Prometo.

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••• Suz's POV •••

Acordei quando não consegui ignorar mais a luz do sol no quarto e vi que hoje seria um dia melhor. Ontem tive uma crise terrível que me fez chorar ao ponto de ficar enjoada com tanta dor de cabeça, e que, inclusive, fez o Chris entrar em dilemas que não o eram até aquele momento. No final, tudo ficou bem. Nós preferimos só sair no fim do dia para ver o pôr do sol e repor as energias, e ver uma série para relaxar. Mais uma vez eu tive a prova de que, não importa o que o futuro me vai trazer, se eu tiver o Victor do meu lado, eu tenho a certeza de que estarei feliz.
Me levantei e cobri o seu corpo com o lençol para ele não esfriar. Tomei um banho rápido, voltei para o quarto e apenas vesti uma calcinha e uma blusa do Chris, já que depois eu me arrumaria para a gente sair.
O sono dele estava realmente pesado e, como ele dormia virado para o outro lado, beijei o seu ombro levemente, sem coragem para o acordar, e fui preparar o nosso café da manhã, mesmo que já fosse onze e vinte da manhã. Pensei em fazer panquecas, já que era o que ele mais gostava que eu fizesse. Liguei a minha música num volume baixo enquanto cozinhava e entretanto ouvi a sua voz, indicando que muito provavelmente ele acordou com uma ligação de alguém.
Não demorou até o Chris surgir na cozinha com um sorriso nos lábios e morder o inferior quando viu o que eu tava fazendo.

    - Bom dia, amor da minha vida – responde com a voz ainda rouca e me abraça de forma a me suspender no ar.
    - Bom dia, mozão – digo rindo antes de nos beijarmos – Acordou tão bem disposto porquê?
    - Só acordei assim, não sei – morde de novo o lábio olhando para as panquecas – Vou tomar banho para começar o dia e já venho te contar uma coisa.
    - Mas foi isso que te deixou tão feliz?

Ele encolhe os ombros e tira uma panqueca do prato, comendo-a de seguida e eu encaro-o chocada. Victor volta a beijar o meu rosto e, após bater na minha bunda, sai da cozinha.
Termino de cozinhar, com o coração quentinho por essa sua felicidade, expectante com o que ele irá falar, mesmo não tendo a noção do que seja, e sabendo que pode ser só sobre um sonho que ele teve. Aqueço o café e ele volta não muito depois, de novo apenas de toalha na cintura.

    - Ainda bem que eu moro sozinha – digo quando ele entra e senta na mesa – Se não, os meus colegas de casa já até teriam visto o meu homem nu desfilando por casa.
    - E com esse corpinho aqui vai me dizer que eu não devia desfilar? – mostra o musculo e eu rio – Olha aqui o modelo que eu sou.
    - Com essa barriguinha aí, vou te falar que é o meu modelo favorito no mundo – respondo antes de dar um gole no café.
    - A barriga é pra fazer sombra pra você... – eu arregalo os olhos, me dividindo entre cuspir o café e rir, ou engolir, e talvez me engasgar, e rir depois.

Engoli o café e de seguida, acompanhada por ele, dei uma das gargalhadas mais genuínas que me lembro. Eu nunca me vou acostumar a essas respostas.

    - Não tá escrito o quanto eu não te suporto, Victor – digo em tom elevado, por ainda não ter parado de rir.
    - Isso que eu chamo de altruísmo – responde, já mais calmo – O que vamos fazer hoje? – antes que eu fale alguma coisa, ele acrescenta – Algo que não envolva muito esforço físico porque eu tô cansadão.
    - Você tá sempre tão cansado para sair, mas aqui em casa a energia não falta, Victor Lima – respondo quando volto a me sentar.
    - Nossa, são os quilómetros que essa casa tem que me cansam – brinca – Então? O que sugere?
    - Quer ir na baixa? A gente fica naquele parque verde na margem desse lado... E depois vai em algum café lá beber umas cervejas, o que acha?
    - Que a gente devia passar logo para a parte das cervejas – encolhe os ombros – Bora fazer um piquenique lá nesse parque?
    - Nem parece uma ideia sua – digo em meio a uma risada leve.
    - Essas panquecas conseguem manter-me inspirado – aceno positivamente, reprimindo uma risada – Tô romântico, é? Tô tentando competir com o D. Pedro.
    - Ô, vai se foder, cara! – digo instantaneamente e ele nega, mas não é capaz de falar porque começa a rir – Eu não quero competir com a Inês, não. Arranja outra pra morrer, foda-se! – acabo dando risada também – É bom saber que você me ama.
    - Não é isso, não, Suzy – justifica-se ainda rindo – Mas foi muito bom, porque você é tão expressiva que dá gosto ver as suas reações.
    - Já agora... O que era que você queria me contar? Era que queria que eu fosse a Inês da história?
    - Tá amarrado em nome de Jesus – ele se benze, me fazendo rir – Não é não... É que amanhã é dia nove – suspiro ao lembrar que ele vai embora e o meu sorriso enfraquece.
    - E porque é que você está tão feliz?
    - Imagina a noite de hoje, vai ser foda pra caralho – diz naturalmente, me fazendo rir levemente – Tô brincando, amor – segura as minha mãos – Me ligaram do aeroporto... Surgiu uma vaga, então... O meu voo é dia 11.

𝚟𝚘𝚊𝚗𝚍𝚘┊ 𝐜𝐡𝐫𝐢𝐬 𝐦𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora