𝚟𝚘𝚊𝚗𝚍𝚘┊ 𝐜𝐡𝐫𝐢𝐬 𝐦𝐜

Eu sabia que tu ia ligar.

••• Suz's POV •••

Estava terminando de me vestir quando a Letícia bate na porta do quarto e eu permito que ela entre, olhando na direção da porta então.

⁃ Vim ver se você já estava pronta – ela fala antes de se sentar na cama e eu faço o mesmo para me calçar.
⁃ Sim amor, agora já estou – sorrio – Podemos ir?
⁃ Você está de boas em ir? – aceno positivamente ainda atando as minhas vans – Vai correr tudo bem, só estaremos nós três lá, vai ser de boas.
⁃ Lógico que vai – sorrio, tentando disfarçar o meu nervosismo e então pego a minha bolsa – O Christian também está sumido hoje ou é só o Victor?
⁃ Eles foram fazer soundcheck amor – ela responde e então vamos na direção da saída – Deve ser por isso.
⁃ Ele só me deu bom dia já era uma da tarde e depois mal falou – digo ao tentar perceber se tinha feito algo de errado para ele estar assim.
⁃ É porque está ocupado... Ou aconteceu alguma coisa entre vocês?
⁃ Que eu saiba não...
⁃ Então não comece já a imaginar o que poderá ter acontecido, ele só está ocupado, não tarda ele responde.

Ela termina de falar ao fechar a porta e então nos dirigimos ao carro do Chris, indo então em direção a casa dos meus pais. Eu tremia de nervosismo por ter que voltar lá, não sabia como encarar a situação. Da ultima vez que pisei naquela casa, saí sem nem ter noção de quem eu era mais de tão desnorteada que fiquei e estou neste momento a estacionar em frente da casa da minha mãe.
Saímos do carro e a Letícia tocou na campainha, já que eu levava um bolo na mão e não tinha mais a chave dessa casa. Logo a minha mãe vem abrir a porta do jardim bem sorridente.

⁃ Boa noite, minhas queridas – diz ao beijar o rosto da Letícia.
⁃ Acho que ainda é tarde – olho para o céu.
⁃ Eu, por acaso, pedi que vocês trouxessem alguma coisa? – pergunta ao vir na minha direção e beija o meu rosto.
⁃ Foi a Letícia que insistiu...
⁃ Não precisavam! – olha para trás de mim antes de voltar a olhar nos meus olhos – Talvez fosse melhor trazer o carro do seu namorado para dentro.
⁃ Eu concordo, não quero que nada aconteça nas minhas mãos. Pode só abrir o portão?
⁃ Lógico que posso!
⁃ E podem já ir entrando que eu sei onde vos encontrar. Acho que ainda não esqueci as divisões dessa casa...

Não espero por resposta, viro as costas e entro no carro do Chris, vendo o portão abrir. Estaciono-o do lado do da minha mãe e atrás do carro do meu pai, suspirando por já ver coisas que me remetem a ele.
Tranquei o carro do Chris e entrei para a sala, onde elas conversavam do lado da mesa de jantar. Sorriram quando eu entrei e pousei a minha bolsa no sofá.

⁃ Fiz um peixinho assado no forno... Eu sei que você gosta – minha mãe sorri para mim que aceno positivamente, retribuindo levemente o sorriso.
⁃ Tem um ótimo aspeto, tia! – Letícia responde e a minha mãe sorri para ela.
⁃ E eu espero que esteja do vosso agrado.
⁃ Certamente estará, né Sú? – Letícia pergunta e, de novo, aceno positivamente e sorrio levemente.

Realmente, o jantar estava ótimo e o vinho ainda melhor, mas nem assim eu relaxava. Não só por estar de volta a casa, até porque o ambiente estava leve e nós conversávamos normalmente, mas porque o Chris ainda não tinha falado mais nada.
Me levantei para ir na cozinha pegar mais uma garrafa de vinho e o meu celular vibrou no caminho, finalmente era ele, mas não seria meu por muito tempo.

Cleytu 🖤

Oi princesa, o dia tá
muito corrido hoje. To
indo jantar agora, mais
tarde a gente se fala. ❤️
Se cuida, viu? Amo-te
boneca, beijo 😘❤️

se cuida, amor. amo-te. 💖

A mensagem dele acabou por não me deixar tão bem quanto deveria, eu sentia saudades dele e tudo isso me levou a pensar em como seria foda quando eu não estivesse mais no mesmo continente que ele sequer...
Tentei afastar os meus pensamentos e voltar à sala com a minha melhor cara possível.

⁃ Eu compreendo, na gravidez do Mozart eu também estava morrendo de medo – ouço a minha mãe comentar – Então, eu estava com 21 anos, com o curso por terminar, vivendo longe da minha família... Mas graças a Deus deu tudo certo, o parto correu super bem, embora ele fosse um neném super grande! O Duarte terminou o curso dele antes do nascimento do filho e fomos morar pro Porto, para perto da minha família.
⁃ Você estudava onde, tia?
⁃ Comecei em Lisboa e terminei no Porto já – minha mãe responde e a Letícia fica surpresa – Eu queria Coimbra – me olha e sorri – Mas o meu namorado só podia estudar em Lisboa, porque aquele curso só existe lá, e o meu cunhado ia também, então eu decidi ir para Lisboa com eles.
⁃ E não se arrepende? Sei lá... Era um sonho seu estudar em Coimbra – pergunto antes de beber.
⁃ O meu sonho era cursar medicina. Fosse lá, ou em Lisboa... Mas eu queria permanecer com o meu namoradinho, então acabei indo pra capital – sorri – Não me arrependo, permaneci com ele e hoje tenho uma família linda – segura a minha mão – E um dos meus rebentos vai estudar na cidade onde a mãe sonhou estudar outrora – sorrio, engolindo o nó que se formava na minha garganta – Você é o meu orgulho, viu?