Ponto fraco.

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Carol voa pro colo do Mz e eu espero até eles se soltarem pra me perder no seu abraço, uma vez que ele foi dos primeiros a chegar.

⁃ Eu tinha tantas saudades - aperto ainda mais o abraço e ele fazia carinho no meu cabelo.
⁃ Somos dois, meu bem - me suspende no ar e sorri.

Olhamos um pro outro e sorrimos enquanto ele coloca as suas mãos no meu rosto.

⁃ Você está bem?
⁃ Sim, mano, e você? - ele beija a minha testa e me pousa de volta no chão.
⁃ Eu também estou, meu amor.

Baviera se aproxima e Mz vai ter com os nossos pais.

⁃ Oi, namorada - ele grita enquanto nos abraçamos.
⁃ Oi amor, como está? - ele abraça-me ainda mais.
⁃ Estou cansado pra caralho mesmo - eu rio - E você?
⁃ Estou bem.

Desprendemos o abraço e eu olho pro lado, Chris vinha a falar com a tal morena, sempre sorrindo, até seguirem direções diferentes.
Knust afasta-se um pouco da Carol e abraça-me de surpresa por trás.

⁃ Daniel do céu - rio quando vejo que é ele - Quanta saudade - viro-me e braço-o.
⁃ Estava com saudade mesmo, Suzy - faz carinho nas minhas costas.
⁃ Como correu a turnê? - faço carinho no rosto dele.
⁃ Muito bem, mas já estava cansado - sorri e apronta com a cabeça na direção atrás de mim.

Olho e Chris está vindo, saía agora do lado dos meus pais.

⁃ Seria bom um pouco de atenção sua - ele fala baixo enquanto se aproxima.
⁃ Oi - falo seca e ele fica confuso.
⁃ Oi? Oi o quê? - não resisto e abraço-o.

Apertei o abraço, estava com tantas saudades de me sentir pequena comparada a ele, de sentir todo o afeto através de um abraço. Quase cometi o suicídio de o beijar ali mesmo, em frente a todos, tamanha era a saudade.

⁃ Que foi? - pergunta baixo enquanto faz carinho no meu cabelo.
⁃ Falamos no carro - me afasto.
⁃ Mas está tudo bem? - ele pega no meu braço sem me machucar.
⁃ Já falamos.

•••

Após nos despedirmos de todos, fomos em direção ao carro com os meus pais, o meu irmão e a minha cunhada, Baviera estava perto. Parei e olhei pra trás, fazendo o Chris parar consequentemente.

⁃ Vem com a gente - falo com o Bavi.
⁃ Vou nada, nega, vou com eles - aponta pro Ct e pro Knust que conversavam entre si atentamente. - Não quero servir de vela - fala baixo e bate no braço do Chris que ri.
⁃ Não nos íamos opor se você quisesse vir.
⁃ Venha, a gente deixa você em casa - abraço-o.
⁃ Parece que tinha mais saudades dele do que minhas. - ouço Chris falar atrás de mim.
⁃ Pedro - olho-o nos olhos - Vem.
⁃ Eu vou - me esforço por lhe dar um beijo no rosto.

Nos dirigimos ao carro do Chris e o meu pai se aproxima.

⁃ Vou com vocês - olho pra ele chocada.
⁃ Tá zoando né?
⁃ Não!
⁃ Pai, cê tá zoando, né? - mostro que estou brava.
⁃ Não tô. - ouço isto e entrego a chave para o Chris.
⁃ Vai com ele, já que não confia na sua própria filha, eu não vou.
⁃ Filha - ignoro e vou em direção ao carro dele. A sua mão alcança o meu braço - Eu estava a brincar.
⁃ Não me interessa. Eu já falei. Não quero que você fique aí com paranóias na sua cabeça. - livro o meu braço - Cuidado, use casaco pra não seduzir o Chris também.
⁃ Para de ser marrenta - puxa-me e abraça-me - Puxou mesmo da sua mãe, porra!

Não esbocei reação nenhuma, aproximei-me do carro, me preparando pra entrar no banco do passageiro.

⁃ Dirija, boneca, tô cansado - Chris entrega a chave pra mim.

Entramos no carro, ele do meu lado e Pedro atrás. Meu pai começa a dirigir e se afasta, procurando sair do aeroporto.
Chris se aproxima e vira o meu queixo em direção a ele.

⁃ Posso? - me encara.

Como resposta uni os nossos lábios. Ambos sentíamos saudade disso, estava expresso. As nossas línguas ainda conheciam bem o caminho a percorrer para se encontrarem e ainda sabiam a que ritmo tinham que dançar.
Afastei-me dele por conta da falta de ar, depositando selinhos nos seus lábios, até ele os descer para o meu pescoço.
Baviera finge tosse e nós rimos. Chris faz o caminho de volta aos meus lábios e damos mais um beijo, muito menos longo que o primeiro.

⁃ Vocês esqueceram de mim...
⁃ Empata fodas - Chris fala pra ele enquanto se recompõe.

Eu rio e começo a dirigir, Bavi conecta o seu celular ao carro do Chris e coloca funk.
Chris leva a sua mão à minha, que está na caixa de velocidades.

⁃ Morena, quer falar agora?
⁃ Quem era aquela morena?
⁃ Que morena? - ele diminuiu o volume da música.
⁃ Com quem vinha abraçado na saída...
⁃ Suzy - ele ri - Era uma fã. Ela esteve com todos, e veio a falar comigo no caminho para a saída.
⁃ Não minta, Chris, fala que era a sua amante - Baviera fala e eu o encaro pelo retrovisor.
⁃ Vai se foder, irmão, ela já é paranóica o suficiente.
⁃ Paranóica é o caralho, Victor Lima! - respondo e ele ri.
⁃ Calma flor - aperta mais os seus dedos nos meus - Não fique pensando nisso, amor, só quero você.
⁃ Continue me embalando.
⁃ Sou testemunha - Baviera fala - O impossível aconteceu, ele passou uma turnê sem pegar ninguém mano, ainda nem acredito.
⁃ Virei santo - Chris responde.
⁃ Que santo... - falo e tento não rir.
⁃ Foi você quem me tentou desviar, eu que não cedi ao pecado - Baviera ri quando Chris acaba de falar.
⁃ Tô com fome - Baviera fala.
⁃ Quer passar em algum lado? - Chris pergunta.
⁃ Não, já vou pra casa, tô com mó sono! Ainda não dormi hoje.
⁃ Dá pra ver, tá bêbado pra caralho - respondo.
⁃ Ele agora está bem melhor - Chris fala.
⁃ E você, amor? Não tem fome? - falo pro Chris.
⁃ Eu não - faz pausa - Ele tem mais que eu.
⁃ O Bavi? - Chris ri e eu olho pra ele confusa - Quem?
⁃ Ele - aponta pra baixo.
⁃ Como é possível eu ainda cair nessa? - reviro os olhos rindo com a risada deles.

Dirijo, passando sempre por algum dos carros dos rapazes, encontrando-me a certo ponto com o Knust a conduzir o carro da Letícia e andando ao despique com ele. Ganhei por sorte, ele teve um caminhão na frente dele que o obrigou a abrandar repentinamente, se mudasse de faixa iria bater no DoisP, ou se mudasse pra faixa do lado do DoisP, iria bater em mim.

⁃ Você é perigosa - Baviera fala.
⁃ Você não faz ideia - Chris responde rindo - Você já fica em casa ou quer vir pra minha? - olha pro Baviera.
⁃ Sua? Tá doido! Você dormiu no quarto do Knust, sei lá ao que ele te habituou.
⁃ Vai tomar no cu, Baviera, daqui a pouco atiro você da janela e te faço voltar a pé pra casa. - fala pro Baviera.
⁃ Tocou no seu ponto fraco, foi? - debocho do Chris.
⁃ Vem pra minha casa agora que eu te mostro qual é o meu ponto fraco - ele se recompõe e olha pra frente.
⁃ Arrogante - respondo seca.

Fui direta a casa do Baviera, deixando ele com um pouco de receio, vendo que ele estava bêbado e sem dormir. Ver o percurso dele até o seu portão de casa deixou-me mais descansada, ele conseguia andar bem.

⁃ Usem camisinha - grita antes de entrar em casa e eu prossigo.
⁃ Ele falou, tá falado - Chris me olha rindo.

Coro, continuando a olhar em frente. Ele coloca uma mão na minha coxa, apertando e aproxima a sua cara do meu pescoço.

⁃ Chris, tou dirigindo...
⁃ Vira pra uma rua onde não passa ninguém e para lá - ele continua e sobe a sua mão.
⁃ Tá doido? - coloco a mão em cima da sua, impedindo que a mesma subisse, pressionando uma coxa contra a outra, ainda com a mão dele no meio delas.
⁃ Sério - ele sorri vendo a resposta do meu corpo - Vira na segunda rua, eu juro que não passa ninguém ali.

Não conhecia tal rua, porém segui o conselho dele e, de facto, parecia mesmo ser muito pouco movimentada.

𝚟𝚘𝚊𝚗𝚍𝚘┊ 𝐜𝐡𝐫𝐢𝐬 𝐦𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora