Entrei no quarto e o Chris já dormia. Dormia pacificamente no meu lado da cama, sem blusa. Olhei pro pescoço dele e vi uma leve marca. Parecia um chupão, talvez fosse mesmo. Isso entristeceu-me.
Sentei na secretária e foquei-me em estudar, era necessário eu estudar Teoria da Arquitetura, uma vez que nas aulas do Professor Ricardo eu prestava mais atenção à sua barba e ao seu sorriso do que às palavras que ele proferia.
A música chegava aos meus ouvidos através dos fones, estava um pouco mais alta pra me obrigar a focar no que estava a fazer e ignorar tudo o resto.
A minha cabeça começou a doer, já tinha estudado três horas e meia sem parar, era agora quase 16h. Faltavam só poucas folhas para o final da unidade, então bebi água e fiz um esforço por continuar.
Quando já só me faltava mais uma sub-unidade, ou seja, umas três folhas, senti uns braços a envolverem o meu pescoço e um beijo no cabelo. Assustei-me, não estava à espera disso. Tirei o fone e olhei pra trás.⁃ Para me matares, não precisa ser de ataque cardíaco, sabias? - falo colocando a mão no coração e ele ri, sentando na cama.
⁃ Eu não te quero matar, assim ia ficar solteiro.
⁃ Você já é - viro-me pra frente.
⁃ Você sabia que pode pisar menos?
⁃ Estou a citar as suas próprias palavras - olho de volta pra ele.
⁃ Estar solteiro não significa estar sozinho.
⁃ Se estamos os dois nesse quarto, você não está sozinho - olho pros boxers dele, eram brancos, o contraste ficava bem.
⁃ Vai ficar só olhando? - ele questiona sorrindo e eu reviro os olhos.
⁃ Gostei desses boxers.
⁃ Quer que eu os tire pra você os ver melhor? - ele ri e eu acabo rindo também.
⁃ Você é otário mesmo. Vamos almoçar, esperei por você - ele vem me abraçar de novo.
⁃ Esperou? - beija perto da minha orelha - Que coisa linda.
⁃ Esperei porque não tinha fome mesmo - minto - Fique à vontade, vou finalizar o nosso almoço.Saí do quarto e fui aquecer o frango e preparar o macarrão.
Coloquei os pratos, talheres e copos na mesa. Não muito tempo depois, ele chega na cozinha já vestido.⁃ Cheira bem mano.
⁃ Cheira a Lisboa - ele me olha confuso.
⁃ Porquê?
⁃ É uma coisa que a gente fala em Portugal - rio - Você não entenderia, não está no seu sangue.
⁃ Ui, cuidado que ela é Portuguesa.
⁃ Sou sim, e sou do Norte, por isso cuidado mesmo!
⁃ Sério? As do Norte são perigosas?
⁃ Não, as do Norte têm uma personalidade muito forte, são mulheres de força mesmo, aquelas que se impõem. - suspiro de saudade - Mas quando se tem o coração de uma mulher do Norte, tem-se tudo... - volto o meu olhar pro almoço que estava quase pronto.
⁃ Um dia ainda vou conquistar o coração de uma Portuguesa do Norte - eu ri.
⁃ Boa sorte, vai precisar.Falo pegando os nossos pratos e nos servindo, colocando pouco comer pra mim.
⁃ Se você quiser mais, pode ir se servir de boas - falo pra ele.
⁃ Vai comer só isso? - ele aponta pro meu prato.
⁃ É mais do que suficiente, ando sem apetite.
⁃ Você come pouco mano, tem que aprender a comer a sério.
⁃ Garoto, tem vezes que eu sou capaz de comer mais do que você, acredite.
⁃ Duvido - prova o comer - Você cozinha tão bem mano - eu sorrio.
⁃ Foi a minha mãe que fez praticamente tudo, eu só finalizei - rio - Ela sim, cozinha bem. Venha cá mais vezes.
⁃ Namora comigo, assim eu tenho razões para vir cá.
⁃ Ah, Victor...
⁃ Ainda está chateada?
⁃ Não, estou desiludida, só isso.
⁃ Princesa, eu juro que eu não...
⁃ Não fale disso agora, sério, eu vou acabar chorando e não querendo você por perto.
⁃ Desculpa - coloca a sua mão no meu pulso, acariciando-o - A minha proposta está de pé ainda?
⁃ Sim, depois de eu arrumar o que falta aqui na cozinha a gente pode sair. - ele sorri e volta à sua posição.Terminamos de comer e o Mz desce as escadas e vem nos encontrar na cozinha.
⁃ Ainda vão tomar café?
⁃ Aham - olho pra ele.
⁃ Vou esperar por vocês, assim digo que vou também, para a mãe não começar a desconfiar muito sobre vocês.
⁃ Mozart... - volto a olhar pra louça - Mesmo que ela desconfie não tem mal, já terminou.
⁃ Não fala isso! - Mz me repreende. O meu objetivo era atingir mesmo o Chris.O Chris ajudou-me a arrumar a cozinha, por vontade própria, como sempre. Agradeço à minha ex potencial sogra por tê-lo educado dessa maneira! Depois eu subi para fazer a cama e ele subiu comigo pra pegar a sua sweat.
Dessa vez recusei a ajuda dele, eu gosto de fazer a cama sozinha. Posto isso, ele sentou na mesa da secretária. Enquanto eu fazia, sentia o seu olhar acompanhar todos os passos que eu dava.⁃ Está com medo de eu me perder? - questiono sem olhar para ele, terminando a sua viajem.
⁃ Hãn? - questiona confuso.
⁃ Não para de olhar...
⁃ Com todo o respeito, eu estava admirando a sua bunda, linda demais.
⁃ Aposto que viu melhores lá, até chegou a apalpar uma...
⁃ Ah, não - ele se levanta, aproximando-se de seguida e fica atrás de mim - Entre todas as que já vi, prefiro a sua - eu rio - Claro que se a Kim Kardashian fizesse uma proposta pra eu aproveitar aquela raba dela, eu não recusava né... - olho pra ele e dou um tapa no seu braço, fazendo-o rir - Tô zoando.
⁃ Pode ir, eu não tenho nada a ver com isso. Acredite que eu jamais - dou ênfase na ultima palavra- te faria uma proposta dessas, então vai lá aproveitar. - falo colocando os travesseiros em cima do edredão.
⁃ Não se preocupe, eu mesmo apresento as minhas propostas pra você - me seguro pra não dar risada.
⁃ Credo! Vai sonhando...
⁃ Um dia eu também sonhei ser um Preto Rico também - jogo um travesseiro contra ele e a sua risada entoa pelo quarto. Dou a volta à cama.
⁃ O. TÁ. RI. O - falo entre dentes enquanto bato nele com o travesseiro.Ele, com muita facilidade, me tira o travesseiro e agarra os meus pulsos, deitando-me na minha própria cama e colocando os seus joelhos a travar o meu corpo, inclinando-se sobre mim. As minhas mãos estavam presas pelas dele acima da minha cabeça.
Beijou o meu pescoço lentamente, sem nem tentar deixar marcas. Eu queria travá-lo, porém não tinha como, estava rendida.
Segundos depois ele me encara, olhando no fundo dos meus olhos, e aproxima as nossas bocas. Nesse momento pensei em tudo o que aconteceu nos dias anteriores, não fui capaz de ignorar.⁃ Me solta, por favor - falo virando o rosto e ele solta as minhas mãos.
Empurro o corpo dele para o outro lado da cama e me levanto.
Pego o meu eyeliner e retoco um pouco, gosto dele bem escuro.⁃ O que eu posso fazer pra te conquistar de novo? - pergunta e o encaro através do espelho.
⁃ Ninguém nunca me conquistou duas vezes.
⁃ Depois dessa manhã eu pensei que tudo estivesse encaminhando de novo entre a gente.
⁃ Eu estava tentando fazer com que o clima não ficasse pesado. Não tínhamos o acordo de nunca sermos desagradáveis um com o outro?
⁃ Nossa, você não é mesmo uma pessoa fácil, pois não?
⁃ Não, sou Portuguesa - pisco o olho e vou guardar o eyeliner.
⁃ Está falando que os Brasileiros são fáceis? - finge estar ofendido.
⁃ Não falei dos Brasileiros sequer. Falei dos Portugueses. Somos difíceis mesmo, difíceis de ser levados, difíceis de ser amados, difíceis de ser compreendidos, difíceis de ser conquistados, mas valemos a pena, isso eu te garanto - esboço um sorriso fraco.
⁃ Eu estava te conquistando - ele constata enquanto eu me dirijo à porta.
⁃ Falou tudo agora, estava!
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𝚟𝚘𝚊𝚗𝚍𝚘┊ 𝐜𝐡𝐫𝐢𝐬 𝐦𝐜
Fanfiction❝ 𝘘𝘶𝘦𝘳𝘰 𝘢𝘮𝘢𝘳 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘱𝘦𝘳𝘤𝘦𝘣𝘦𝘳 𝘰 𝘣𝘳𝘪𝘭𝘩𝘰 𝘥𝘰𝘴 𝘥𝘪𝘢𝘴 𝘤𝘪𝘯𝘻𝘦𝘯𝘵𝘰𝘴, 𝘲𝘶𝘦 𝘮𝘢𝘶𝘴 𝘥𝘪𝘢𝘴 𝘯𝘢̃𝘰 𝘦𝘹𝘪𝘴𝘵𝘦𝘮, 𝘦𝘹𝘪𝘴𝘵𝘦𝘮 𝘴𝘰́ 𝘮𝘢𝘶𝘴 𝘮𝘰𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰𝘴. 𝘖 𝘮𝘶𝘯𝘥𝘰 𝘢 𝘥𝘦𝘴𝘮𝘰𝘳𝘰𝘯𝘢𝘳, 𝘰 𝘤𝘩𝘢̃𝘰...