Voando.

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••• Chris' POV •••

Foram ditas poucas palavras desde que o telefone despertou até esse momento, porém, sempre acabávamos dando um beijo quando tínhamos oportunidade. Eu estava terminando de me vestir e a Suzy já estava na cozinha, preparando panquecas.
Cheguei do lado dela e abracei o seu corpo, beijando leve, mas prolongadamente, o seu pescoço. Sorrimos um para o outro e então fui tratar do café.

⁃ A dor nas pernas ainda não passou - ela diz, me fazendo rir - Parece que o músculo prendeu.
⁃ A gente vai ficar sem treinar por um mês, porque as minhas costas estão a própria desgraça - respondo passando a mão no final delas - E os bíceps também.
⁃ Continuo achando que não deveria ir no avião sequer - diz rindo com ternura - Se eu fosse você, primeiro eu me recuperava e só depois ia.
⁃ Eu nunca ia recuperar se eu ficasse contigo aqui.

Suzy sorri, concordando. Nos sentamos para tomar o café da manhã e eu sempre procurei puxar assunto para ter um motivo para olhar para ela. Vivia suspirando para engolir o choro, e mesmo tentando fazer com que ela não percebesse, eu sabia que era inútil, porque ela estava na mesma situação.
Assim que terminamos, a Suzy levantou para pousar os pratos na pia e eu me aproximei dela para a puxar para um abraço. Os seus braços uniram-se no final das minhas costas e abraçaram com força o meu corpo.

⁃ Tem uma boa reunião amanhã - diz por fim e eu rio levemente - Não esquece de me contar assim que ela terminar.
⁃ Assim que eu sair, eu ligo pra você - beijo o seu cabelo - E assim que você for fazer a sua matrícula na faculdade, fala pra mim, quero festejar contigo - ela ri levemente, abraçando o meu corpo com mais força - Meu facetime vai estar sempre disponível para você, eu prometo.
⁃ Obrigada por levar para eles o que pedi - ela me encara com uma linha de água nos seus olhos - Fala que eu amo muito cada um deles, e quem em breve tô de volta.
⁃ É já amanhã, morena.

Uno os nossos lábios a fim de lhe dar um beijo simples que ela faz questão de prolongar, encostando a sua cabeça ao meu pescoço de seguida.

⁃ Não vou me acostumar com a falta do seu cheiro - comenta e eu sorrio.
⁃ Nem vai precisar - olho para ela, que levanta o olhar - Eu deixo aqui o perfume para você pôr no travesseiro para matar saudade.
⁃ Para de brincar - faz olhos de cachorrinho - Eu quero mesmo - dou risada - É sério, nego, pelo menos eu ia me sentir melhor.
⁃ Quer que eu deixe também o gel de duche? - ironizo.
⁃ E o champô, tudo o que amenizar a falta de você aqui - de novo rio e dessa vez ela sorri largamente - E eu não tô brincando sequer...
⁃ Isso é pra você usar com o outro, né? Descobri o seu esquema.
⁃ Com os outros - ela corrige, me fazendo rir genuinamente - Não esqueça que a gente combinou que eu ia ter um para cada dia da semana.
⁃ Onde você esteve a minha vida inteira? - pergunto após cessar as gargalhadas e ela volta a sorrir com ternura.
⁃ Esperando por ti.

Após um beijo longo, me dirigi ao seu quarto, pousando o casaco que tinha usado no dia em que lhe dei a aliança em cima da cama. Após pôr perfume, pousei-o do lado das suas coisas, deixando um bilhete.

"Queria ter os braços abertos para ti quando voltasses para essa casa. Amanhã volto para te buscar e te levar para a nossa.
Não preciso de mais nada na vida, tenho tudo em ti"

Quando senti que ela caminhava na direção do quarto, pousei o bilhete debaixo do meu perfume e peguei nas minhas coisas para caminhar para fora do quarto.

⁃ Tem tudo o que precisa aí?
⁃ É... Será que você ainda cabia na mala?

•••

𝚟𝚘𝚊𝚗𝚍𝚘┊ 𝐜𝐡𝐫𝐢𝐬 𝐦𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora