Afrodite.

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••• Chris' POV •••

Encosto as minhas costas na cabeceira da cama, limpando algumas gotas de suor da testa e levando o braço atrás da cabeça, respirando fundo de seguida. Nem eu, nem ela, tínhamos folego para falar alguma coisa, então só a puxei para mim para a beijar antes de me levantar.
Acabamos por tomar banho juntos e, depois de estarmos vestidos, saímos para tomar o café da manhã na praça que ficava perto da casa dela.

- Trouxe a chave, não trouxe, amor? – pergunto quando estávamos sentados e após termos feitos os pedidos, o que a fez rir.
- Obrigada por me lembrar a tempo das coisas – responde irônica – Tá aqui na bolsa, não se preocupe.
- Preocupo sim. Porque se eu não pudesse entrar na tua casa nova, eu não ia sequer poder viajar de volta, então eu me preocupo, o futuro da minha carreira tá nas tuas mãos, ouviu? – brinco e ela continua rindo, o que me faz sorrir genuinamente.
- Então... Oops, eu perdi a chave... Parece que você vai ter que ficar. Uma pena, não é? – me encara com um sorriso cinico e eu rio, beijando a sua mão de seguida – Eu vou te amarrar na cama e só te soltar depois de dia nove, você vai ver – me recomponho na cadeira e me inclino, falando baixo.
- Eu pensava que você ia falar outra coisa depois do "eu vou te amarrar na cama e"... E eu preferia – ela fica vermelha e desvia o olhar.

Eu reprimo uma risada, pois o garçom aproximava-se com os pedidos. Agradecemos e ele afasta-se, então a Suzy inclina-se na minha direção.

- Você sabe que falar isso em público é sacanagem, Victor.
- Eu amo como continua sendo tão fácil mexer contigo – digo em meio a uma risada e ela levanta o dedo do meio subtilmente, rindo levemente comigo.

Tomamos o café da manhã, conversando sobre a beleza da praça. Eu estava gostando da cidade e da calmaria dela. Saber que eu ia deixar a Suzy num lugar seguro, certamente me fazia ir embora com o coração mais leve, mas agora não é altura pra pensar em partidas...
Chamamos um uber e fomos para a quinta das lágrimas, já era perto do meio dia, e como tínhamos o dia todo por nossa conta, estava tudo bem.

- Fala dessa história de D. Pedro, porque mataram a Rainha?

Ela me explicou que a tal Inês não era Rainha, nem nobre, por isso o pai de D. Pedro mandou assassiná-la. Visitamos duas Fonte: a dos Amores, onde eles se encontravam; e a das Lágrimas, onde supostamente ela foi assassinada.
A Suzy contava a história e, mesmo que eu achasse que, embora tivesse o seu encanto, era bizarra para caralho, ouvia atentamente. No fundo, eu só gostava de ouvi-la falar e ficava admirando o seu conhecimento.
Depois de visitarmos mais alguns lugares ali perto, decidimos sentar na beira do Rio, e na outra margem, bem no alto, dava para ver aquela torre da universidade novamente.

- Eu creio que você vai ficar bem entregue, minha princesa – digo e ela olha para cima, já que estava deitada no meio das minhas pernas – Essa cidade é foda, combina contigo – faço-a rir de novo e então ouço o seu suspiro.
- Eu vou aprender mais coisas sobre ela e prometo que te vou contar na próxima vez que você vier aqui.
- Pode contar por áudios mesmo, eu quero falar contigo a toda a hora.
- Não, eu não quero estragar a surpresa – diz e eu me inclino para a beijar – Que horas são?

Olho no relógio e vejo que são quase três da tarde e a gente ainda não almoçou.

- Duas e cinquenta e quatro – respondo e ela arregala os olhos.
- Bora no shopping então? Almoçamos e eu já faço as compras que preciso fazer – sugere e eu concordo.

𝚟𝚘𝚊𝚗𝚍𝚘┊ 𝐜𝐡𝐫𝐢𝐬 𝐦𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora