Pesadelos.

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Mano! Para de rir! Ela está mesmo mal, porra! - Helena grita enquanto me ajuda.
Ela que se vire, tô me fodendo - Arthur continua rindo alto - Se não desse um passo maior que a perna, ela estaria bem agora.
Que foi que aconteceu?  - Henrique chega e questiona.
Tomou ecstasy e agora está passando mal - Arthur continua rindo do lado de Vinicius.
Foi você quem a fez tomar, Arthur! - Helena grita.
Oh! Esteja calada que aqui ninguém lhe pediu opinião! - Vinicius grita pra namorada.
Eu já não ia conseguir vender, então acabei desperdiçando nela mesmo. - Arthur fala pro Henrique.

Continuo tremendo compulsivamente, meu coração batia tão depressa que parecia que ia sair do meu peito. Não conseguia vomitar mais, não tinha o que vomitar.

Eu quero ir pra casa - falo fraca quando sinto uma pouca luz de força no meu corpo. Arthur se aproxima, me faz engolir vodka preta.
Vem pra minha casa, os meus pais foram sair, não voltam antes de o dia amanhecer.
Não, eu vou ligar ao meu irmão, preciso ir pra casa. - falo pegando o celular que ele logo me tira. Eu estava fraca e chapada demais pra conseguir reagir.
Ajudem-me a levar ela pro meu carro.

Quando dou por mim, estou no seu carro, a caminho de sua casa enquanto nem o meu nome eu conseguia pronunciar corretamente e a minha maior vontade era correr pros braços do Mz pra que ele cuidasse de mim.
O carro parou em frente da sua casa, tirei os olhos do vidro e ganhei coragem pra olhar pra ele. Chris estava sentado no lado do condutor, isso deixou-me confusa. O Arthur?
Entramos em sua casa, estava tudo tão escuro. Ele me levou pro seu quarto, eu só precisava descansar a mente, estava tão exausta, a minha cabeça pesava tanto.
Efetivamente, ele deixou que eu me deitasse, contudo não foi pra que eu descansasse. O corpo dele cobriu o meu e ele iniciou beijos jamais correspondidos por mim.

Chris, para - tentei afastar o seu corpo - Por favor - talvez eu estivesse fraca demais pra falar, parecia que ele não me escutava.

O pesadelo começou. Não pelo que estava a acontecer, as memórias eram reais, mas por ser o Chris nelas.

Acordei soando, de novo tinha tido aquele pesadelo horrível. Dessa vez foi muito pior. Dessa vez o pesadelo não era apenas o reflexo do que eu já vivi. Dessa vez o pesadelo envolveu o Chris, quem jamais devia estar presente nele.
Eu não consigo crer que a minha mente estava fazendo esse tipo de jogos pra me destruir mais rapidamente.
Para mim, estranha era a noite em que eu não sonhava com tudo o que vivi com, e por causa, do Arthur.

Não poderia mandar mensagem ao Chris, não na madrugada de uma Terça Feira, sabendo que ele adormeceu há poucas horas e daqui a pouco tem que estar já no estúdio para ensaios.
Eu vou me acalmar sozinha, tenho que me virar como virava antes de o Chris entrar na minha vida.
Dirigi-me à janela do meu quarto e acendi um cigarro. Tinha esperança que isso me acalmasse, porém notei que nem os três que fumei de seguida foram o suficiente para me fazer relaxar.
Voltei a deitar-me, eram ainda 7:44h. Eu tinha adormecido praticamente às 5h.
Tinha medo de voltar a adormecer e voltar a ter pesadelos.

Me levantei e fui pra minha secretária estudar um pouco, precisava fazer isso, nas próximas semanas teria provas importantes, provas que ditariam o meu futuro.
Iniciei o meu estudo de Direito Urbano, ainda com o cérebro cansado eu estudei. Estudei até que o cansaço me venceu e eu adormeci com a cabeça em cima dos livros.

𝚟𝚘𝚊𝚗𝚍𝚘┊ 𝐜𝐡𝐫𝐢𝐬 𝐦𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora