Eu não fui feita pro amor.

698 55 30
                                    

Abri as mensagens e vi qual era a causa daquela raiva toda. O Santi tinha postado um story de mim.

Provavelmente ele tinha surtado por conta da legenda, se ele me tivesse deixado explicar-me, de certeza que chegaria à conclusão de que essa música nos remete a tempos antigos, não só a nós, como ao grupo todo, e também porque o Santi vivia zoando...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Provavelmente ele tinha surtado por conta da legenda, se ele me tivesse deixado explicar-me, de certeza que chegaria à conclusão de que essa música nos remete a tempos antigos, não só a nós, como ao grupo todo, e também porque o Santi vivia zoando de mim por gostar tanto assim da música.

Acordei o Santiago, precisava ir pra casa, só aí falaria à vontade com o Chris.

⁃ Já quer ir, pequena? - questiona com sono ainda.
⁃ Sim anjo, a minha mãe me pediu ajuda - me espreguiço.
⁃ Vamo então! - ele se levanta e sorri pra mim.

Não demorou muito tempo pra eu chegar em casa, e nesse tempo recebi mais uma mensagem do Chris.

chrismcoficial

Sério que você vai ignorar isso?

Mano, se fosse eu fazendo
essa merda, já estava sendo crucificado!

De facto, ele estava chateado por não estar entendendo nada, porém isso não lhe dava o direito de me estar tratando daquela maneira. Tudo bem que eu não o tratei muito melhor quando aconteceu o contrário, mas mano, o que aconteceu com ele e o que aconteceu comigo foram coisas totalmente opostas! Agradeço que ele nem caia no erro de tentar comparar!

⁃ Obrigada meu anjo - falo quando o Santi parou no portão de minha casa - Não quer entrar?
⁃ Outro dia, minha linda, vou dormir um pouco agora - ele ri - Logo vou sair com a Bea. - olho pra ele sorrindo.
⁃ Se cuida, amorzinho - dou um beijo na face dele ao qual ele retribui do mesmo jeito - Te amo.
⁃ Te amo pequena.

Sai do carro, disse tchau pra ele e vejo-o seguir de volta pra sua casa. Então, entro na minha.

⁃ Já terminou o estudo, filha? - minha mãe baixa o livro que estava lendo perto da piscina, quando me vê sair pela janela da sala pra procurar ela.
⁃ Sim, mãe - falo enquanto me aproximo - Não estudamos tudo, mas estudas o principal, é o que importa.
⁃ Terão mais dias pra estudar, anjo - ela sorri - Não quer vir fazer companhia à mãe?
⁃ E o jantar, quando começamos a preparar?
⁃ O pai hoje vai trazer o jantar, ele ligou falando isso - dou uma risada.
⁃ Tá bom, vou pegar meu bikini e já desço - atiro um beijo e sigo pro meu quarto.

Assim que entrei no meu quarto, peguei meu celular e liguei pro Chris. Não demorou muito a atender.

⁃ Chr...
⁃ Finalmente né? - ele me interrompe. A voz dele mostrava que ele estava chateado - Mano, que merda era aquela?
⁃ Aquela merda sou eu né? - digo chateada com os modos como ele me falava - Mas que autoridade tem você pra ficar falando assim comigo, meu? Tá doido caralho?
⁃ Quando você faz isso, está tudo bem, mas quando é o Victor que faz merda, é o fim do mundo!
⁃ Ah não! - interrompo e altero ainda mais o tom de voz - Não compare, sério, Victor, não ouse comparar as situações mano, nem vem caralho!
⁃ Como assim não se compara? Suzanna, você estava deitada na cama do cara...
⁃ Victor, esteja calado e me escuta - interrompo - Em que story você me viu beijando o pescoço dele, ou vice versa? Em que story você o viu apertando a minha bunda? Em que story você o viu gravando a minha bunda enquanto eu dançava funk?
⁃ Sim, e a legenda que ele postou? Não vai falar? Olha o fim daquela frase Suzanna, porra!
⁃ Não é pela frase, Victor, é pela música mesmo! - falo impacientemente - Aquela música não é só usada por nós dois, é usada pelo grupo todo, isso tem referências - suspiro - Tal como a "Era uma vez" tem referências entre você e a sua amiga vadia né? E olhe que essas referências são bem piores que...
⁃ Que referências mano? Ela que não parava de cantar a música, porra!
⁃ Eu já te expliquei a minha parte, se não quiser ouvir, eu nem vou tentar me explicar mais, adeus. - me preparo pra desligar e ignorar o que ele ia dizer de seguida, porém o que ele disse captou a minha atenção.
⁃ Não, você não me explicou o que estava fazendo no quarto dele!
⁃ Primeiramente, desde quando eu te devo satisfações do que eu faço ou deixo de fazer?
⁃ Mano, eu sempre te dou, mas você tem que ser diferente na nossa relação e não me dever satisfações, né?
⁃ Que relação, Victor? A gente não tem qualquer tipo de relação, somos amigos e, se continuarmos assim, seremos só amigos mesmo. Eu não vou aguentar o que aconteceu no último mês entre a gente muitas mais vezes, acredite! - ele se prepara pra falar e eu interrompo - O que eu fui fazer no quarto dele? Fumar. A gente combinou de fumar à tarde e eu fui em casa dele fazer isso mesmo, fumar.
⁃ E é preciso ir pro quarto dele pra fumar?
⁃ Quando não se vive sozinho, sim, é.
⁃ Pode me poupar dessas desculpas, por favor? - o meu sangue ferve ao ouvir isso.
⁃ Você tá me tirando? - falo extremamente irritada - Olha, Victor, perdi a porra do respeito que eu tinha por você! Não admito nem a você, nem a ninguém que ponha em causa as minhas palavras. Eu nunca tive necessidade nenhuma de te mentir, não era agora que o ia fazer, principalmente quando eu te falei que você ia pra turnê e a gente podia ficar com quem quisessemos, só depois íamos ver se valia a pena ou não voltar ao nosso lance, é mentira?
⁃ Com isso, você quis dizer que ficou com ele?
⁃ Olha, fiquei sem paciência mesmo!
⁃ Você bate no peito falando que eu sou diferente, "ah Chris, que vergonha a sua mãe me ver no seu quarto, o que ela vai pensar de mim?" - ele tenta me imitar - O que a mãe dele pensou disso?
⁃ Não, sério, fala que você não acabou de fazer isso comigo! - um nó forma-se na minha garganta, tanto de raiva como de tristeza - Você está achando que eu ajo com todo o mundo como eu ajo com você? Caralho, Victor, nem com o meu ex namorado eu agia assim! Eu amava ele e nunca, naquele maldito ano, eu mandei uma foto mais ousada pra ele ou pensei sequer em lhe dirigir uma palavra mais ousada e, mesmo sendo a merda que era, ele era meu namorado e eu amava-o! - a minha voz falha - Agora vem você me julgando, achando que fico dando pra todo o mundo, beijando todo o mundo, mandando foto íntima pra todo o mundo, falando sacanagem pra todo o mundo, só porque algumas coisas dessas aconteceram entre mim e você! - ele tenta falar e eu interrompo - Eu pensei que você me tivesse em maior consideração, na real mesmo, eu achei que você soubesse que era o único, mas já que não conseguiu chegar a essa conclusão, eu nem quero saber mais, afinal, tudo isso não passa de uma desculpa - falo baixo, as lágrimas caíam com força e isso já se notava na minha voz.
⁃ Suzanna! Me escuta! Não foi isso que eu quis dizer, mas mano...
⁃ Eu não quero saber, acredite no que você quiser, faça o que quiser, você não me deve qualquer justificação. Com licença! - desligo a chamada.

Me sentei na cama e senti a minha cabeça doer por conta de tudo o que tinha acontecido. Como assim ele não entendeu que era a única pessoa com quem eu consegui ficar mais à vontade? Como assim ele foi capaz de me julgar tão baixo? Jogar tudo aquilo na minha cara sem fundamento nenhum?
Ele ligou mais uma vez e eu desliguei o celular, não tinha cabeça pra lidar com mais nada. Eu só me desiludia mais a cada dia que passava e tudo isso doía, doía principalmente por ser só mais uma prova de que eu não fui feita pro amor.

𝚟𝚘𝚊𝚗𝚍𝚘┊ 𝐜𝐡𝐫𝐢𝐬 𝐦𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora