❦ CAPÍTULO VINTE SETE

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Antes de abrir os olhos já sentia a droga da ressaca em mim. Minha cabeça doía, estava com enjoou e ânsia de vômito.

Suspirei criando coragem para abrir os meus olhos. Quando finalmente consegui abri-los, notei que o quarto estava escuro. Pela primeira vez, a luz do sol não me encomodou, porque as cortinas estavam fechadas, bem fechadas.

Sentei na cama sonolenta, coçando os olhos e segurando a vontade de vomitar.

Por que eu bebi tanto, heim?

Olhei pra baixo e franzi o cenho notando que estava com uma camisola. Quando foi que eu a coloquei? Tentei me lembrar.

A porta do quarto foi aberta e Christopher entrou falando ao celular, mas assim que ele me viu acordada, desligou com um simples "depois te ligo".

- Pensei que fosse acordar mais tarde - ele disse sentando ao pés da cama e me fitando com atenção.

Suspirei.

- Tá...eu sei que estou horrível...- passei as mãos no cabelo tentando baixar mais a minha "juba de leão".

Ele riu.

- Está com fome? - perguntou ficando mais próximo de mim. De modo que ficamos frente a frente um do outro.

Foi minha vez de rir.

- A única coisa que eu quero é vomitar...- fiz uma careta - Que horas são?

- 12:00. - respondeu.

- Droga...- murmurei - Perdi uma reunião muito importante...- bufei irritada.

Por que diabos eu bebi tanto mesmo?

- Na verdade não...- ele começou a falar chamando minha atenção - Verônica ligou e perguntou por você, eu disse que estava indisposta e que não iria hoje. Ela me informou da tal reunião, então, eu sugeri que fizesse um vídeo chamada a tarde com todas as pessoas que estariam no seu escritório de manhã e que participaria da reunião. Então as 15:00h você tem uma reunião no meu escritório.

Meu queixo caiu.

- Vo...cê f..ez o qu..e? - gaguejei.

- Só quis te ajudar. - deu de ombros.

Involuntariamente sorri. Nossa...por essa eu não esperava. Não mesmo!

- Vai me deixar usar seu escritório?

- Sabe eu ainda não entendo, como uma casa tão grande feito essa, tem apenas um escritório....- ele falou e estendeu a mão abrindo a minha cômoda e tirando uma cartela remédio de dentro dela - Mas é claro que vou, onde você faria a reunião se não, no escritório? - pegou a jarra de água que ficava em cima da cama e colocou um pouco de água dentro do copo ao lado

Logo após me entregou o copo e a cartela de remédio. Fiquei olhando pra ele.

- Vai se sentir melhor....- disse calmo.

Peguei das mãos dele e tomei o remédio.

- Obrigada...- agradeci.

Ele nada disse. Apenas me encarou.

- Não devia ter bebido tanto...- disse agora sério - E ainda veio dirigindo...- negou com a cabeça - Você não é mais uma criança, sabe que não pode fazer isso.

- Aiiii...Não - fechei os olhos.- Sermão agora não...- murmurei.

- Não é Sermão...- tocou no meu ombro.

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