas, castigos rigorosos, vida infernal. E Dulce permaneceu lá por cinco longos anos.
Chris: Puta merda, tudo isso?
Annie: Sim (Suspirou) Quando voltou ela já estava assim, fria e sem importar-se com nada além de sí mesma. Pouco falava e demorou um tempo para que nos aproximasse-mos novamente. E parecia muito, muito mais machucada do que os olhos poderiam alcançar.
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Aprendendo A Dar Valor
FanfictionQuando casou-se com Dulce Saviñón, Christopher sabia no que estava se envolvendo. Ela era fria, egoísta, egocêntrica e completamente maldosa. Ele nunca tinha visto uma mulher tão intocável, autoritária e... fascinante. Havia algo sobre Dulce que o i...