173° Capítulo

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Três semanas, três semanas e ela já não sabia se estaria pronta para o dia seguinte. Os raios solares permeavam a janela do quarto destruído.

Isso? Foi o surto de Dulce na noite passada, quando infelizmente ela não conseguiu arrastar todas as caixas do porão. Ela havia a agredido novamente. O que estava acontecendo com sua mãe?

Não falava com seu pai a dias e quando falava era sob a supervisão de Dulce. O que ela estava pensando? Jamais contaria. Suspirando ela virou-se na cama como pôde e pela frecha da Janela, percebeu que o dia já clareava. Era um novo dia, no seu inferno.

Ela fechou os olhos e fingiu dormir, quando ouviu a tranca da porta do quarto ser liberada. Exatamente, agora ela ficava trancada, no quarto.

Dul: Vamos, sei que está acordada. Levante. (Adentrou o quarto com uma bandeja em mãos)

Fazendo corpo mole, ou talvez não. Valentina resmungou algo inaudível.

Com um suspiro descontente, Dulce pós a bandeja sobre os restos de criado mudo e puxou a coberta

Dul: Eu não vou falar mais uma vez.

Valentina: Por que tudo isso? A Lara já está bem, eu já paguei por tudo que fiz. Por favor pare, eu não aguento mais.

Dul: Aprendi que quem erra uma vez, sempre pode errar de novo.

Valentina: Assim como você faz com papai, comigo e com todo mundo que se importa com você. (Não resistiu e acabou falando)

Dul: Isso não é de sua conta. Levante e coma, antes que eu me arrependa de ter te alimentado.

Valentina: Eu preciso ir a escola. Vou acabar reprovando.

Dul: Isso não é problema meu. Vai cuidar dos jardins hoje. Estão cheios de ervas daninhas.

Valentina: Não sei mexer com terra.

Dul: Aprende (deu de ombros) As sete meia quero você pronta. ( E com isso ela saiu do quarto)

Valentina: Onde está você papai? (Mirou um ponto fixo, mas sua mente estava oca)

***

Quatro horas da tarde e ela ainda estava ali. Desde quando os jardins ficaram tão grandes? Como eram mal cuidados. A quanto tempo o jardineiro não fazia o serviço? Suas mãos doíam, e tinha leves cortes em sua perna por conta das rosas.

Que diabos de ervas daninhas que não acabavam nunca, suas mãos já estavam calejadas e ela estava só no meio da extensa área verde.

"Ora Valentina, que vida de merda" pensou. Mas logo concluiu que aquilo era melhor que está em um internato, longe de tudo e todos. Apesar de tudo que estava vivenciando, Dulce ainda era a sua mãe e ela não imaginava uma vida longe de sua mãe.

Ela lançou a mirada para área de lazer da casa. A quanto tempo não transitava por ali? Gostava tanto de nadar, e agora nem podia aproximar-se da piscina.

De repente algo parecido com uma bola caiu na água, e com um pouco de dificuldade por conta da distância ela viu que logo em seguida a cabeleira loira passou em disparada atrás do brinquedo. Consequentemente ambos caíram na água.

Valentina: Lara! (Ela tentou correr vendo o desespero da garota, que se debatia na imensidão azul)

Quem diabos deixou os portões da piscina abertos? Ela corria como podia, mas as dores no seu corpo não permitiriam que ela tivesse velocidade. Do jardim para a piscina era longe.

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