❦ CAPÍTULO CINQUENTA E NOVE

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- Ei....- Christopher murmurou no meu ouvido e eu solucei baixinho me lembrando de tudo o que ela já me fez passar - Não fica assim.

- Não da...- murmurei de volta - Ela era a minha mãe e quando eu mais preci..sei dela, Blan.ca não estava com..igo. - Fechei os olhos.

Christopher beijou minhas bochechas.

- Ele saiu por bom comportamento, demorei para voltar pra casa, porque fui averiguar isso e descobri que aquela merda só saiu por causa de bom comportamento - ele bufou - Mas isso não vai ficar assim. Ele vai voltar para aquela cela imunda dele e não vai mais sair de lá, eu prometo Dulce. - me abraçou ainda mais.

Fiquei um tempo chorando até conseguir me acalmar, ele sim estava ao meu lado naquela época, Alexandra e Vitor foram a minha base para me reconstruir novamente.

Me afastei um pouco dele, e segurei seu rosto o beijando levemente. Mas ele enfiou a língua na minha boca e então nos beijamos de verdade.

Ficamos nos beijando até o ar nos faltar, e ele encerrar o beijo com selinhos. O abracei de novo, eu não queria sair dos seus braços.

- Ele sente muito raiva de você por ter fodido ele e te-lo deixado deficiente - comentei.

- Era o mínino que ele merecia. A morte era muito fácil pra ele. - negou com a cabeça.

- Ainda não entendi até hoje como você não foi preso por aquela agressão.

- Ninguém liga para aquele lixo, quer dizer, só a sua mãe. - comentou - Depois que você foi para minha casa, logo após de ter dado o seu depoimento, eu consegui uma hora com ele na cela dele. O policial entendeu o que eu estava sentido, a mulher dele também já tinha sofrido abuso e deixou que me encontrasse com aquele verme. Eu não via nada além de ódio, você chorando, sofrendo, machucada, ele era forte, maior que eu na verdade, mas com a sede de vingança em mim, ele não conseguia me deter, ou me bater de volta.

Encostou seu queixo no meu ombro.

- Bati, bati, bati, bati, bati tanto nele, esmaguei a cabeça dele várias vezes nas grades da cela e quase arrancava o pau dele, me lembro de ter virado o hulk e ter quebrado ao meio a perna que ele puxa hoje. - negou com a cabeça - Se um outro policial não tivesse me tirado de lá, eu teria cometido um assassinato. Ele já estava inconsciente no chão e eu não parava....

- Como esse policial não te dedurou?

- Ele odiava bandidos. E só me tirou de lá porque eu ia realizar o meu desejo naquela hora que era de mata-lo, porém, eu seria preso e não teria uma vida digna depois. Não teria um futuro, só por isso....porque se dependesse dele também, aquele verme já estava morto a muito tempo. - me olhou - Que bom que se acalmou, não gosto de -la chorar.

Sorri de lado.

Consegui dar um sorrisinho.

- Você deve cuidar desse olho...- toquei no roxo e ele gemeu - Vai ficar inxado amanhã - avisei.

- Eu tenho você pra cuidar de mim...- sorriu.

Me afastei dele levantando do sofá.

- Vamos para o quarto? Eu cuido de você lá.

Quando entramos no quarto, eu fui direto para o banheiro pegar uma caixa de primeiros socorros que eu guardava, quando voltei, Christopher estava sem camisa sentando na cama me esperando. Abri a caixa pegando um álcool e um algodão, passei o álcool no roxo e Christopher gemeu fazendo careta.

- Ai...para...- reclamou.

- É preciso. - continuei passando e depois peguei um remédio e um creme para não ficar tão inchado assim amanhã. - Pronto....- deixei tudo de volta na caixa - Tem que colocar gelo agora....- avisei voltando para o banheiro.

Guardei a caixa e voltei para o quarto. Ele não tinha descido para colocar o gelo, estava na cama deitado olhando para o teto.

- Não vai colocar gelo? - me sentei ao lado dele na cama e ele negou com a cabeça.

- Coloco amanhã.

- Vai ser pior!

- Não me importo....- me avaliou - Você vai ficar bem? Digo, em relação a sua mãe.

Dei de ombros.

- Como eu posso amar, alguém que não me ama? Que nunca me amou? - perguntei.

- É fácil essa pergunta. Ela é sua mãe, por isso, querendo ou não, ou ela sendo o que é, você gosta dela, é sua mãe. Mas....eu sei que é muito difícil de ter que ouvir isso, mas ela não te ama...ela é sua mãe, mas acho que ela não consegue te amar. Pode até ter tentando, mas não consegue....

- O pior de tudo foi saber que ela...voltou para o cara que me estuprou, que me agrediu, quando aconteceu aquilo, ela ficou...paralisada, parecia não acreditar que era verdade. Mas era, quando ela viu o exame aí sim acreditou, mas nunca pediu desculpa pra mim, nunca me deu um abraço apertado e disse que agora estava ao meu lado, nunca se preocupou comigo. Mas...... Ela voltou com ele, com o meu pesadelo de meses e mais meses, e não se lembra do que ele fez com a filha dela. Eu perdoei a Blanca por isso, por não ter ficado ao meu lado, por nunca ter me dado atenção, carinho, amor, mas esquecer eu nunca esqueci. Perdoei ela do fundo do meu coração, mas eu não esqueci e agora isso...- neguei com a cabeça - Eu não vou conseguir perdoar e nem esquecer.

Fui sincera.

Encarei aqueles olhos castanhos.

- No começo vai ser difícil, mas você vai conseguir se afastar dela. Já cortei tudo que envolvia vocês duas. Depositei na conta dela uma quantia bem grande, pra ela sumir da sua vida, ameacei também, se ela não sumisse eu ia coloca-la na cadeia. Aquele verme vai voltar para o lugar onde ele não nunca deveria ter saído, e você vai se libertar dos dois. Essa mulher que nem merece ser chamada de mãe, não vai mais ligar pra você pedindo dinheiro, ela vai sumir da sua vida Dulce. Eu prometo.

Assenti.

- Ei...- segurou o meu rosto - Só faço isso, porque só assim, você vai poder ser feliz. - me deu um beijo nos lábios.

- Tem razão....- foi a única coisa que eu disse.

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