Explicação.

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⁃ Como você sabe sobre a Yasmin? - ele questiona confuso.
⁃ Não era suposto eu saber, né? - cruzo os braços - Afinal você tem uma no Rio e outra em BH...
⁃ Espera, é o quê? - ele me olha ainda mais confuso.
⁃ É, gatinho - dou ênfase na última palavra.
⁃ Deixa ver se eu entendi - ele se aproxima - Você está achando que eu tô te traindo, é isso?
⁃ Não, a gente não tem nada, você partindo desse princípio pode ter quem você quiser, tô me pouco fodendo pra quem vai passar a dormir na sua cama.
⁃ A gente não tem nada? Suzy, pelo amor de Deus! Faz dois meses que luto pra caralho pra ter você do meu lado e você vem me dizer que "a gente não tem nada"? Pisa menos garota! - o rosto dele mostrava desilusão.
⁃ A gente só se beija, mais nada.
⁃ E se gosta pra caralho também. Ou estarei errado? Pelo menos sobre mim eu não estou.
⁃ Você gosta de quantas, afinal? - questiono com cara de cínica. - É que você trata-me de igual forma que trata todas as outras. Isso não é gostar de alguém, isso é no máximo curtir a companhia pra não ficar sozinho. - ele me puxa pra ficarmos perto do muro da casa do Ct.
⁃ Primeiramente responda a isso, quando foi que eu te menti? - ele me faz olhar bem no fundo dos olhos dele.
⁃ Começo a achar que desde aquele beijo na cozinha do Knust, tudo foi uma mentira.
⁃ Fala a sério - a cara dele mostrou tanta desilusão - Eu me dedico pra caralho, respeito você pra caralho, me importo pra caralho, sou o mais verdadeiro possível, tento melhorar tudo o que posso na sua vida, tento melhorar essa auto-estima pra chegar no ponto de você não corar com um elogio, só me dizer "sou mesmo". Te dou todo o tempo do mundo pra se decidir, seja no que for. Tenho calma com você, eu sou o primeiro a incentivar você a ter calma porque a gente chega em qualquer etapa, e não precisa ser de uma vez. - ele respira fundo - Eu dou o meu melhor pra você se sentir amada, protegida por mim e pra você, estes dois meses foram uma mentira. Se sou uma piada pra você, não adianta Suzanna. - ele fala calmamente a última frase.
⁃ Victor, se você visse mensagens minhas tratando os outros como trato você, como ia reagir? Se eu estivesse marcando encontros com eles enquanto você está fora? - respiro fundo pra afastar as lágrimas que estava vindo - Mano, tudo o que a gente tem vivido tem um significado enorme pra mim, até o facto de eu te chamar "nego" e ter como resposta "morena", significa o mundo pra mim, mesmo que pros outros seja tão banal. E dói Chris - olho pra ele sem nem me importar já se as lágrimas caíam, ou se a voz ia falhar - Dói porque eu sei que qualquer uma seria melhor que eu, qualquer uma iria cativar você mais facilmente, qualquer uma te roubaria de mim, e eu não estou preparada, não conseguia aguentar ver você indo embora, mesmo sabendo que não vai ficar por muito tempo.
⁃ Vou, eu vou ficar por muito tempo sim. Enquanto me quiser por perto, eu fico. - ele segura a minha mão - Sú, você tem a ideia errada presa na sua cabeça de que sexo segura homem e de que eu "tenho necessidades" - ele tenta me imitar - Não é assim, o que segura o homem é a cumplicidade que ele tem com quem está do seu lado. Se sexo faz parte? É óbvio que sim, mas uma relação onde o casal pensa que toda a cumplicidade se resume a isso, é uma relação  fútil. Eu tenho necessidades, assim como você, assim como qualquer pessoa ali dentro, assim como qualquer ser no mundo. Eu tenho. A gente tem. E você tem o seu próprio tempo, não precisa apressar as coisas só porque o homem de quem você gosta estava habituado a não ficar nem três dias seguidos sem transar, porque a culpa desses hábitos não é sua.
⁃ Por muito que você diga isso, eu sei que isso afeta você, não negue.
⁃ Sú - ele se aproxima - Não nego que afeta, mas já viu como é gratificante eu olhar pra você e ver a sorte que tenho por ter a mina que ninguém conseguiria ter? Já reparou como é gratificante ver a sua evolução que você está a ter? Mano, você era tímida até pra me beijar, ontem a gente flirtou pra caralho. Isso não significa só toda a safadeza envolvida, significa que você confia em mim. Não entende como é gratificante tudo isso? Sentir que os meus braços são um porto seguro pra você quando a tempestade ataca - não consigo conter mais lágrimas nenhumas. Ele me abraça, fazendo carinho no meu cabelo.
⁃ Porque fez aquilo, então?
⁃ O quê? - ele me olha confuso - Que foi que eu fiz?
⁃ Tratou ela como me trata. Eu odeio que me tratem como tratam os outros, você sabe isso.
⁃ Onde foi que eu a tratei como te trato?
⁃ Você chamou ela de bonequinha, mandou emoji com coração, o contato dela tem emoji também.
⁃ Sú, chamei ela assim porque ela é minha amiga, e o emoji foi pra não parecer muito rude.
⁃ E marcou encontro com ela.
⁃ Sim, com ela e com os nossos amigos todos, sendo que a gente se encontra todos no bar. - ela faz carinho no meu rosto - Eu ja vi que você quer saber quem ela é - aceno positivamente - Posso ser sincero?
⁃ Sempre.
⁃ Você não vai surtar com ciúme? - anuí e ele riu pelo nariz - Se quiser, depois de eu contar isso, pode chamar o Pedro ou o Daniel, eles estão dentro do assunto e certamente dirão o mesmo que eu.
⁃ Continua.
⁃ A Yasmin é uma amiga minha, tipo amiga de longa data mesmo, a gente andava na escola juntos. - ele olha pro nada tentando encaixar o que vai dizer - Quando os rapazes falam isso, ou eu mesmo digo brincando, que no meu quarto de hotel tinha sempre mulher, não pensei que eu transei com metade do Brasil ... Quase que foi metade - ele brinca e faz-me rir um pouco - Tô zoando, na verdade, em turnê tinha sempre mulher que eu às vezes nem lembrava o nome dela quando chegava no quarto, mas na maior parte o que eu tinha era sex friends. Só que eu acabo cansando sabe? Como já falei pra você, a relação que você tem com a pessoa é fútil, vocês só se procuram pra isso mesmo. Mas eu precisava disso. - ele limpa uma lágrima que ia na minha bochecha já e prende uma mecha de cabelo atrás da minha orelha - Quanto à Yasmin, a gente já no tempo de escola ficava, quando eu terminei com a minha primeira namorada foi ela quem esteve do meu lado e a gente acabava ficando. Mas mano, era do tipo, nós tínhamos uma relação ótima, a gente sempre gostou a sério um do outro, sempre na amizade mesmo, e sentíamos atração também. Ela é moça de lances mesmo, sabe? Sempre foi, não quer homem no pé dela, quer curtir primeiro. Quando eu terminei com a minha segunda namorada, a minha ex, eu fiquei perdido totalmente, eu amava mesmo aquela mina. Foi a Yasmin que esteve lá, eu só vim pro Rio depois. Aí a gente virou sex friends, sabe? Já confiava pra caralho um no outro, já tinha transado mesmo, então só aproveitou. A gente só ficava um com o outro mesmo, até quando eu estava em turnê. Só que a nossa amizade e o nosso lance sempre foram separados, felizmente. A gente acabou cansando, sabe? Sempre que um ligava a gente já sabia pro que era. Não era mau, mas virou rotina.
⁃ Você não se sente mal ao transar com uma amiga e depois agir como se nada tivesse acontecido? - ele ri da minha pergunta.
⁃ Não, morena, não tive muitas, mas uma parte das minhas sex friends são amigas minhas, e hoje em dia nada se passa entre a gente, só amizade.
⁃ Não fica estranho?
⁃ Não, você não fica olhando pra pessoa e pensando nas vezes que transaram - ele dá uma pequena gargalhada.
⁃ Ah, desculpa, é que isso faz-me confusão. Tipo, se eu transasse com o Baviera, eu iria ficar constrangida quando estivesse do lado dele.
⁃ Então está dizendo que, depois que a gente transar, não se vai ver mais?
⁃ Não, Chris! O nosso lance é diferente.
⁃ Das primeiras vezes você vai ficar um pouco constrangida sim, Sú, mesmo que seja comigo. Isso acontece com todos, deve ter acontecido com você e o seu ex também, porque o nosso corpo fica totalmente exposto e a pessoa passa a conhecê-lo bem. Mas logo passa, torna-se normal já.
⁃ Mas entre você e a Yasmin?
⁃ Que tem? Hoje não rola nada, nada mesmo, a gente cansou.
⁃ Assim do nada?
⁃ Sú, ela foi a mais longa que tive, e a última também - ele ri - Depois eu vim pro Rio e tive casos de uma noite só, até você chegar. Aí a história mudou e o bandido aqui ficou apegado - ele se aproxima pra me dar um selinho. - Não fique com ciúmes, está tudo bem, não largo mão de você, morena - voltamos a unir os nossos lábios. Isso tranquilizava-me. Tinha saudades.
⁃ Desculpa... - falo baixo quando ele desce com os beijos pro meu pescoço e eu abraço o seu.
⁃ Não há nada a desculpar, só me questione na próxima vez, eu não te escondo nada. - fechei os olhos e arranhei a nuca dele levemente, por conta dos beijos e da sua respiração no meu pescoço. - Não quer vir passar essa última noite lá em casa? Fala que geral vai ficar aqui em casa do Ct mesmo, aí a gente fica com todo o tempo pra gente. - aproveita o facto de estar de costas pra o resto do nosso grupo e desce as suas mãos pra minha bunda, apertando-a.

Ele não parava com os beijos, leves chupões e mordidas no meu pescoço e isso estava tomando conta de mim totalmente. Do jeito que eu já estava ficando, negar aquela proposta ficou praticamente impossível.

𝚟𝚘𝚊𝚗𝚍𝚘┊ 𝐜𝐡𝐫𝐢𝐬 𝐦𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora