─ Dou a minha fortuna inteira para saber o motivo... – Altair perguntava ao meu ouvido. Eu estava tão distraída que tomei um susto. Estávamos numa lancha, a pouco mais de um quilômetro da costa e tudo era absurdamente lindo, mas eu não conseguia me concentrar.
─ O motivo de quê? – Disfarcei com um sorriso sensual sabendo qual era a pergunta de verdade.
─ O motivo de você não me deixar entrar nesse seu coraçãozinho. – Ele veio se sentar próximo a mim. Usava uma sunga branca e um cordão com uma medalhinha de São Jorge. – Eu sou feio, Bruna? – Perguntou gentilmente. – Não te tratei bem?
─ Não é nada disso. – Não olhei nos olhos dele.
─ Quem sabe você já esteja gostando de alguém?
Não respondi. Eu não tinha muito mais o que dizer. Altair era um cara bem legal. Estava se esforçando para fazer todas as minhas vontades e eu realmente não correspondia à altura.
─ Sabe, Bruna, eu gosto de você faz tempo. Desde que nós éramos crianças. Eu te via na televisão e dizia que você era a menina mais linda do mundo. Disse várias vezes para minha mãe que eu ia casar com você. Lembro que ela ria para caramba disso. Nós éramos muito pobres. Eu nem sonhava em ganhar dinheiro com futebol.
─ Eu não sabia disso. – Sorri.
Altair era uns dois anos mais velho do que eu no máximo, mas eu comecei na televisão muito jovem. Eu tinha uns seis para sete anos quando participei da minha primeira novela. Portanto, a história era bem plausível.
─ Pois é. Por um acaso do destino, agora eu estou aqui com a garota mais fantástica que já vi, a garota dos meus sonhos, mas parece que ela não faz questão da minha companhia. Isso é verdade?
─ Altair, olha, me desculpa se eu...- Ele colocou a mão nos meus lábios.
─ Eu não quero desculpas, gatinha. Eu quero uma chance. – Ele puxou minha mão. – Venha cá. – Ele me sentou no seu colo e me beijou com paixão. Era um beijo muito bom. Ele conhecia do serviço. Meu coração disparou e meu corpo deu sinal quando ele passou a mão pelas minhas pernas. – Por que você não me deixa ao menos tentar?
─ Não vejo problema nenhum em tentar... – Respondi num sussurro. Estar no meio do paraíso com alguém que me queria era bom demais. Parei de resistir. Pela primeira vez naquela viagem, dei atenção ao meu namorado como ele merecia.
Ele me pegou no colo e me deitou no chão da lancha, depois se deitou ao meu lado. Nós não deixamos de nos beijar e nos tocar. A tripulação deu um jeito de sumir. Ele puxou o laço do meu biquíni com mãos rápidas. E eu não me incomodei nem um pouco.
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Por Onde Andei
Teen FictionNo quarto volume da série Nando, pela primeira vez, temos a visão simultânea dos dois protagonistas: Bruna e Carlos Eduardo. Ela, atriz desde menina, não está acostumada a confiar nas pessoas. Resolve os seus problemas a sua maneira, nem sempre acer...