❦ CAPÍTULO DOZE

622 42 5
                                    


A assombração ligou a luz e eu soltei o ar com força aliviada. Meu Deus! Que susto do caramba! Nossa! Mas voltei a minha atenção para a pessoa em frente. Não era possível, que tenha feito isso comigo.

Você é louco? — bufei levando minhas mãos ao meu coração acelerado. — Queria me matar? Era isso? — perguntei irritada, não, irritada ainda era muito pouco. Extremamente irritada era o certo.

Christopher se aproximou de mim ficando em minha frente, mas olhou para o chão, negou com a cabeça e me olhou.

Desculpe. Não queria ter lhe assustado mas, foi inevitável — falou parecendo ser sincero. Quase acreditei. Quase.

Sei...— falei mais irônica possível cruzando os braços. Eu estava furioso, ele poderia ter me matado. Idiota — E posso saber o que você faz aqui? — perguntei estranhado.

Christopher estava usando a roupa social de sempre, calça, blusa, menos o terno de grife italiana. Ele estava com as mangas da camisa social branca levantadas para cima de seus cotovelos, e só com os primeiros botões da camisa aberta. É...Ele estava lindo. Ele riu.

Essa é minha casa também, ou não é? — disse me encarando. Logo me analisa de em cima e baixo. Da ponta dos pés á cabeça. E parando os olhares no meu pequeno decote da camisola. Confesso que fiquei um pouco sem graça.

Acho que sim. Afinal, você viaja tanto que é difícil dizer — soltei na hora. 

Ele assentiu concordando e voltando seus olhares para mim, me olhando de volta nos olhos, era melhor assim, contato visual. Vendo a bagunça que causei no chão, fui até o lavabo e peguei a pá, e a vassoura e um pano. Sentia os olhares dele na minha costas, mas não ligava. Baixei começando a tirar o cacos do chão sem olhar em uma única direção dele.

Obrigado por hoje. — colocou as mãos no bolso da calça — Aquela renovação de contrato era importante — seus olhos acompanhavam cada movimento meu e ele fez o que menos esperei. Se agachou ao meu lado, me ajudando com os vidros.

Não precisa agradecer. Esse é o papel de esposa, não é? — falei — E não precisa me ajudar com isso — falei me afastando um pouco dele. Tinha abaixado se esfregando praticamente em mim.

Eu quero...— ele falou pegando o pano e enxugando o chão — Cuidado. — avisou quando me levantei para jogar fora os cacos de vidro e não percebi que tinha mais um, onde ia pisar.

Obrigada. — agradeci pegando o caco e jogando ele e muitos outros na lixeira mais próxima que encontrei no lavabo. Quando voltei para cozinha, Christopher já tinha enxugado o chão e estava sentado em um dos bancos bebericando seu copo cheio de água. Me aproximei dele.

Quando vai viajar de novo? — perguntei pegando um outro copo e enchendo de água, e dessa vez segurei firme.

Christopher me olhou sério. Muito sério. E agora, o que foi que eu fiz? Ele apenas negou com a cabeça e ficou calado me encarando. Será que ele percebia que isso era irritante demais?

Odeio quando você não fala nada, quando eu pergunto algo — murmurei bebendo minha água. Ele me olhou meio surpreso, mas voltou a ser sério. 

Fala sério. O que eu ainda estou fazendo aqui? O que ele ainda está fazendo aqui nessa casa? Era para ele está em algum país fazendo negócio e transado com alguma gostosa loira por lá. Sem olhar para ele e sim para o chão, caminhei para fora da cozinha calma.

Dulce? — ele me chamou.

Me virei o encarando.

Não vou mais viajar por um bom tempo. — avisou me olhando mais uma vez dos pés a cabeça — Por um longo tempo...— disse parando os olhos castanhos em meus seios. E depois, voltou para minha íris novamente. Não tive como evitar, fiquei arrepiada com que ele disse. 

Eu não dei nenhuma resposta ou sinal, apenas dei as costas e subi as escadas em direção ao meu quarto. Me deitei na cama, depois de deixar o copa na cômoda e me embrulhe todinha. Virei para o lado da janela e fiquei pensando no que ele disse, ele não iria mais viajar por que? E por que me avisou? E por que me olhou daquela forma? E por que está fazendo isso? E por que está falando comigo?

Tem muitos "por ques" nessa minha mente tão conturbada. Olhei no relógio do meu celular e era duas e quinze da manhã. Com certeza assim que ele chegou, foi direto para o escritório e ficou lá até agora, será que ele nunca cansava de trabalhar, não? Nunca fica cansado. Por isso, pensando nisso adormeci.

Acordei com o barulho do chuveiro, olhei em volta e percebi que era noite ainda, me espreguicei na cama toda com os olhos pesados de sono. Votei para o meu lugar e fechei os olhos novamente, mas um aroma delicioso de sabonete, tão cheiroso que invadiu o quarto todo me fez abrir os olhos novamente, mas voltei a fecha-lo. Senti o colchão se afundar ao meu lado e o cheiro ficar bem ao meu lado. Suspirei, era delicioso... voltando a dormir.

ྉྉྉྉྉ

ྉྉྉྉྉ

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
AdultérioOnde histórias criam vida. Descubra agora