13° Capítulo

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Annie: Pois bem, o tempo foi passando e logo a bebê ia crescendo e notando a diferença de tratamento entre ela e eu. Papai sequer deixava que ela a chamasse de pai. Nos eventos que aconteciam em nossa casa, Dulce era trancada para que não aparecesse. Afinal, todos acreditavam que ela havia morrido junto com nossa mãe. Era o que papai dizia a todos.

Lá estava a pequena Dulce com seus sete anos, observava a todos os preparativos para a festa que aconteceria naquela noite. Será que dessa vez seu pai a deixaria participar?

Fernando: O que estava fazendo fora de seu quarto, garota? (Reclamou em suas costas)

Dul: Pai, digo, Fernando. Vai ter festa? (Perguntou com os olhos brilhando)

Fernando: Sim, e como de praxe você ficará trancada em seu quarto. Não se atreva a aparecer neste salão, ou a coisa ficará feia para você. Você não quer voltar ao porão, quer?

Dul: Por que não posso ir? (Sua voz embargou)

Fernando: Não quero que descubram que mantenho a assassina de minha mulher em casa. Eu tenho vergonha da aberração que você é (Disse perverso) Agora suma, estou cansado dessa sua cara feia.

A menina correu para longe, não sem antes deixar que Fernando se satisfazendo com suas lágrimas.

Annie: Quando por ventura ela aparecia, ele dizia que se tratava de uma sobrinha com distúrbios mentais e que era melhor mantê-la afastada. Eu era a única companhia que ela tinha. Mas papai não gostava que ficasse perto dela, ele dizia que era uma má influência.

Mai: Santa puta merda. Agora sabemos de quem ela puxou o caráter podre.

Annie: Papai sempre foi um ótimo pai pra mim. Mas ele não conseguia aceitar a Dulce, parecia que a todo tempo, ele tentava matá-la. Quando ela começou a estudar, ele a pôs numa escola distante e precária. O que resultou em envolvimento com drogas, ao treze anos.

Dulce entrou em casa tropeçando nós próprios pês. Os cabelos desgrenhados, as roupas sujas, fedendo a álcool e a cigarro.

Annie: Dulce! Dulce o que diabos aconteceu com você!? (Aproximou-se da irmã que agora estava no chão)

Dul: M-Maninhaaa, eu g-gosto t-tanto de você (Embolou-se nas palavras)

Annie: O que você fez!? ( Gritou com voz embargada visto aquele estado deplorável)

Dul: Eu fumei algo pra relaxar (Soltou uma gargalhada)

Annie: Você se drogou!? Virgem Guadalupe! (Horrorizada)

Fernando: Que diabos é isso? Levante-se do chão menina estúpida.

Dul: Vá se foder, velho idiota! (Retrucou)

Fernando: Como é?

Annie: Papai ela não está bem! (Choramingou)

Fenando: Ela vai ficar quando eu acabar com essa marra dela.

Dul: Ninguém liga pro que você diz, vai pro inferno ( Levantou-se e logo foi ao chão novamente)

Fernando: Suba Annie.

Annie: Preciso cuidar da Dulce.

Fernando: Eu vou lidar com ela. Suba Anahí! ( Ordenou)

Anahí se retirou, e logo os gritos da irmã atravessaram seu ouvidos. Fernando praguejava em voz alta, amaldiçoando toda a vida da garota. Era só mais uma surra.

Chris: Por que ninguém denunciava esse homem? ( Perguntou horrorizado)

Annie: Ele tinha dinheiro, a justiça era um nada para ele. Depois das drogas, Dulce foi mandada para um internato distante. Segundo papai, quanto mais longe ela estivesse, melhor seria.

Mai: Bem, ao menos ela livrou-se de seu pai.

Annie: Para algo pior. Christian fez pesquisas depois que a Dulce retornou, e descobriu que o local era um Internato Militar, regras rígidas, castigos rigorosos, vida infernal. E Dulce permaneceu lá por cinco longos anos.

Chris: Puta merda, tudo isso?

Annie: Sim (Suspirou) Quando voltou ela já estava assim, fria e sem importar-se com nada além de sí mesma. Pouco falava e demorou um tempo para que nos aproximasse-mos novamente. E parecia muito, muito mais machucada do que os olhos poderiam alcançar.

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