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❝𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀 | ♛♚
Na terça-feira, sete de março, o dia começou tão calmo que poderia até mesmo parecer um domingo, com uma chuva fina e um dia aconchegante pela frente.

Entretanto, era sete de março, afinal. Por esse exato motivo, o caos resolveu fazer parte da moradia real alemã, porque a ficha caiu: faltam seis semanas para o casamento...

...e ninguém sabe disso.

Quer dizer, muitas pessoas sabem disso, mas o resto do mundo inteiro não tem conhecimento sobre a data estabelecida. Todas as partes do casamento estavam fluindo (as pressas, diga-se de passagem), mas a população não tinha ideia que estava tão próximo, e isso geraria um caos maior do que o do palácio.

As companhias aéreas iriam entrar em colapso com tanta gente tentando vir, iria haver uma superlotação de estradas e transportes, as hospedagens não iriam conseguir comportar tanta gente, a segurança não teria tempo, financiamento e profissionais o suficiente para bolar um plano de segurança, o lixo nas ruas seria mais do que os garis conseguiam limpar, os bares iriam encher, brigas ocorreriam, pessoas se acumulariam, até mesmo a saúde estava em risco, porque, quem é que sabe quantas doenças ou feridos podem ter no meio de toda essa bagunça que vão finalizar com uma nota de rodapé chamando de festa?

Isso geraria um estado de calamidade pública, era a simples verdade que alguma hora teria que ser resolvida, mas, a pergunta que todos estavam fazendo não era "como?", mas sim "quem?".

Eles não conseguiam nem imaginar onde ou o que os noivos estavam fazendo enquanto todo o resto corria para manter tudo no prazo.

- Qualquer roupa que você colocar vai ficar boa, Anne. - Gilbert garantiu entediado esperando ela escolher uma vestimenta, falando um pouco mais alto para a mulher escutar. -

Enquanto Blythe, com os braços cruzados em tédio, estava deitado com os pés para cima em seu sofá, Shirley procurava uma roupa em seu closet para ir com ele em algum lugar não especificado.

- Se você me falasse aonde nós vamos, ficaria mais fácil. - ela retorquiu levemente irritada pela insistência de Gilbert em não a falar onde eles iriam, além do mais, o homem havia pedido para ela tomar só um negócio no café, porque também comediram na rua. -

Em um único e certeiro ato, o homem se virou e levantou, tomando fôlego e se perguntando se era esse sentimento que a ruiva sentia quando ele demorava para se arrumar, geralmente por causa da gravata.

- Estou falando sério, literalmente qualquer uma. - ele assegurou pacientemente se escorando na porta do closet. -

A mulher em seu roupão revirou os olhos abrindo uma gaveta, tirando de lá uma camisola de alcinha branca fina, a qual ela, com a mão livre na cintura, mostrou debochadamente para ele.

- "Qualquer uma", você disse?

Ao menos ele levou na brincadeira e riu em negação.

- Com licença. - Gilbert pediu entrando no cômodo e pegando a camisola dela. -

Calmamente guardou a vestimenta de seda semitransparente na gaveta, procurando respirar fundo e engolir seco enquanto dissipava certos pensamentos definitivamente questionáveis pelo Superior ao guardar com extrema devoção a camisola.

Enquanto a ruiva esperava escorada na parede, vendo com até certo carinho ele concentrado procurando uma roupa para ela, Gilbert tentava justamente achar uma que fosse principalmente a fazer se sentir confortável para uma caminhada.

Road Trip III - Shirbert e Anne with an EOnde histórias criam vida. Descubra agora