❦ CAPÍTULO CINQUENTA

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Eu fitava atenta as volumosas nuvens no céu completamente escuro, o avião já estava com todos dormindo, menos eu. Depois que me recuperei voltei para onde eles estavam e dei meus parabéns, no fundo eu estava feliz por ela, era uma dádiva ser mãe.

Voltamos para o aeroporto e tivemos que voltar novamente ao hospital, eu estava tão desligada por causa da notícia e os outros alegres por causa da gravidez da Any, que esquemos de Adam que estava dormindo igual uma pedra.

Nem vou contar que quase íamos sem ele.

Não demorou muito para o avião está pronto e todos subiram. Eu sentei onde estava antes e Christopher também, assim como os outros.

As luzes do jato estavam desligadas e todos dormiam longe da gente. Senti um aperto na minha mão e olhei para Christopher ele tinha um sorriso triste. Pensei que ele estava dormindo também, mas não, me encarava nos olhos e segurava uma das minhas mãos.

- Eu também lembrei...- ele murmurou.

Neguei com a cabeça querendo chorar de novo e percebendo isso, Christopher tirou o cinto que me prendia na poltrona e me puxou para o seu colo me abraçando apertado.

Não aguentei e chorei de novo.

- Chora...- sussurrou me apertando ainda mais.

Fiquei chorando em seu colo, ele me consolava sem parar, não sei ao certo por quanto tempo fiquei chorando, mas com certeza foi por muito tempo, quando enfim me acalmei, Christopher beijou a minha testa levemente.

- Ele teria quase oito anos...- sussurrei.

- Eu sei querida - ele suspirou.

- Ele se foi por minha culpa, e nunca vou me perdoar por isso...- o encarei cega pelas lágrimas que se formavam em meus olhos - Me desculpa Christopher? Por favor?

- Ei...- ele limpou as lágrimas que desciam pelo meu rosto - Não foi sua culpa.

- Foi sim e você sabe disso. Eu não fui a vítima da história e sim ele. Eu que deveria está morta e não o nosso filho - falei de uma vez.

- Nunca mais fala isso. - me encarou sério e meio irritado - Por favor, já se passou tanto tempo, achei que tinha parado de se culpar.

- Eu nunca vou parar. Eu sou uma assassina.

- Dulce chega! Para! - me sacudiu de leve - Para de ficar falando isso. Você não teve culpa de nada, o que aconteceu foi uma fatalidade.

Fiquei calada.

Ele podia falar o que fosse, mas nada ia tirar da minha mente, que eu matei o meu próprio filho.

- Dulce...- ele me abraçou de novo - Sei que nunca vai esquece-lo, eu também não. - sorriu triste - Mas não precisa se culpar.

Fiquei calada.

- Acha que ele gostaria de vê a mãe dele se culpando? Hein? - beijou minha testa - Não estou pedindo para esquecer dele porque eu sei que é impossível, porque ele era o nosso filho, ele era o nosso menino. Mas tente pensar nele como um....um...anjinho? Não é isso que ele é agora? E quando pensamos em anjos, não ficamos tristes, não ficamos com raiva. E sim vem uma paz na gente, não é?

Fiquei calada analisando o que ele disse.

- Ei amor...- Christopher segurou meu queixo obrigando a olha-lo - Não fica assim. Ele está bem, em uma lugar melhor do que aqui.

Respirei fundo.

Isso era verdade!

O meu menino estava no paraíso.

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