Só lembro quando respiro.

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Sábado, 3 de Junho.

••• Chris' POV •••

Saio de cima da Yasmin e me deito do seu lado, enquanto deixo que a respiração volte ao normal. Ela vem se deitar no meu peito e eu me sinto forçado a acariciar as suas costas, era o mínimo que eu podia fazer, mas também o máximo que eu conseguia.
Fico calado durante um tempo até ela olhar para cima e me beijar de novo. O toque dos nossos corpos volta a parecer estranho e eu finjo um sorriso.

⁃ Preciso tomar banho - acaricio as suas costas, mostrando a intenção de me levantar - Preciso acordar porque não tarda eu estou saindo de novo.

Me levanto finalmente, sendo que ela me dá um jeito para que isso aconteça.

⁃ Eu estava a pensar em ir com você - olho pra ela.
⁃ Claro, porque não? - finjo um sorriso e me dirijo ao banheiro perto do quarto dela.

Tiro a camisinha antes de mijar e ela entra direto na banheira pra aquecer a água.
Me junto a ela, tentando manter uma distância para ela não entender nada errado. Em vão, ela logo começa a esfregar a bunda em mim. Ainda tinha o efeito da droga em mim, o que me fazia entrar em conflito com a parte de mim que já ficava sóbria.
Agarro o seu quadril, fazendo-a parar.

⁃ Você já sabe que eu não curto transar na água - falo perto do ouvido dela.
⁃ É só a gente sair e depois volta - me olha por cima do seu ombro, mordendo o lábio.
⁃ Não faça isso, eu preciso sair de casa rápido - bato na sua bunda e começo a tomar banho.

De facto, eu queria sair de casa o mais rápido possível, preciso me encontrar com o Konai. Tomo meu banho rapidamente, saindo e pegando a toalha pra prender no corpo.
Permaneço calado até a pergunta dela ecoar na minha mente.

⁃ Continua a pensar nela? - respiro fundo e me olho no espelho.
⁃ É... Somente numa circunstância...
⁃ Qual? - pergunta baixo e eu forço um sorriso, terminando de prender a toalha na minha cintura.
⁃ É... Só quando respiro mesmo.
⁃ Você precisa esquecer, Chris - ela fala quando vou sair.
⁃ Essa é a pior parte, Yasmin.
⁃ Porquê a pior, Chris? Eu não tô aqui pra te ajudar?
⁃ Eu não a quero esquecer.

Respondo e saio do banheiro, chorando um pouco quando entro no meu quarto. Uma lágrima ou outra, mas pesavam em mim, eu sabia que milhares como essas queriam sair também, mas não iriam. Preciso arcar com as consequências dos meus atos.
Visto um moletom e pego o que preciso antes de sair de casa. Ela saía do banheiro nesse momento.

⁃ Não me espere para jantar - beijo a sua bochecha e me dirijo às escadas.
⁃ Me ligue se precisar.

Saio de casa ainda me culpando pelo cuzão que estou a ser, mas não havia muito mais a fazer, muito menos por mim.
Ligo pra minha mãe enquanto começo a dirigir, preciso de companhia nesse caminho, mas eu jamais pensei que fosse doer tanto ouvir o seu "alô".

•••

••• Baviera's POV •••

Acordei e vi que a Netflix tinha parado porque havíamos adormecido enquanto a série rolava.
Ela está abraçada ao meu corpo, dormindo no meu peito. Finalmente ela conseguiu dormir calmamente. Senti dó por ter que acordá-la, mas já são 4:30 da manhã e ela precisa ir embora.
Dou mil e uma voltas na cabeça de como poderia acordá-la até que não é preciso. O seu corpo estremece e logo ela acorda.

⁃ Está tudo bem? - pergunto baixo e ela acena positivamente. Beijo o seu cabelo.
⁃ Que horas são? - pergunta ainda na mesma posição.
⁃ Quatro e meia - ela me olha assustada.
⁃ Eu já devia estar em casa - tira a sua perna do meio das minhas e logo sinto frio - Não consigo sair debaixo dessa coberta. O que eu faço agora, Pedro Felipe?
⁃ Fica aqui - puxo o seu corpo de encontro ao meu.
⁃ Não posso - ela ri fraco - O Duarte ficaria cheio de dúvidas e eu não quero.
⁃ Ele sabe que eu sou o seu melhor pretendente a genro - rimos e ela me encara com um olhar de ternura.
⁃ Obrigada por melhorar tudo, vou voltar pra casa muito melhor do que vim.
⁃ E eu estou bem melhor do que estava antes de você chegar.

Ela sorri e se senta no sofá, espreguiçando-se, tomando coragem pra sair. Se levanta e noto que se arrepia.

⁃ Não queria nada que você fosse embora - admito - Se a gente dormisse assim o resto da noite, ficaria mais quente.
⁃ Você vai ter o Lucca para abraçar, eu vou dormir sozinha mesmo - faz beicinho.
⁃ Só aceitar a proposta - rimos e ela se debruça, beijando a minha bochecha.
⁃ Vou indo, meu bem - me levanto.
⁃ Eu vou te acompanhar à porta - começamos a andar para sair da sala.
⁃ Posso ir no teu quarto dar um beijinho ao Lucca?
⁃ Claro que pode!

Acompanho-a ao meu quarto e ela logo encara o meu filho com ternura. Eles brincaram tanto que acabaram adormecendo vencidos pelo cansaço e eu adormeci logo depois.
Ela deposita um beijo na testa dele, bem suavemente e depois se recompõe e sorri, vindo na minha direção.

⁃ Como é que um demónio desses fez um anjinho daqueles? - rio com a pergunta dela.
⁃ Ainda hoje me pergunto, acho que gozei ao mesmo tempo que a mãe dele e saiu aquela obra de arte - ela tapa a boca com a mão porque acaba rindo mais alto do que esperava, o que me fez rir de seguida.
⁃ Como é que eu te aguento?

Seguimos para fora e paramos junto do seu carro, enquanto ela o abria.

⁃ Obrigada, meu amor - se esforça por me abraçar, ficando em bicos de pés - Obrigada por estar comigo, não sei o que faria sem ti.
⁃ Não sei o que seria de mim sem você, meu amor - falo perto do ouvido dela.
⁃ Eu te amo, meu Pedrin, de verdade mesmo - baixa a minha cabeça pra beijar a minha testa.
⁃ E eu a você - novamente ficamos cara a cara um com o outro.

Sem pensar muito dei um selinho nela, com medo do que ela pudesse pensar ou de como pudesse reagir. Ela retribuiu, ou seja, tinha luz verde para avançar. Continuei o nosso beijo, entrelaçando a minha mão no seu cabelo e colocando a outra no final das suas costas, para unir mais os nossos corpos. Ela beija muito bem, suavemente mas com pegada. Os seus braços estão ainda cruzados no meu pescoço, então sinto-a acariciando o meu cabelo. Sorrio e paramos o beijo com dois selinhos prolongados.
Quando nos afastamos ela olha pro lado e sorri.

⁃ Não gostou? - pergunto receoso.
⁃ Tá doido? - ela ri e me olha - Mas a gente sabe como isso é errado e mesmo assim faz.
⁃ Desde que não haja arrependimento, que mal tem?

Ela sorri e nos despedimos. O meu coração estava quentinho e eu só pedia para não estar a foder com tudo. Foi só um beijo naquele momento. Bom para caralho, mas só um beijo, nada demais.
Entro no banho ainda pensando no que tinha acabado de fazer. Ainda bem que ela correspondeu, se não tinha ficado bem tenso entre a gente.
Beijo bom pra caralho, agora entendo porque o Chris gamou logo nela! Puta que pariu!
Demorei quinze minutos no banho, não tanto quanto costumo demorar. Quando me fui deitar já tinha uma mensagem dela.

🤡

cheguei agora meu bem 💖

obrigada por tudo, você sempre marca a diferença, sempre melhora tudo 💖

fica com Deus, meu amor, dorme bem. até amanhã, te amo 🖤

Você sabe sempre como me
deixar bem, princesa. Dorme bem,
se precisar me liga. Te amo 💙

Me pego sorrindo pro celular, respondendo às mensagens, sabendo que ela estava melhor. Mas esse sorriso logo amargurou.

Beatriz 🤤

Não adianta tentar me enganar,
no final das contas, ainda sinto
a sua falta.

𝚟𝚘𝚊𝚗𝚍𝚘┊ 𝐜𝐡𝐫𝐢𝐬 𝐦𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora