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❝𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀 | ♛♚
Entrou no cômodo e viu o homem dando o último gole fatal, que Anne pôde sentir em sua própria garganta queimando. Levemente reprimiu os seus lábios e olhos, pondo o lencinho sobre o seu nariz, enquanto ia até ele que novamente tentava se levantar sem sucesso. Talvez era porquê ela não lembrava deles bêbados ou talvez porquê ela realmente estava certa, mas a pareceu que Blythe nunca esteve tão bêbado em sua vida.

- Vamos, me dê a garrafa, já acabou ela viu? - diz tentando parecer tranquila ou otimista, apontando para a garrafa na mão do homem, sorrindo atrás do lenço como se falasse com um criança. -

Teimosia, dificuldade para se manter em pé, e as vezes choro ou risadas. Realmente "criança" era uma boa analogia.

- Acabou? - perguntou confuso, voltando a se sentar no chão cambaleando, olhando para garrafa vazia e a chacoalhando, surpreso com a verdade. - Acabou.

- Isso, acabou, me dê ela aqui por favor Gil. - pede tentando alcançar a garrafa da mão dele, e ele se afasta rindo em deboche. -

- "Gil". - repete com a voz arrastada, e aponta para ela com a garrafa, abrindo sua boca para proferir algo, mas demorando para falar, como se todo o seu corpo estivesse em tempos diferentes. - Você é uma filha da puta.

- Eu sei, eu sei, mas por favor, me dá a garrafa.

- Eu não vou te dar a garrafa. - rebate desafiador, apoiando uma mão no banco do piano, e a com a garrafa também, preocupando Anne. -

- A garrafa vai quebrar, você vai se machucar Gilbert. - avisa tentando o ajudar, mas ele gesticula com a mão para a mandar para longe. -

Ele deu de ombros, finalmente conseguindo se levantar, mas assim que o fez cambaleou quase caindo de novo. Shirley correu para impedir que isso acontecesse, apoiando o homem em si. O cheiro estava insuportável, mas ela lutou para ficar ali até que ele próprio se afastou dela.

- Pare de se fazer de santa Cuthbert, nós dois sabemos que você tá mais para o outro lado.

"Cuthbert" saiu com tanto desprezo da boca dele que Anne não soube se quase vomitou por causa do enjoo, do cheiro, ou por causa disso, enquanto Blythe se dirigia para pegar outra bebida. Foi só então que Shirley percebeu a quantidade de garrafas espalhadas pelo chão. A maioria estava caída, algumas abertas, outras fechadas, algumas cheias, algumas na metade, algumas vazias. Tudo obra de Gilbert que se encaminhava para pegar outra.

- Onde é que você... - não soube se perguntava onde que ele conseguiu tudo isso ou onde ele estava, porque era impossível ele ter estado aqui o tempo todo e ninguém ter visto. -

- Não é só a família real francesa que tem passagens secretas e bunkers. - diz tropeçando, quase caindo, mas apenas quebrando uma garrafa, em um som estridente que o fez fechar os olhar antes de ver o estrago. - Oops. Essa era uma das melhores, poxa, a outra garrafa dessa estava muito boa.

Anne guardou o lenço de volta em seu bolso, sabendo que não iria a ajudar em nada, deixando o cheiro fortíssimo e repugnante novamente invadir o seu organismo que queria o expelir.

- Venha aqui Gil, você pode se machucar, vamos subir, por favor. - a esse ponto ela já estava quase suplicando. -

- Agora você quer me ajudar? - indaga como se aquilo fosse um enorme desaforo, e para ele, era. - Você?

Road Trip III - Shirbert e Anne with an EOnde histórias criam vida. Descubra agora