Um dia.

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Com cuidado afasto o braço do Chris que estava em volta do meu corpo. Me levantei, peguei meus cigarros, me dirigi à varanda do quarto e fechei a janela.
Tinha que falar com o Santi, mensagens assim assustavam-me. Liguei-lhe, não demorou muito pra ele me atender.

    ⁃    Sim? - a sua voz estava fraca.
    ⁃    Santi, que foi?
    ⁃    Eu só te queria pedir perdão. Eu fui o causador de tudo isso, eu quase terminei com o seu lance, eu quase terminei com a nossa amizade, eu fiz com que você a Bea brigassem... Eu não queria isso, eu fui tão idiota Suzy, me perdoa...
    ⁃    Anjo, para com isso! Eu e o Chris estamos bem, eu e você estamos bem e eu só não estou bem com a Bea porque ela escolheu assim! Sempre fui sincera, não admito que alguém desconfie das minhas palavras.
    ⁃    Mas foi culpa minha!
    ⁃    Não foi! Isso só me ajudou a entender quem está por bem e quem nunca devia estar! - falo firmemente - Não se culpe por isso, Santiago, está tudo bem!
    ⁃    Eu decidi que não ia continuar mais nada com a Bea.
    ⁃    Quê? - questiono chocada - Santi, você estava gostando dela!
    ⁃    Pois estava, e eu gosto dela mano, mas ela estava se tornando muito possessiva, não consigo lidar com isso, você sabe! Sempre fui livre, não vai ser mulher que me vai prender desse jeito... Eu tô uma confusão, Suzy, só precisava de você agora...
    ⁃    Eu tô aqui, baby, não vou a lugar nenhum!
    ⁃    Tá em casa?
    ⁃    Não, tô no Chris, anjo.
    ⁃    Amanhã podemos estar juntos, nem que seja por cinco minutos? Preciso do seu abraço, preciso mesmo - a voz dele falha e o meu coração fica partido.
    ⁃    Lógico meu amor! E hoje? Você vai fazer o quê?
    ⁃    Hoje a droga ajuda, não se preocupe.
    ⁃    Santi não faça isso! Olha o que aconteceu da última vez!
    ⁃    Eu não vou sair de casa, calma meu amor, eu fico bem, prometo!
    ⁃    Eu tenho medo...
    ⁃    Eu fico bem, meu amor, não se preocupe! - suspiro - Eu te amo, Suzy, amo muito.
    ⁃    Também te amo, babe, vai me mantendo atualizada...
    ⁃    Sempre anjo.

Nos despedimos e então eu senti umas mãos em volta do meu corpo, um corpo quente atrás de mim, um beijo no cabelo.

    ⁃    Quem você ama?
    ⁃    O Santi... Estava falando com ele - respondo com a voz fraca e ele me aperta mais.
    ⁃    Hum...
    ⁃    Nem vem... Ele está mal por conta do que aconteceu entre mim e a Bea... Acha que a culpa é dele...
    ⁃    De facto é! - fala com indiferença.

Me afasto dele e vou-me sentar em uma das cadeiras que tinha na varanda.

    ⁃    A culpa é tão dele, quanto minha!
    ⁃    Nada a ver, ele...
    ⁃    Para, Victor! Você sabe... Falando nisso, o que foi que vocês falaram na Segunda?
    ⁃    Nada demais...
    ⁃    Victor!
    ⁃    Eu só lhe disse que, não por mim, mas por você, eu lamentava a ação que tive, e ele também... - rio.
    ⁃    Vocês são demais... Vamos fumar um cigarro? - ele senta do meu lado e põe as minhas pernas em cima das dele.

Peguei em dois cigarros, lhe entregando um e acendi o meu. Ele aproximou as pontas dos cigarros, juntando a do seu à do meu, acendendo o seu assim.

    ⁃    Era mais fácil usar isqueiro...
    ⁃    Eu prefiro assim - me puxa pra um selinho.
    ⁃    Imagina que alguém nos via desse jeito... O que a pessoa ia pensar?
    ⁃    Ia pensar que tinha que cuidar mais da sua vida - começo a rir - Não ia mudar a vida da pessoa, então ela tem que ignorar!
    ⁃    Wow, eu arranjei um homem tão bem resolvido! - ele ri e me entrega o cigarro dele.
    ⁃    Vou buscar alguma coisa pra gente beber - entra pro quarto e ainda consigo escutar os seus passos.

Ele não tarda em vir, trazia Jack Daniel's na mão. Apaguei meu cigarro e lhe entreguei o dele, que logo o apaga também.
Sentamos de frente um pro outro, ele deu o primeiro gole, entregando-me de seguida.

𝚟𝚘𝚊𝚗𝚍𝚘┊ 𝐜𝐡𝐫𝐢𝐬 𝐦𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora