Cedendo.

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Chris' POV.

Ouvir ela cantar me trouxe a paz plena que eu já não sentia faz tempo. A voz dela era doce, ela controlava-a tão bem, sabia como usá-la. Fiquei hipnotizado, aquela letra é linda!
Quando os olhos dela se encontraram com os meus eu entendi que estava mesmo totalmente focado nela, com um sorriso idiota no rosto, com a pele arrepiada e a emoção de a ouvir cantar pra mim pela primeira vez.
O seu coração nunca vai ter que amar pelos dois, querida.
Quando ela terminou de cantar esboçou um sorriso tão lindo, encostada ao banco do carro, me encarando. Notei que estava tímida.
⁃ canta pra mim todo o dia, por favor - me aproximo dela, que trata logo de roubar um selinho dos meus lábios.
Puxei o corpo dela um pouco mais pra mim.
⁃ consegue sentar no meu colo? - olho pra ela antes de iniciar um curto beijo.
⁃ eu estou de saia, Chris - ela fala ainda com os olhos fechados, voltando a juntar os nossos lábios.
⁃ acha que eu vou ficar olhando? não consigo - dou risada enquanto ela morde levemente o meu lábio inferior.
⁃ vamos pra trás? - quando ela falou isso eu lembrei da última vez que a gente esteve no meu banco de trás. primeira vez que adormeci do lado dela.
⁃ diga? - fingi não entender, olhando-a nos olhos e notando que ela estava tímida e tentava esconder um sorriso.
⁃ vamos pro seu banco de trás.
⁃ vamos! - falo sorrindo enquanto ele tira os saltos e se prepara pra sair a porta. - não vá pro frio amor, passa aqui por dentro, você consegue.
⁃ você vive esquecendo que eu estou usando saia Chris. qualquer pessoa iria acabar vendo o que não era suposto ver, inclusive você. - ela me encara com uma sobrancelha erguida, roubando uma risada de mim.
⁃ você vive esquecendo que dormiu comigo de calcinha Suzanna.
⁃ ah, e você ficou olhando? - ela me questiona surpresa semicerrando os olhos. isso arrancou uma gargalhada de mim.
⁃ eu não fiquei olhando, a blusa subiu e fica um pouco difícil não notar quando você estava bem coladinha em mim né - tento me justificar, não era totalmente mentira.
⁃ safado! se eu sabia, tinha pedido a Carol que me trouxesse outra calcinha, não uma tão básica.
⁃ você fala isso e eu que sou o safado? - rio fingindo que estou ofendido.
⁃ você está agindo como se isso fosse algo pesado pra você, o Rei da putaria, né Cleytu.
⁃ como você sabe que eu sou?
⁃ não fui que te apelidei, pede ao Knust e ao Baviera que te tirem o nome.
⁃ já me auto destronei, o rei agora é o Bavi porque o Knust virou santo - ela solta uma gargalhada e eu acompanho. - tou falando sério!
⁃ deve estar, logo você - ela debocha e eu fico sério.
⁃ não estou zoando, é mesmo. quando eu tenho lance com alguém eu fico só com a pessoa.
⁃ suponho que os seus lances fossem um pouco diferentes do nosso.
⁃ porquê? - essa frase me deixou confuso.
⁃ você sabe o porquê... - ela fala tímida. - por vezes eu acho que é um erro você estar comigo. - a expressão dela estava tranquila, isso intrigava-me.
⁃ erro? Suzy! porque diz isso?
⁃ Chris, você já não é um adolescente, sabe - ela hesita - você tem vinte e dois anos, você é um homem, tem necessidades, às quais eu não sou capaz de satisfazer agora e...
⁃ não fala isso Suzanna! - interrompo ela - quando gostamos de alguém acabamos nos habituando as pessoas em si e aos seus costumes.
⁃ eu sei, Victor, mas...
⁃ não fique com esse pensamento, eu me viro. - ela arregala os olhos e acaba rindo.
⁃ a mão vai chegar a calejar - não consigo evitar a risada.
⁃ gosta de pegar pesado ela. - falo e depois tiro o meu celular do bolso.
⁃ vou passar pra trás então.
Ela se ajoelha no banco do passageiro e tenta chegar ao de trás.
Era inevitável não olhar pro seu bundão, e com isso fui repreendendo os pensamentos pecaminosos que invadiam a minha mente. Ela desceu um pouco o corpo admitindo desistência de tentar, tornando a minha tarefa um pouco mais complicada.
⁃ não consigo. passe você primeiro anjo - ela fala voltando ao normal.
Passei sem grande dificuldade pro banco de trás, não era novidade pra mim essa prática. Me sentei no meio esperando por ela chegar. Ela tenta de novo. De novo aquela tortura começou.
⁃ eu não consigo abrir as pernas desse jeito, a saia não permite - ela fala. eu acho que ela não estava a tentar, mas estava praticamente de quatro e isso tinha efeitos em mim, mesmo que eu não quisesse.
⁃ a gente está num sítio onde não passa ninguém, confia em mim, passe à vontade - seguro uma mão dela. - só não fique assim por muito mais tempo - falo com uma cara de sofrimento que a fez rir ao entender ao que me referia.
⁃ como, assim? - ela empinou mais a bunda e se aproximou mais de mim. o decote do top dela estava a permitir que eu tivesse uma pequena ideia do que é o paraíso. ela sabia pegar pesado.
⁃ não provoque, eu não sou de ferro morena. nenhuma outra me fez isso só na provocação, o meu corpo já tem hábitos. - falo em tom de aviso tentando esconder o riso. ela olhava-me como se olha pra uma criança que nos está a contar um suposto problema dela, que não é problema nenhum, e a gente tenta não rir pra parecer compreensivo.
⁃ tadinho do menino, nesse tempo as mãos estavam lisinhas - ela fala quase conseguindo mover o corpo todo pro banco de trás e eu acabo puxando o tronco dela pra ajudar mais um pouco.
⁃ vai brincando, eu deixo. - falo perto do ouvido dela. e ela passa totalmente o seu corpo pra trás, deitando depois a sua cabeça no meu colo e o corpo no banco.
⁃ posso te perguntar uma coisa? é íntima - ela fala e olho pra baixo pra encarar ela.
⁃ é óbvio que pode.
⁃ já te fizeram isso nesse carro? - ela esconde a cara e eu tiro as mãos da mesma.
⁃ quer que fale verdade ou posso mentir? - ela solta uma gargalhada.
⁃ pode mentir mesmo - fala mordendo o lábio e dando uma leve risada ainda.
⁃ você acha? obviamente que não! esses pecados eu não ouso cometer! - ela solta uma risada alta, provavelmente pelo meu jeito sério de falar - eu escolhi esperar! - isso fez ela rir ainda mais e consecutivamente fazer-me rir alto.
⁃ você não existe - ela fala com um sorriso grande no rosto e com os olhos a brilhar.
⁃ falando sério, nesse carro não. noutros é óbvio que sim, porém esse é sagrado, não existe pecado aqui. - ela ri de novo - não tou zoando, olha esses bancos, imagina se eu sujava, pra sair ia ser foda!
⁃ vamos supor que eu queria - ela me olha séria, com uma unha na boca e eu me arrepio todinho - você não cedia?

𝚟𝚘𝚊𝚗𝚍𝚘┊ 𝐜𝐡𝐫𝐢𝐬 𝐦𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora