Quer brincar, então?

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Terça, 5 de Julho, ao jantar.

••• Chris' POV •••

Acabo de comer e fico só conversando com a família na mesa. A minha mãe já não podia mais ouvir falar sobre o jogo do Galo de hoje, mas o Edivaldo estava interessado em saber o que eu e a Clara tínhamos a dizer. Até que o assunto parou no churrasco que tivemos ontem em casa da minha avó.

    ⁃    Ela gostou do churrasco de ontem - comento.
    ⁃    A sua avó falou que gostou muito dela, mas que nem assim você parava de beber - minha mãe responde fazendo-nos rir - O seu tio Ronaldo também, eles conversaram muito!
    ⁃    Ele estava falando sobre Portugal, já sabe como meu tio é quando bebe.
    ⁃    Ela adaptou-se bem aqui - Edivaldo comenta - E sobre o jogo do Galo, ela gostou? - aceno positivamente.
    ⁃    Ela curte futebol, mas depois ficou com dor de cabeça e pronto...
    ⁃    É do chifre - Clara brinca e a minha mãe logo a censura com o olhar.
    ⁃    Chifre é o caralho...
    ⁃    Olha a língua, Victor! - minha mãe me interrompe - Vai ver como ela está - sugere - Ela pode precisar de alguma coisa.
    ⁃    Ela deve estar a dormir - Clara responde e eu concordo.
    ⁃    Vocês vão lá no vosso rolê? - minha mãe pergunta e eu aceno positivamente - Não vêm na igreja por nada, nem quando tem festa!
    ⁃    As festas a que a gente vai são mais interessantes, mãe - Clara responde rindo.
    ⁃    Eu imagino. Aprontem que eu vou lá e vocês apanham na frente de todo mundo, eu ainda sou vossa mãe! - ela responde e eu rio com a Clara - A tua namorada vai com vocês? - minha mãe pergunta e eu sinto um frio na barriga, sorrindo de seguida.
    ⁃    Ela disse que ia, mas como está com dor de cabeça...
    ⁃    Vai lá ver se ela está melhor, Victor! Leva mais alguma coisa para ela tomar, ou para comer - minha mãe sugere novamente.
    ⁃    Eu vou lá ver como ela está e vejo se precisa de alguma coisa.

Me levanto de seguida e dirijo ao meu quarto. Entro devagar, ela estava cochilando porque tinha ficado com uma dor de cabeça bem forte depois do jogo. Não faço barulho, mas ainda assim ela acorda quando eu me aproximo.

    ⁃    Como você está, meu amor? - pergunto ao me sentar e passar a mão na sua testa.
    ⁃    Não sei se foi do banho, do remédio, ou do cochilo, mas eu melhorei - ela sorri e boceja de seguida.
    ⁃    Que bom - me inclino para a beijar - Quer vir jantar?
    ⁃    Não tenho fome, amor... Tenho medo de ir comer e piorar.
    ⁃    Mas ficar de estômago vazio não ajuda, morena.
    ⁃    Não se preocupe, nego, de verdade - alisa o meu braço.
    ⁃    Ainda quer sair comigo e com a Clara? - ela acena positivamente - Então vai tomar banho.
    ⁃    Vai você, eu já tomei, só falta me vestir.
    ⁃    Tá nua, é? - ironizo.
    ⁃    Praticamente. Só tenho uma blusa sua e uma calcinha vestida, e eu acho que você não quer que eu saia assim - ela ri e eu sorrio, segurando o seu queixo com uma mão e beijando os seus lábios de seguida antes de sair para ir tomar banho.

•••

Entro no quarto pouco depois só de toalha, ela já tinha despertado, mas ainda estava sentada. Estava a beber água quando entrei, porém ainda não estava ainda pronta.

    ⁃    Esqueceu a roupa de novo?
    ⁃    É que eu tô acostumado a me vestir no quarto mesmo.
    ⁃    Eu vou me virar então, fica à vontade.

Rio do que ela fala, vendo-a pegar o celular e se sentar na cama, de costas para mim logo depois. Visto só a cueca e sou distraído com a sua gargalhada. Ela logo me mostra o vídeo de que está rindo e eu me deito do seu lado, acabando por rir também.

    ⁃    Deixa eu encostar as costas na cama - ela fala um pouco depois.

Eu me desvio, deixando que ela se deite e pouso depois a cabeça no seu colo e ficamos os dois mexendo nos nossos celulares.

    ⁃    Você não deveria estar se arrumando?
    ⁃    Bateu a preguiça - olho para ela, vendo que a minha blusa que ela usava tinha subido um pouco - Olha quem fala...

Ela ri e poucos minutos depois eu me levanto, pegando a toalha e prendendo de novo em volta da cintura.

    ⁃    Já venho - ela acena positivamente e eu saio do quarto.
    ⁃    Vai se vestir, Victor! - minha mãe fala enquanto acaba de se calçar - Ainda apanha um resfriado!
    ⁃    Você está tão bonita assim para ir a uma festa da Igreja?
    ⁃    A sua mãe já é bonita de natureza - Edivaldo responde e ela começa a rir.
    ⁃    O que tem para me pedir, Victor?
    ⁃    Nada, só achei que você está mais bonita do que o normal mesmo - ela ri e a Clara sai do quarto.
    ⁃    Você não se arruma mais? - me pergunta enquanto vem na minha direção e eu coloco um braço em volta dos ombros dele.
    ⁃    Me perdoa se eu não for? A Suzy ainda não está muito melhor e eu sei que mesmo assim ela vai porque eu vou...
    ⁃    Fora de questão - minha mãe fala - Leva isso para ela tomar - se dirige à gaveta onde guarda todos os medicamentos e me entrega uma caixa - Se ela estiver melhor, vocês vão, se não, fica em casa a cuidar dela.
    ⁃    Era o que eu estava a pensar fazer - respondo e a Clara me censura com o olhar, acho que ela sabe que eu só não quero ir.
    ⁃    Se for preciso alguma coisa, liga que eu chego aqui em dois segundos!
    ⁃    Obrigado, mãe. Divirtam-se - beijo a testa da Clara que bate na minha cabeça de seguida.

Volto para o quarto e a Suzy me olha, pousando o celular. Tiro a toalha e jogo para cima da cadeira, jogando também a caixa em cima da secretária.

    ⁃    Não me apetece mais ir, e a você? - digo ao sentar na beirada da cama.
    ⁃    Você não confirmou à Clara que ia? - pergunta e eu separo as pernas dela, deitando de costas para a cama no meio delas.
    ⁃    Mas já fui confirmar que não vou - olho para trás e ela ri, me censurando com o olhar.

A mão dela para nos meus dreads e começa a fazer carinho na minha cabeça. Vou me arrepiando cada vez mais, principalmente quando as unhas dela começam a fugir para o início do meu pescoço.

    ⁃    Não acha que está a brincar demais? - pergunto quando começo a sentir que aquilo realmente estava a mexer comigo e ela ri.

Volta a fazer o mesmo, e consequentemente eu encolho os ombros, com o arrepio. Olho para trás e ela ri de mim. Me deito de lado e mordo levemente a sua coxa, fazendo-a bater na minha testa.

    ⁃    Isso dói, e você sabe que eu sou sensível aí!
    ⁃    Agora a brincadeira não é mais engraçada? - pergunto e ela ri.

Me sento na cama e pouso o celular na secretaria, voltando para perto dela.

    ⁃    Você quer brincar, então? - pergunto quando pouso um joelho no meio das suas pernas e ela sorri, o que me faz debruçar o meu corpo sobre o dela para a beijar.

A sua mão direita para no meu rosto enquanto nos beijamos e arranha levemente, então eu passo a língua nos seus lábios para poder sinalizar a minha intenção.
Deito-me totalmente sobre o seu corpo, não deixando o meu peso cair sobre ela, quando as unhas da mão esquerda passeiam nas minhas costas, arranhando ali levemente. Arqueio conforme elas descem e a Suzy sorri entre o beijo.
Paro para a olhar nos olhos, descendo para o seu pescoço e então escuto alguém bater na minha porta.

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Fico só vendo 👀

Eu realmente precisava fazer isso, tinha que vos fazer sofrer só mais um pouco, MAS como não sou tão má assim, já já sai outro 😉

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𝚟𝚘𝚊𝚗𝚍𝚘┊ 𝐜𝐡𝐫𝐢𝐬 𝐦𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora