Fumo na intenção de aliviar a raiva constante que se havia instalado no meu interior quando alguém bate na porta do meu quarto. Assustada apaguei o baseado e escondi o cinzeiro atrás das cortinas.
⁃ Quem é? - me dirijo à porta. Se for a minha mãe, hoje eu morro.
⁃ O amor da sua vida - reconheci a voz do Baviera e respirei de alívio.Destranquei a porta e ele entrou no meu quarto, me abraçando.
⁃ Carai, que cheiro de maconha! - Baviera fala baixo enquanto eu volto a trancar a porta.
⁃ Você me assustou, Pedro! - ele ri e se atira para a minha cama.Volto pra a janela e acendo de novo o meu baseado, estendendo como que lhe perguntando se queria. Ele anui.
⁃ Como foi seu dia? - encolho os ombros ainda olhando para fora - Foi na faculdade? - aceno positivamente.
⁃ Tinha projetos por entregar - olho pra mesa - E ainda preciso terminar esses - reviro os olhos.
⁃ Falta uma semana para terminar, depois vai pra Portugal mesmo, não precisa pisar mais na Federal - Bavi sorri e o meu coração aperta. É muita ansiedade.
⁃ Como correu o seu dia?
⁃ Foi cansativo... A vida no estúdio custa - ele se espreguiça e vem se sentar na beirada da cama.
⁃ Isso é porque falto eu para alegrar a sua vida, só isso mesmo - brinco com ele que me puxa para o seu lado.
⁃ Passa lá amanhã - abraça as minhas pernas e eu abraço o seu pescoço.
⁃ É, claramente, né? - reviro os olhos.
⁃ Ele não vai estar, adiantou tudo... Cê sabe que ele tem mais projetos - respiro fundo e dou mais quatro tragos, apagando de seguida - Assim você distrai a mente e me ajuda a corrigir as letras - rio fraco.
⁃ Esqueceu que tenho faculdade né?
⁃ Até que horas?
⁃ Dezoito.
⁃ Desde as oito até as dezoito?
⁃ Não! - rio - Não tenho de manhã.
⁃ Então passa lá de manhã, depois almoçamos juntos.
⁃ Outro dia, não amanhã - ele aperta mais o nosso abraço, encostando a sua cabeça na minha barriga. O Baviera veio de coração partido hoje - Tá bom, eu vou.Faço carinho no cabelo dele, depositando um beijinho de seguida.
⁃ Conta pra mim - agarro a sua face com as minhas duas mãos e ele desvia o olhar.
⁃ O mesmo de sempre - sorri fraco - As pessoas estão tão acostumadas a me ver zoando que nem se preocupam de me ver mal...
⁃ O que ela te fez dessa vez? Eu pensei que você já tivesse seguido em frente, neném.
⁃ É, eu também pensei... Naquele Sábado em que eu te fui buscar na balada, eu estive com ela... Tentei dar mais uma oportunidade a mim mesmo e me ferrei.
⁃ O que rolou, meu amor? - me sento do lado dele, que abana negativamente a cabeça.
⁃ Podemos falar nisso outro dia? O dia foi cansativo e eu não quero massacrar a mente.
⁃ Eu te amo e estarei aqui pra te proteger de tudo, viu? - ele sorri e beija a minha testa. Isso de algum modo me acalmava.
⁃ Eu te amo. Falando nisso, e você? Conta pra mim o que houver pra contar.
⁃ Contar que ontem quase cometi assassinato?
⁃ Que isso? - ele ri e de novo fico irritada.
⁃ A tristeza passou, hoje só há raiva mesmo! Eu fui tão idiota Baviera! - falo mais alto - Você sabia que depois de ele me ter feito aquilo, foi transar com a Yasmin? - calmamente, ele acenou positivamente. Me levanto ainda mais irritada - Foda-se mano! Que nojo! Você não ia me contar?
⁃ Quem te contou? - desbloqueio o celular e entrego pra ele ler a conversa.Enquanto ele lê, acendo o que sobrou do meu baseado e continuo a fumar. Eu realmente não conseguia controlar o meu corpo de tanta raiva que eu tinha nele. Tudo porque eu me sentia enganada!
⁃ Ela mentiu - ele me olha - Essa foi a primeira vez que eles se pegaram depois que ele veio pro Rio - me entrega o celular.
⁃ A primeira? Quer dizer que depois daquela vez, houve mais?
⁃ Quanto menos você souber sobre eles dois, melhor. Aliás, ela só te quer afetar, não deixe que isso aconteça!
⁃ É foda, né, Baviera? É ele...
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𝚟𝚘𝚊𝚗𝚍𝚘┊ 𝐜𝐡𝐫𝐢𝐬 𝐦𝐜
Fanfiction❝ 𝘘𝘶𝘦𝘳𝘰 𝘢𝘮𝘢𝘳 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘱𝘦𝘳𝘤𝘦𝘣𝘦𝘳 𝘰 𝘣𝘳𝘪𝘭𝘩𝘰 𝘥𝘰𝘴 𝘥𝘪𝘢𝘴 𝘤𝘪𝘯𝘻𝘦𝘯𝘵𝘰𝘴, 𝘲𝘶𝘦 𝘮𝘢𝘶𝘴 𝘥𝘪𝘢𝘴 𝘯𝘢̃𝘰 𝘦𝘹𝘪𝘴𝘵𝘦𝘮, 𝘦𝘹𝘪𝘴𝘵𝘦𝘮 𝘴𝘰́ 𝘮𝘢𝘶𝘴 𝘮𝘰𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰𝘴. 𝘖 𝘮𝘶𝘯𝘥𝘰 𝘢 𝘥𝘦𝘴𝘮𝘰𝘳𝘰𝘯𝘢𝘳, 𝘰 𝘤𝘩𝘢̃𝘰...