Voltei pra casa ainda em lágrimas por ter deixado os meus amores naquele aeroporto. Entre tantas lágrimas de dor misturavam-se também as de orgulho por vê-los seguir o sonho deles.
Assim que cheguei só pensei em dormir, uma vez que o conceito de descanso não havia sido algo presente no meu dicionário na última noite.⁃ Mãe, vou dormir um pouco, tá?
⁃ Não, não tá. Preciso da sua ajuda pro churrasco! - ela fala.
⁃ Mãe, ainda são 11h! Deixa-me dormir duas horas, pelo menos!
⁃ Hoje vamos ter visitas - o meu pai fala.
⁃ Então elas que venham ajudar, eu quero dormir - reclamo - Quem são as visitas?
⁃ Depois você vê.
⁃ Que mistério! Deve ser o Obama! - reviro os olhos - Vá lá, eu estou exausta.
⁃ Se não tivesse trocado o descanso pela farra, agora estava bem - minha mãe responde - Vem me ajudar com a sobremesa, vem.Contra a minha vontade eu fui ajudar. Fizemos natas do céu e tarte de nata, ela sabe como eu amo. De seguida fui ver se o meu pai precisava de ajuda, como não, fui tratar de colocar o necessário na mesa.
A minha mãe tratava da salada quando a campainha tocou. Sem opções de empurrar a tarefa para alguém, vi-me obrigada a ser eu a abrir a porta. Não gosto de ser eu a receber as pessoas.
Abri e deu vontade de brigar com o meu pai por ele me julgar tão trouxa!⁃ Boa tarde! - falo surpresa vendo o Sr. Araújo, uma Senhora que parecia sua esposa e o Alan.
Eles me cumprimentaram e logo os meus pais foram se aproximando e recebendo eles. Fiquei constrangida, porém tinha que fingir que não para que o ambiente não ficasse pesado.
O meu pai trouxe logo uma garrafa de Vinho do Porto pra receber os convidados e mostrar o que Portugal tem de melhor. De seguida ele, o Sr. Araújo e o Alan vão pra fora, enquanto o meu pai cuida do churrasco e conversam; a minha mãe conversa na sala com a Dona Sandra.⁃ Filha - meu pai grita de fora - Traga mais molho, por favor.
Fui na geladeira, peguei o molho e levei. Enquanto me dirigia pra fora podia ouvir a conversa deles.
⁃ Eu gostava que ela ou o irmão tivessem seguido o curso que segui - meu pai fala e me olha enquanto lhe entrego o seu pedido - Obrigada, princesa.
Ouvi-lo chamar-me princesa fez-me sentir saudade do Chris. Já estava tão acostumada a ouvir essa palavra vir de si e ser dirigida a mim.
⁃ Estava falando de mim?
⁃ Estava falando que gostava que você tivesse seguido Pilotagem.
⁃ Eu só não segui pra você não ter concorrência direta - rimos.
⁃ Do jeito que você se aplica, estou certo de que rapidamente seria comandante de um navio.
⁃ Não sonhe alto, pai. O máximo a que uma mulher chegou, foi a Imediato - bato no ombro dele - Não entendo o porquê, as mulheres ficam tão bem naquele uniforme - rimos enquanto volto pra dentro.
⁃ Vem aqui, filha - minha mãe me chama.Dirigi-me a elas e sentei no sofá. Quando estava compreendendo a conversa deles, a Letícia ligou. Peguei meu celular e fui pra fora, pra perto da piscina, molhando os meus pés enquanto falava com ela.
⁃ Então venham até cá, não tenho planos pra essa tarde - falo pra ela, referindo-me a si e à Carol. - A gente fica curtindo uma piscininha, hoje o dia nem está mau.
⁃ Vamos mesmo. Preciso distrair a mente, pra não sentir tanta saudade do Christian.
⁃ Nem fala nada amor - suspiro - Vamos guardar tanta saudade onde mesmo?
⁃ Antes já custava vê-lo ir embora, mas agora dói como nunca. Tenho receio que aconteça alguma coisa e ele não esteja presente...
⁃ Amor! - interrompo - Não pense isso! Vai correr tudo bem. Eu e a Carol não te deixamos também, você sabe!
⁃ Já que estamos falando nos boys... E aquele beijo bem à cena de filme? - ouço a pergunta rindo, tudo o que era referente a ele ainda me deixava nervosa, de um jeito bom.
⁃ Não era pra acontecer - suspiro sorrindo - Queria castigá-lo mesmo, porém eu estava me castigando também. Eu tive saudades...
⁃ A gente entendeu, parecia que vocês não iam parar o beijo nunca - ela dá risada, fazendo-me rir de seguida.
⁃ Porra, vocês nem relevam!
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𝚟𝚘𝚊𝚗𝚍𝚘┊ 𝐜𝐡𝐫𝐢𝐬 𝐦𝐜
Fanfiction❝ 𝘘𝘶𝘦𝘳𝘰 𝘢𝘮𝘢𝘳 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘱𝘦𝘳𝘤𝘦𝘣𝘦𝘳 𝘰 𝘣𝘳𝘪𝘭𝘩𝘰 𝘥𝘰𝘴 𝘥𝘪𝘢𝘴 𝘤𝘪𝘯𝘻𝘦𝘯𝘵𝘰𝘴, 𝘲𝘶𝘦 𝘮𝘢𝘶𝘴 𝘥𝘪𝘢𝘴 𝘯𝘢̃𝘰 𝘦𝘹𝘪𝘴𝘵𝘦𝘮, 𝘦𝘹𝘪𝘴𝘵𝘦𝘮 𝘴𝘰́ 𝘮𝘢𝘶𝘴 𝘮𝘰𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰𝘴. 𝘖 𝘮𝘶𝘯𝘥𝘰 𝘢 𝘥𝘦𝘴𝘮𝘰𝘳𝘰𝘯𝘢𝘳, 𝘰 𝘤𝘩𝘢̃𝘰...