Conto contigo?

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Sábado, 7 de Agosto.

••• Suz's POV •••

Entramos no carro rumo a casa dos meus pais e eu não tinha a certeza de como me sentia com isso. Uma parte de mim queria conseguir ficar confortável do lado deles, a outra parte ainda estava ressentida por tudo o que aconteceu. Creio que com eles não seria diferente. Pelo menos estaria lá o Mozart e a Lina, o que me fazia relaxar.

⁃ Está tudo bem - Chris passa a mão na minha perna e aperta a minha coxa - Quando quiser a gente vem embora - suspiro e aceno positivamente - Tô orgulhoso por te ver dar esse passo, viu?
⁃ Foi você quem aceitou isso - rio levemente - E eu fico grata por todo o apoio, eu sei que você quer o melhor para mim.
⁃ E eu sei que você não fica bem até vocês estarem bem também. Aproveita enquanto está aqui para resolver, porque se for embora desse jeito vai custar muito mais!
⁃ Eu sei, amor, eu não posso ir desse jeito... - digo quando ele estaciona o carro - Eu juro que vou fazer de tudo para deixar o ambiente mais leve, obrigada pelo empurrãozinho.

Antes de sair, ele puxa o meu braço e me beija, me fazendo rir de seguida.

⁃ Sabe que agora já não temos que esconder, não sabe?
É a força do hábito.

Ainda estou rindo da resposta ao chegar na porta, pronta para tocar na campainha quando esta é aberta pelo meu pai.

⁃ Pode abrir o portão?
⁃ Claro, filha. Como está?
⁃ Estou bem, e tu, pai, como estás?
⁃ Feliz por te ter aqui.
⁃ Agora vai sempre falar isso? - rio.
⁃ Vou sim, ter a minha família unida não tem preço - se aproxima e beija a minha testa enquanto o Chris entra para estacionar o carro na garagem.

Eu e o meu pai nos abraçamos até escutar a porta do carro bater. Não sei por quanto tempo ficamos assim, sei que foi bom demais e, estranhamente, me senti em paz.
Andamos na direção do Chris, que aperta a mão do meu pai e trocam algumas palavras antes de irmos ao encontro do Mozart que saía a janela da sala nesse momento com mais bebida, pousando em cima da mesa no jardim.

⁃ Oi, minha princesa - diz quando me abraça - Como está?
⁃ Que saudade de você - aperto o abraço.
⁃ Também tô com saudade, mas aquela desgraça te roubou pra ele - nos separamos e ele vai cumprimentar o Chris - Fala cria.
⁃ Fala tu, irmão.
Agora é cunha - Mozart responde dando risada - Venham beber - me puxa em direção à mesa.
⁃ Vou ver se a mãe e a Lina precisam de ajuda - digo ao me desprender do meu irmão.
⁃ Não quer beber?
⁃ Não por enquanto.
⁃ Opa - Mozart ri passando a mão na minha barriga - Posso ser o padrinho?
⁃ Só se for do filho do espírito santo - bato na sua mão e ouço risadas. Eu só fiquei tímida com isso.
⁃ Tô achando que o espírito santo se rendeu aos prazeres terrenos, oh - bate nas costas do Chris - Tá aqui em carne e osso.

Reprimo uma risada por conta da timidez de escutar as deles e por ter aquela conversa na frente do meu pai. Quando entro em casa ainda sinto as minhas bochechas queimar um pouco e então me dirijo à cozinha, encontrando quem eu procurava.

⁃ Cês tão bem, hein?

Digo ao me referir aos copos de gin que elas bebiam enquanto conversavam e prontamente a minha mãe já se levanta, vindo na minha direção.

⁃ Como está, filha? - beija a minha bochecha e me abraça.
⁃ Tô bem, e a senhora como está? - Lina sorri orgulhosamente para mim.
⁃ Tô melhor do que você - levanta o copo e damos risada - Vou preparar um pra você tomar, se eles podem, nós podemos também!

𝚟𝚘𝚊𝚗𝚍𝚘┊ 𝐜𝐡𝐫𝐢𝐬 𝐦𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora