Adultério

❦ CAPÍTULO NOVENTA E QUATRO

- Já pensou no nome? - Aron perguntou mexendo no meu cabelo. Estávamos na minha cama, eu olhava o teto e ele também deitado ao meu lado.

- Eu ainda nem assimilei que estou grávida, imagina pensar no nome...- falei baixo.

- Sou o primeiro a saber?

- É o primeiro com a confirmação.

- Ainda vai assinar o divórcio? Vai contar à esse tal de Christopher sobre o bebê?

Suspirei.

- Eu não sei Aron..- neguei com a cabeça  - É tudo tão recente pra mim. Não sei o que de fato vou fazer. Agora tudo mudou, ou melhor, vai mudar daqui á uns meses.

- Conte pra ele. Apesar de tudo, ele merece saber. - disse sério - E se ele não ligar, ou dizer que não é dele, ou assinar o divórcio mesmo sabendo que você está grávida dele, ele é um babaca que não sabe o mulherão que está perdendo.

- Mulherão? - o encarei.

- Sim. Um mulherão...- murmurou.

Fiquei calada o olhando.

- O nosso jantar...- lembrei.

- Parece que não vamos mais, não é?

- Quem disse? - sentei na cama.

- Ainda quer sair? Alma disse que você estava muito mal hoje. Por isso, subi até  o seu quarto. E descobri o motivo.

- Passou....realmente hoje foi...- respirei fundo - Horrível...mas passou. Mas eu não queria sair de casa, ou melhor do quarto, pede uma pizza com muito queijo e bastante milho - passei a língua nos lábios.

Aron riu.

- Olha o desejo aí...mas não se ataca muito, tá? Você estava muito ruim hoje e agora que melhorou. Pode piorar...- tirou o celular do bolso e discou uns número.

- Vou tentar...e pede doce.

- Vai tentar, é? - sorriu levando o celular á orelha. Dei de ombros e voltei a deitar.

******

- Comi demais...- Aron murmurou entre risada e fiz careta. - E você também.

Mordi a massa da pizza.

- Não comi quase nada...- murmurei.

- Não. Só seis fatias e todo o mousse de chocolate, só isso. - revirou os olhos.

- Me deixa, tá? - dei língua pra ele.

- Rafael deve achar agora que estamos transando - Aron comentou olhando um filme que passava na TV.

- Por quê?

- É o Rafael que estamos falando. Ele só pensa nisso e quando eu fui pegar as pizzas lá em baixo, ele fez umas piadas com todos na sala que só eu poderia curar a sua indisposição de hoje de manhã.

- Como Lucas gosta tanto dele?

- O coração não escolhe por quem se apaixona, não é? - me encarou.

- Verdade. - suspirei.

- Posso ser o padrinho do seu filho? - perguntou animado.

Ri.

- Não quer ser o pai? - brinquei.

Ele ficou calado.

- Se o outro lá não assumir Dulce, ou dizer que não é dele, eu assumo...- disse sério me olhando nos olhos - Eu assumo, dou o meu sobrenome. Vou ser o pai dele.